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Onde está o Rei dos Judeus?

“ONDE ESTÁ O REI DOS JUDEUS QUE ACABA DE NASCER?

VIMOS A SUA ESTRELA E VIEMOS ADORÁ-LO”.

“Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judáno tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo… E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou” (Mt. 2.1-13).

Para muitos estudiosos do episódio da estrela de Belém, trata-se, de um fenômeno natural. Um cometa, uma conjunção de planetas, etc. Para alguns teólogos liberais, trata-se de um evento mítico produzido pelo evangelista Mateus. Evidentemente, o contexto do evento mostra que isto é impossível, pois admitir tal posição também nos levaria, inevitavelmente, a negar todas as outras intervenções espantosas de Deus e que estão ligadas ao cenário da natividade, por exemplo: a concepção e o nascimento virginal de Jesus Cristo, o Senhor (Mt. 1.21-23; Lc 2.11).

O episódio histórico (para este pastor de ovelhas e teólogo), da estrela de Belém tem um triplo sentido em Mateus. O evangelista antecipa por meio deste evento singular, o propósito universal e salvífico de Deus-Cristo que, rejeitado pelos Judeus que tinha a luz é buscado pelos gentios que viviam nas trevas. Assim, Mateus, sutilmente introduz o amor redentor de Deus que atrai a Si os pecadores que vivem nas trevas, conforme Isaías 9:2: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na terra da sombra da morte resplandeceu a luz (cf., Mateus 4.16). Destarte, Deus revela-se aos (reis) MAGOS através da Estrela e dar a conhecer a estes gentios (astrônomo), vindos do Oriente para ADORAR o Menino-DEUS, o seguinte: a) o nascimento de Jesus, o Salvador do mundo, bem como o local exato do seu nascimento (Belém da Judeia; cf. Miq 5.2); b) a Estrela Profética de Jacó, ou seja, o Messias de Israel (Nm 24.17; Lc 2.11); c) e o caminho que os conduz ao rei dos Judeus, sobretudo, ao ÚNICO DEUS a quem deve-se, portanto, ADORAR. Deus é o Senhor da história e conduz todas as coisas para a glória do seu santo Nome.

Alguns teólogos defendem que a estrela cumpriu uma profecia conhecida como “Profecia da Estrela” (Números 14.17), que é de natureza messiânica. A estrela aparece no Evangelho de Mateus, no qual “magos do Oriente” foram levados a viajar para Jerusalém. Ao relatarem ao rei Herodes, o propósito de sua vinda não apenas o Rei, mas os sacerdotes e toda Jerusalém se perturbaram profundamente. Muito se discutiu e ainda hoje se discute o sentido da estrela. Contudo, a Estrela de Belém, tradicionalmente ligada à Profecia da Estrela, que aparece no livro de Números 24.17: Eu o vejo, porém não agora; Eu o contemplo, porém não de perto. De Jacó nascerá uma estrela, E de Israel se levantará um cetro, Que ferirá as fontes de Moabe, E a cabeça de todos os filhos de orgulho”, é um episódio único e glorioso, sobretudo revelador da soberania divina. Enquanto queOrígenes (185- 253, d.C), defende uma explicação naturalística do evento, João Crisóstomo (347-407, d.C), via a estrela como sendo puramente milagrosa. Ele faz a seguinte indagação:

Como então, digam-me, a estrela poderia apontar para um local tão específico, o espaço de uma manjedoura e um barraco, sem que tenha descido das alturas e permanecido logo acima da cabeça do menino? E era a isso que aludia o evangelista quando disse “e eis que a estrela, que viram no oriente, ia adiante deles, até que foi parar sobre o lugar onde estava o menino. (1).

A Estrela de Belém na Igreja Ortodoxa, não é interpretada como sendo um evento astronômico, mas, sim como evento sobrenatural, no qual um anjo foi enviado por Deus para guiar os magos até o menino Jesus. Esta interpretação fica evidenciada noTroparion (verso de um hino), da Natividade:

Tua natividade, Ó Cristo nosso Deus, iluminou o mundo com a luz da razão: porque aqueles que adoravam as estrelas, aprenderam através da estrela a Te reverenciar, Sol da verdade, e a Te ver nas alturas do Nascer Do dia: Ó Senhor, glória a Ti” (2).

Na Verdade, a ESTRELA GUIA DE BELEM, nada mais é do que uma manifestação do poder e da glória de Deus que veio ao mundo em Jesus Cristo, para conduzir os homens ao REI SALVADOR. Logo, a estrela é mais um ato do agir soberano de Deus no cenário da NATIVIDADE, cujo objetivo final é levar os homens a verdadeira adoração a Deus. E, por esta razão, Lucas o evangelista, exulta e registra este rasgo do inefável amor divino para com todos os homens: “Glória a Deus nos mais altos céus, e paz na terra às pessoas que recebem a sua graça!” (Lc 2.14). Que benção! O Bispo Alexander, afirmou corretamente que na história da humanidade não existe acontecimento maior e mais radiante do que a encarnação e a vinda ao mundo do Filho de Deus. Esta é a obra do infinito amor de Deus Pai, Quem “amou tanto o mundo, que entregou Seu Filho, para que todo crente Nele não sucumbisse, e sim tivesse vida eterna.” (João 3.16).

Dessa forma, podemos extrair deste episódio glorioso por meio do qual a Shekinah/Doxa (Manifestação visível da Glória de Deus), se fez presente entre os (REIS) MAGOS, preciosas lições para as nossas vidas:

1.      Deus é fiel; é o Senhor da história e de toda a criação. E, assim, Ele cumpre as suas promessas de Salvação;

2.      O Agir de Deus conduz os homens para o conhecimento do Rei de Israel e Salvador eterno;

3.      Podemos estar próximos fisicamente do Rei, mas, espiritualmente longe dEle;

4.      Cremos que os portões do Inferno não podem impedir o único Rei digno de adoração, receba do seu povo a verdadeira adoração.

Destarte, o Salmista nos convida a adoração a Deus: “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão” (Salmos 95: 6,7). Esta é a razão de ser para a qual existimos e fomos criados por Deus. Já pensou nisto dileto amigo?

Que a atitude dos MAGOS que, deixando a sua longínqua terra, vieram para adorar a JESUS, também seja a nossa (João 4.23,24), pois fomos salvos para o louvor da sua Glória (Efésios 1.6; 12). Que também, a semelhança dos MAGOS, que prostrados adoraram o REI dos reis e SENHOR dos senhores, ofertando-lhe (Mt 1.12): OURO (realeza), INCENSO (divindade) E MIRRA (humanidade), também, possamos adorar ao SENHOR JESUS, nosso redentor com o nosso melhor, isto é, com corações santificados e vidas plenas de louvor e gratidão a Deus por tão grande salvação. Amem. Queridos leitores, desejo-lhes um FELIZ NATAL!

Afetuosamente, Antonio Sérgio de A. Costa, Th.D Pastor da Igreja Batista Bethléem.

FONTES:

(1). Schaff, Philip (1886), St. Chrysostom: Homilies on the Gospel of Saint Matthew, New York: Christian Literature Publishing Co., p. 36,

(2). Ofícios Divinos na Natividade de Cristo (em português) Father Alexander.org