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Camara confere Medalha Glauber Rocha 2016

 Cia Operakata e Esmon Primo recebem Medalha Glauber Rocha 2016

Como parte da comemoração do Dia Municipal da Cultura, a Câmara realizou sessão solene para a entrega da Medalha Mérito Cultural Glauber Rocha, edição 2016. O Legislativo homenageou o grupo de teatro Cia Operakata e o produtor musical Esmon Primo. A Medalha Glauber Rocha, instituída pela Lei 1.367/2006, é uma honraria concedida pelo Legislativo conquistense a uma personalidade e uma entidade que tenham contribuído para o desenvolvimento, difusão e valorização da cultura no município.

 

Marcelo Lopes

Marcelo Lopes

Esmon Primo foi representado pelo professor e pesquisador Marcelo Lopes. Primo não pôde comparecer devido a problemas de saúde em sua família. Marcelo lembrou da garra de Esmon  e da sua luta pela cultura, especialmente pelo cinema. Ele leu uma mensagem enviada pelo produtor, que fez questão de agradecer às pessoas que foram importantes para sua trajetória cultural: o cineasta Glauber Rocha e sua mãe, Dona Lúcia Rocha; o amigo e também produtor cultural, Jorge Melquisedeque; o jornalista e crítico de cinema, João Carlos Sampaio; e o artista Paulo Thiago Leite. Marcelo agradeceu a homenagem feita a Esmon e sublinhou que a “cultura não precisa ser resgatada e sim implementada, na escola, no trabalho e no dia a dia”.

Kétia Damasceno

Kétia Damasceno

A produtora cultural e integrante do Cia Operakata, Kétia Damasceno, ressaltou a trajetória da Cia Operakata, que vem se apresentado em palcos não só baianos, mas em cidades do sul e sudeste do Brasil, o que é motivo de orgulho para o grupo de teatro. “Tenho muito orgulho desta terra, por representar o interior da Bahia, o interior forte. Representar que a Bahia não se limita à capital do estado. Nós temos 417 municípios que precisam ser reconhecidos. Nós temos um grande celeiro cultural”, falou. Para ela, é bastante simbólico a premiação levar o nome do cineasta Glauber Rocha. “Infelizmente, na história real, Glauber não gostava da cidade por ter tido recusado, diversas vezes, apoio a seus projetos”, disse. Kétia afirmou que, ainda assim, é um regaste importante que deve ganhar continuidade.

Ela lamentou que o município pouco conhece o trabalho da Operakata. “Quantas que aqui estão presentes, inclusive nossos vereadores, nossos representantes, conhecem a Companhia Operakata?”, perguntou. A produtora cultural relatou uma história, vivenciada em 2014, que ilustra o questionamento: “Quando nós estávamos em Vitória-ES, num Teatro Municipal lindíssimo, de quase 300 anos, encontramos estudantes de Geografia [de Vitória da Conquista] que nos conheceram lá. Nunca tinham nos assistido aqui na cidade”. Um dos agravantes, para Kétia, é a interdição do Centro de Cultura. “Nós não conseguimos mais fazer apresentações locais”. Kétia ressaltou que esse desconhecimento se estende a outros artistas que muitas vezes acabam indo embora, por falta de políticas públicas culturais. “Precisamos de ações de formação. Precisamos que os nossos legisladores olhem com mais seriedade e mais importância para o que é cultura”, defendeu. Texto e fotos: Ascom Camara VC.