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Mineiro chega a Natal empurrando cadeira de rodas

Ativista parte nesta terça, 22, rumo a João Pessoa, Recife e Maceió

O ativista mineiro José Geraldo de Souza Castro, Zé do Pedal, 57, membro do Lions Clube de Viçosa, chegou a Natal, depois de percorrer, a pé, 3500km, completando assim 33% do seu projeto: “Extremas Fronteiras – Barreiras Extremas” (Cruzada pela Acessibilidade). Uma caminhada, de 10.700km, empurrando uma cadeira de rodas, saindo de Uiramutã, Fronteira norte com a Venezuela passando por 20 estados brasileiros: Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande doNorte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Goiás, Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, para chamar atenção para as dificuldades enfrentadas pelos portadores de deficiências físicas.

Durante a caminhada, na qual serão dados 15 milhões de passos, serão distribuídas cartilhas, em formato digital, sobre a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, e, ao mesmo tempo, em parceria com os Lions Clubes do Brasil e ONGs realizar projetos e palestras em escolas nas comunidades visitadas visando atrair a atenção sobre um dos principais problemas que afetam às pessoas com necessidades especiais: as barreiras arquitetônicas.

De acordo com o ativista, o projeto, tem como objetivo precípuo entregar, nas Câmaras Legislativas dos Municípios a serem visitados, uma proposta de Projeto-Lei sobre Normas de Acessibilidade e outra para a criação de Conselhos Municipais dos Direitos da pessoa com Deficiência e o de conscientizar as pessoas, principalmente aquelas com poderes de decisão, a terem mais respeito com as pessoas deficientes, hoje em dia podem-se ver pessoas em cadeiras de rodas impossibilitadas de entrar em um banco ou setor publico, por falta de rampas de acesso ou de elevadores. E, projetar uma imagem diferente das pessoas com deficiências que não gere pena, senão Igualdade – Dignidade – Respeito, pois apenas eliminando as barreiras arquitetônicas e sociais que dificultam às pessoas deficientes a participarem ativamente em todos os aspectos da vida social teremos um mundo mais justo e mais humano.

“Rampa” para cadeirantes em Santa Maria – RN

Para ele, acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população. “Contudo, raros são os lugares onde se pode dizer que estão de acordo com essas necessidades em relação ao meio”, disse, acrescentando que o que se vê, em todos os municípios pelos quais já passou, é um profundo desrespeito por parte do Poder Público às pessoas com deficiência. Em Parnamirim – Rio Grande do Norte, por exemplo, carros ficam estacionados em cima do passeio em pleno centro da cidade, com lugares demarcados pela secretaria municipal de trânsito, obrigando que pessoas com deficiência, gestantes, mães com crianças em carinhos de bebês, idosos e obesos disputem lugar na rua com os carros. O caso se torna absurdo pois o local, em frente ao fórum, serve de estacionamento para juízes e outras autoridades.

A idéia do projeto nasceu em junho de 2008, durante a viagem rumo a Johanesburgo, quando, na passagem pela cidade de León, no “Caminho Francês”, da rota de peregrinação de Santiago de Compostela, em um dado momento escutei uma voz feminina dizendo: “No puedo” (não posso). Era uma jovem em uma cadeira de rodas tentando subir um pequeno passeio de 15 cm de altura. “Aquela cena me chocou de uma maneira tal que me fez começar a refletir sobre a situação das pessoas com necessidades especiais no meu País, onde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010) e do Banco Mundial, existem cerca de 45,6 milhões de pessoas com alguma forma de deficiência. Em miúdos, 23,9% da população”.

O Censo 2010 divulgou dados que merecem ser analisados com critérios técnicos pelos gestores públicos sobre as pessoas com deficiência no Brasil. Foram pesquisadas as deficiências visual, auditiva, motora e mental. Segundo o IBGE, 23,9% dos investigados ou 45,6 milhões de brasileiros afirmaram ter pelo menos uma dessas deficiências. A deficiência visual foi aquela que apresentou maior percentual (18,8%, ou 35,8 milhões de pessoas), seguida da motora (7%, ou 13,2 milhões), da auditiva (5,1%, ou 9,7 milhões) e da mental (1,4%, ou 2,6 milhões).

De acordo com Zé do Pedal o Nordeste apresenta os maiores percentuais para todas as e o estado do Rio Grande do Norte é o que apresenta o maior índice (27,8%) seguido de perto pelo estado da Paraíba (27,8%) e Ceará (27,7%) Enquanto Roraima (21,2%), Santa Catarina (21,3%) e Mato Grosso do Sul (21,5%) tiveram as menores incidências.

