Adutora leva água a mais de 110 mil moradores do Sudoeste baiano
Cerca de 110 mil moradores de sete municípios do sudoeste baiano passaram a dispor de água de qualidade com a inauguração na manhã desta sexta-feira (9) da primeira etapa da Adutora do Algodão, na localidade do Julião, município de Malhada, na região de Guanambi. Por meio de seis estações de bombeamento e seis reservatórios, a adutora produz 450 litros de água tratada por segundo e abastece, nessa primeira etapa de funcionamento, as sedes e distritos dos municípios de Guanambi, Malhada, Candiba, Iuiú, Palmas de Monte Alto, Pindaí, Matina e a localidade de Pajeú do Vento, no município de Caetité.
Executada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), a obra foi inaugurada com a presença da presidente da República Dilma Roussef, do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e do governador Jaques Wagner, entre outras autoridades.
Fim do racionamento
De acordo com o supervisor de tratamento de água da Embasa, Aparecido Fonseca, a estação capta a água do Rio São Francisco e promove o tratamento na estação do distrito de Julião, em Malhada. “A água é armazenada e distribuída para sete municípios do sudoeste do estado. A unidade conseguiu acabar com o problema de racionamento de água que a região sofria”.
“Guanambi está se tornando um polo comercial, atraindo muitos comerciantes. Mas, estávamos passando por momentos difíceis por causa do racionamento de água, que era liberada de duas a três vezes por semana. Essa intermitência acabava prejudicando os moradores, os negócios. Agora está muito melhor. Depois da adutora não temos mais este problema”, disse o motorista Péricles Meira Gomes, 60 anos.
Com 279 quilômetros de tubulação nesta primeira etapa da obra, para construção da adutora foram investidos aproximadamente R$ 140 milhões, com recursos dos governos federal e estadual. O governador Jaques Wagner enfatizou que, além das localidades atendidas nessa primeira etapa, quando estiver totalmente concluída, a Adutora do Algodão vai abastecer também os municípios de Caetité e Lagoa Real e seus distritos.
“Definitivamente, vai levar água para toda região. Portanto, é uma obra que vem fazer frente aos problemas da seca. Para nós, é um motivo de muita alegria uma obra como essa, esperada há mais de 30 anos pelos moradores da região. Finalmente concretizamos esse sonho”, disse o governador.
Adutora do Feijão
De acordo com Wagner, até dezembro deve ser entregue a Adutora do Feijão, em Irecê. “É um conjunto de obras que estão sendo feitas em todo o estado. Inclusive na próxima terça-feira (13), a presidenta Dilma vai lançar em Brasília outro importante programa para o povo do Nordeste, que está relacionado ao projeto Baixio de Irecê”.
Durante a cerimônia de inauguração da Adutora do Algodão em Malhada, a presidente Dilma destacou importância do trabalho conjunto do Estado com o governo federal que permitiu a realização da obra. “É muito importante para as pessoas terem água limpa e de qualidade. Agradeço ao governador Jaques Wagner por essa parceria que permitiu que construíssemos essa adutora”, disse a presidente.
Dilma Rousseff informou que o seu bisavô nasceu em Caetité e foi embora para Minas Gerais. “Agora, tanto tempo depois, eu fico feliz por uma obra que vai garantir que as pessoas possam ficar aqui, porque vão ter água de qualidade.”
Projetos de irrigação contemplam famílias do São Francisco
Em fase de implantação pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), o projeto de irrigação Baixio de Irecê, localizado a cerca de 500 quilômetros de Salvador, ao norte da região do Médio São Francisco, abrange área total de 98.940 hectares, com área prevista para irrigação é de 47.028 hectares, que pode chegar a 60 mil hectares.
Dentre as culturas a serem exploradas pelo projeto, destacam-se abacaxi, abóbora, algodão, banana, cebola, coco, feijão, goiaba, limão, mamão, maracujá, milho, melancia, melão, pimentão, tangerina, tomate e uva. Também será montado um polo energético para a produção de oleaginosas, como pinhão manso, dendê, soja, mamona, entre outras.
A expectativa, de acordo com estimativas dos responsáveis pelo projeto, é que, com a conclusão do projeto, sejam gerados cerca de 85 mil empregos diretos e indiretos, contemplando mais de 34 mil famílias com benefícios para cerca de 180 mil pessoas.
Salitre
Outro importante empreendimento em andamento na área da irrigação na região, é o Projeto Salitre, localizado no Submédio São Francisco, a 20 quilômetros do município de Juazeiro. O projeto abrange área total de 67,1 mil hectares, dos quais 31,3 mil são destinados à agricultura irrigada. Inaugurada em março de 2010 a primeira das cinco etapas de implantação do projeto tem área irrigável de cinco mil hectares e 1,6 mil de área ocupada, e já se encontra em fase de produção. Segundo levantamento da Codevasf, o Valor Bruto da Produção (VBP) nessa etapa do projeto, em 2011, totalizou R$ 6 milhões na área familiar, com destaque para as culturas temporárias, entre elas o melão e a melancia, que atingiram R$ 5,9 milhões.