A deficiência visual severa (pessoas que declararam ter grande dificuldade de enxergar ou que não conseguiam de modo algum) atingia 6,6 milhões de pessoas, sendo que 506,3 mil eram cegos (0,3%).

A dificuldade de locomoção incidia sobre 13,3 milhões de pessoas (7,0%). A deficiência motora severa – pessoas com grande dificuldade ou incapazes de se locomover – foi declarada por 4,4 milhões de pessoas, das quais 734,4 mil não conseguiam caminhar ou subir escadas de modo algum (0,4%).

A deficiência auditiva acometia 9,7 milhões de pessoas (5,1%), sendo que a deficiência auditiva severa foi declarada por 2,1 milhões de pessoas, das quais 344,2 mil eram surdas (0,2%).

A deficiência mental ou intelectual, também considerada severa, foi declarada por 2,6 milhões de pessoas, representando 1,4% da população.

A exclusão é um dos lados negativos e importante da deficiência, uma vez que as pessoas com algum tipo visível de deficiências são excluídas, de maneira generalizada, da vida social, econômica e política da comunidade, seja devido à estigmatização direta ou à falta de consideração de suas necessidades no desenho de políticas, programas e serviços. E, apesar de estar na Constituição que todos são iguais perante a lei e deveriam ter direitos e deveres iguais numa sociedade bem organizada, a realidade não é bem assim e é grande a diferença entre as pessoas sem deficiência e os que vivem com alguma deficiência física, sensorial, mental, ou psicosocial. Assim, e para que a máxima “somos todos iguais perante a lei” tenha algum sentido, devemos começar como sociedade, por desenhar as nossas cidades para todos, porque a atual arquitetura das nossas cidades representa um fator de frustração e uma barreira à realização pessoal daquelas pessoas.

O projeto buscará, ainda, estimular os municípios a promoverem programas de sensibilização sobre as condições das pessoas com deficiências e os seus direitos; conscientizar a população quanto ao respeito em relação às pessoas fisicamente incapacitadas; fomentar em todos os níveis do sistema educativo o respeito ao direito das pessoas com deficiência; incentivar a sociedade à reflexão sobre a realidade dos deficientes, contribuindo, assim, com a redução do estigma, da discriminação e da marginalização das pessoas com mobilidade condicionada e outras deficiências; sugerir normas técnicas, visando à eliminação de barreiras urbanísticas e arquitetônicas nos edifícios públicos e privados, equipamentos coletivos (banheiros, caixa automático, etc.) e via pública; angariar fundos visando a entregar, durante e após a caminhada, aos Lions Clubes, cadeiras de rodas, próteses, aparelhos ortopédicos, medicamentos, etc., e, chamar à atenção, ao longo dos 10.700km, sobre as barreiras físico-urbanas encontradas em nossas cidades e injustamente impostas aos deficientes.

“Não apenas a exclusão social é problema para as pessoas deficientes. As grandes, e, às vezes, instransponíveis barreiras arquitetônicas impedem que as pessoas com deficiência fisico-motriz possam ter um dia a dia normal. As barreiras arquitetônicas são, infelizmente, muito comuns e reveladoras das chamadas barreiras intelectuais”. Zé do Pedal informou que o combate à exclusão que afeta diversos grupos da sociedade inclui, naturalmente, as pessoas com mobilidade condicionada que quotidianamente têm de confrontar-se com múltiplas barreiras arquitetônicas que impedem o exercício pleno dos seus direitos de cidadania.

As barreiras arquitetônicas são inumeráveis, e podem ser encontradas em Ministérios, Prefeituras, Câmaras Municipais, Fórum, Centros de Saúde, Hospitais, Maternidades, Clínicas e Postos Médicos em geral, Centros de Reabilitação, Consultórios Médicos, Farmácias, Estabelecimentos de Educação (do pré-escolar ao superior), Centros de Formação, Edifício de Apartamentos destinados à moradia, Estações Ferroviárias, Rodoviárias e de Metro, Aeroportos, Pontos de Parada de Coletivo Urbanos (sem contar aqui os transportes coletivos que não possuem, em sua grande maioria, acessibilidade), Postos de Gasolina, Passarelas e passagens subterrâneas (para travessia de vias férreas e ruas), Agencias de Correios, Empresas prestadoras de Serviços como telefonia, etc., Bancos e Caixas multibanco, Instalações sanitárias de acesso público, Igrejas, Museus, Teatros, Cinemas, Bibliotecas Públicas, Presídios, e outros locais de Reinserção social; Instalações desportivas, Espaços de recreio e lazer (parques infantis, parques de diversões, jardins, praias e discotecas); Centros Comerciais, Hiper e Supermercados; Estâncias Termais, Hotéis, Bares e Restaurantes. Passeios sem rampas de acesso e outros elementos, que bloqueiam ou prejudicam a progressão das pessoas, completam a interminável lista.

A falta de acessibilidade gera, também, a não inclusão sociocultural das Pessoas com mobilidade condicionada, já que a acessibilidade não é só não poder entrar ou locomover se por um lugar, ela representa a falta de acesos a outros serviços, como, por exemplo, “Não tenho uma escola acessível, o aluno não pode estudar ali e, conseqüentemente, fica isolado, completamente, do resto da sociedade. “Apenas para se ter uma idéia da gravidade da situação, de acordo com a UNICEF, no Brasil, apenas 2,5% de alunos com deficiência freqüentam o ensino médio, por falta da acessibilidade, o que demonstra o descaso e a falta de projetos do Poder Público em relação às pessoas com deficiência.

Apesar da importância social do projeto, o ativista não conseguiu patrocínio para realizar a jornada, e para levar adiante o projeto e vende cotas de patrocínio de 10 reais “a pessoa doa 10 reais para o projeto e recebe um certificado de patrocínio de um quilômetro. Tenho certeza que conseguirei culminar a jornada”. Concluiu

Quem é Zé do Pedal

 145.000km de pedaladas ao redor do mundo

 Fotógrafo, técnico em turismo, ativista social, ambientalista e ciclista, o mineiro de Guaraciaba e cidadão honorário de Viçosa, José Geraldo de Souza Castro, realiza, há 30 anos, inusitadas aventuras ao redor do mundo.

 A historia do Zé do Pedal começa em novembro de 1981, quando decidiu viajar do Brasil à Espanha, em bicicleta, para assistir a copa do mundo de futebol “Espanha ‘82”, onde a Seleção brasileira, igual que em Joanesburgo, não teve lá muita sorte. E em uma tarde gris, na cidade de Barcelona, o Brasil caia aos pés da Itália, dando adeus ao sonho do Tetracampeonato. A bordo do transatlântico que o levou de volta ao Rio de Janeiro, Zé do Pedal foi sonhando com uma volta ao mundo em bicicleta.

Pronto, a partir dai, não parou mais. Daquele longínquo novembro até hoje, visitou 73 paises em cinco Continentes, percorreu 145.000km a “base de pedaladas”, assistiu a três copas do mundo de futebol, passou por quatro guerras civis, enfrentou chuvas monzonicas, terremotos, sobreviveu a cinco furacões. venceu uma maratona, em Lima, Peru. Visitou ilhas paradisíacas e conheceu os sofrimentos de crianças e adultos em campos de refugiados da guerra do Vietnam. Uma guerra absurda, que ao final só deixou destruição e morte. Conheceu a seca, a fome e a miséria dos povos da África e do povo nordestino. Viu sorrisos de crianças brincando as margens do “Velho Chico” e lágrimas nos olhos do barranqueiro ao ver o leito do rio quase seco. Visitou lugares que marcaram a historia, como: Torres Gêmeas, Pirâmides do Egito, Partenon de Atenas, Torre Eiffel, Taj Mahal, a ponte sobre o Rio Kwai-Ai, Torre de Pisa, e tantos outros. Enfim, suas viagens foram grandes aulas de geografia, historia e, principalmente, uma aula de vida.

 As viagens, e os projetos sociais, do Zé do Pedal.

 – De bicicleta até a Copa do Mundo (1981/1982) – Saindo do Rio de Janeiro, ele atravessou a América do Sul, Central e do Norte, voou até a Inglaterra e foi pedalando pela Europa até a Espanha. Minutos antes da chegada dos jogadores para a Copa de 1982, chegou de bicicleta em frente à concentração da seleção brasileira. Este fato chamou a atenção de jornalistas do mundo inteiro, fazendo-o ganhar notoriedade no Brasil. Foi neste momento que ele recebeu o apelido de Zé do Pedal.

 – Volta ao mundo de bicicleta (1983/1986) – Logo que retornou da Espanha, decidiu dar a volta ao mundo de bicicleta. Nesta viagem, divulgou uma campanha de Combate ao Câncer nos 54 países pelos quais pedalou. O fim da aventura se deu no México, onde novamente assistiu a uma copa do mundo de futebol.

 Japão em um velocípede (1985) – Durante a “Volta ao Mundo”, cruzou o País do Sol Nascente em um velocípede infantil, enquanto chamava a atenção da mídia para a condição das crianças na Etiópia.

 – De Chuí a Brasília em um velocípede (1987) – Após conhecer o mundo, Zé decidiu viajar pelo Brasil. Optou, novamente, pelo velocípede, ecruzou o Brasil para chamar a atenção dos parlamentares constituintes para as condições sub-humanas das crianças do nordeste.

 – América do Sul em uma motocicleta (1996) – Em uma motocicleta, percorreu 8 países da América do Sul: Equador, Peru, Chile, Argentina,Uruguai, Brasil, Paraguai e Bolívia. A viagem foi uma comemoração do seu vice-campeonato de motociclismo no Equador.

 – Pedalando no Velho Chico (2002) – Viajou por todo o Rio São Francisco, em um barco tipo pedalinho, de Três Marias (MG) até o Pontal do Peba (AL). Nesta viagem, procurou chamar a atenção do país para a poluição do Rio São Francisco.

– Da Liberdade ao Cristo (2004/2005) – Saindo da estátua da liberdade, em Nova Iorque, Zé tinha o objetivo de chegar ao Rio de Janeiro,percorrendo a costa litorânea das Américas em um barco a pedal. Nesta aventura, buscava alertar a comunidade internacional para a poluição das águas do planeta. Entretanto, na cidade de Dzilam de Bravo, no México, 18 meses depois da partida, sua embarcação sofreu danosirreparáveis ao enfrentar o furacão Rita, impedindo o término da viagem. Dos 23 mil quilômetros programados, pedalou cerca de 10 mil.

– Zé do Pedal 50 anos (2007) – Na comemoração de seus 50 anos, construiu uma embarcação a pedal feita com garrafas pet, um quadro debicicleta encontrado em um lixão e algumas barras de aço. Com ela, realizou uma inusitada travessia da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para chamar a atenção para a poluição das águas e a importância do Protocolo de Kyoto.

– Extreme World (2008/2010) – Em um kart a pedal, viajou da França até a África do Sul. Nesta aventura, de cerca de 17 mil quilômetros,divulgou uma campanha internacional de combate ao Glaucoma e à Catarata em países pobres.

– Projeto atual: “Extremas Fronteiras, Barreiras Extremas” – Cruzada pela Acessibilidade – É uma caminhada, de 10.700km, dando 15 milhões de passos, empurrando uma cadeira de rodas, saindo de Uiramutã, (RR) fronteira norte com a Venezuela, até Chui (RS). Visitando 327 cidades de 20 estados, visando conscientizar o povo brasileiro sobre um dos principais problemas que afetam às pessoas com deficiência: as barreiras arquitetônicas.

 *Um pouco sobre o Lions*

A Associação Internacional de Lions Clubes começou, em 1917, como um ideal de Melvin Jones, empresário de Chicago.

Ele acreditava que os clubes locais de homens de negócios deveriam ampliar seus horizontes, deixando as preocupações de ordem estritamente profissional, interessando-se na melhoria de suas comunidades e do mundo em geral.

Três anos após a sua organização, a associação se tornou internacional quando, em 1920, se fundou o primeiro clube no Canadá. Durante as décadas de 1950 e 1960, a expansão internacional continuou à medida que clubes foram organizados, principalmente na Europa, Ásia e África.

Na atualidade, a associação conta com mais de 1,3 milhão de homens e mulheres em 45.000 clubes localizados em 205 países e áreas geográficas.

Em 1925 o Lions aceitou o desafio de Helen Keller, lançado em seu discurso aos membros do clube de serviço na convenção internacional em Cedar Point, Ohio, EUA, quando os desafiou a se tornarem os “paladinos dos cegos na cruzada contra a escuridão”. A partir deste momento, os Lions clubes têm se envolvido ativamente no serviço em prol dos cegos e deficientes visuais.

Ampliando o seu papel no campo da compreensão internacional, a associação ajudou em 1945 as Nações Unidas a estabelecer as seções das Organizações Não-Governamentais e continua a manter o seu status de consultor perante esta organização.

Em 1990 os Leões lançaram a sua mais enérgica ofensiva para a conservação da visão, o Programa SightFirst. Este programa, de pensamento Global e atuação Local, procura livrar o mundo da cegueira evitável e reversível, assistindo aos serviços de cuidados da saúde que estão desesperadamente carecendo de atenção.

Além dos programas em prol da visão, o Lions Clubes Internacional se comprometeu a proporcionar serviços aos jovens. Os Lions clubes também se empenham na melhoria das condições do meio ambiente, construção de habitações para deficientes, conscientização acerca da diabete, programas para o deficiente auditivo e, através da sua fundação, prestam ajuda às vítimas de catástrofes em todo o mundo.

Contatos Zé do Pedal: 031-86003001

zedopedal@gmail.com

Saiba mais: http://www.zedopedal.com.br/

www.zedopedal.skyrock.com

Zé do Pedal cruzando o Rio Pajeú – RN