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Aluno da Rede Sesi Bahia, estudante de 17 anos ganha bolsa em uma das principais escolas técnicas da Europa

Antes de chegar à Akademia High School, na Polônia, jovem da Bahia foi o único brasileiro a integrar como bolsista integral o programa The School of the New York Times, nos EUA. A bolsa é uma conquista pela participação no Programa de Iniciação Científica do SESI Bahia.

O jovem Juan Teles, de 17 anos, embarcou para os Estados Unidos para participar do The School of the New York Times. Ele é o único brasileiro com bolsa completa neste programa, que conta também com aulas nas principais universidades de Nova Iorque, como Columbia e Fordham University. O prêmio maior vem na sequência, quando se muda para Varsóvia, na Polônia. Lá, o estudante de Salvador vai integrar como bolsista, pelos próximos dois anos, a Akademia High School, uma das principais escolas técnicas da Europa, onde vai terminar a escolarização.

“Vai ser uma imersão, uma experiência que vai mudar minha vida, minha carreira e minhas perspectivas. Eu espero cursar relações internacionais e seguir na diplomacia brasileira. Tudo isso pode ser conquistado a partir da minha experiência de estudo que vou ter na Polônia. O que eu mais espero é a concretização de planos.” 

Juan começou a ter contato com a pesquisa pelo Programa de Iniciação Científica (IC) da Rede SESI Bahia de Educação, no 1º ano do ensino médio, e teve como grande destaque a participação em um projeto de análise socioespacial no Porto das Sardinhas. O estudante da Escola SESI Reitor Miguel Calmon, em Salvador, conta que o grupo trabalhou com cerca de três mil mulheres que tiram o sustento do tratamento da sardinha em jornadas que chegam a 12 horas de trabalho. 

Como foi identificado potencial de sustentabilidade na atividade, foi proposto um trabalho de reaproveitamento dos restos dos peixes para a elaboração de uma ração para pets. O lucro dessa farinha proteica será revertido a essas mulheres, já que a remuneração no processamento e ensacamento da sardinha paga muito pouco.

“Elas não veem solução para aquela situação, para aquele contexto em que elas estão. É um ciclo constante. Vi as mães, as filhas, gerações de avó, mãe, neta trabalhando no mesmo local, sem chance de estudo ou melhora de vida. E uma das motivações do projeto foi ver como podemos trazer um benefício socioeconômico para essas mulheres. Foi a partir daí que a gente viu os resíduos da sardinha como alternativa”, explica Juan.

O projeto tem parceria com técnicos do SENAI CIMATEC, mas ainda precisa de um parceiro comercial para que se viabilize economicamente e passe a ajudar as mulheres do Porto das Sardinhas. Anderson dos Santos Rodrigues, professor de Geografia na Escola Reitor Miguel Calmon, foi orientador no projeto de Juan. Ele explica que o nível do trabalho de pesquisa contribui significativamente para a formação e que os jovens conseguem desenvolver de forma muito mais acentuada esse perfil protagonista e autônomo de estudo e empenho científico no programa.

“A pesquisa aqui no SESI busca lapidar isso, como a escrita, a leitura. E as suas ações podem abrir portas para o mundo. Para Juan não foi diferente. Juan soube aproveitar isso muito bem, mesmo no contexto pandêmico, e sempre esteve com a mente aberta para participar de seleções, concursos, chamadas de editais mundo afora. Ele investiu na língua estrangeira, no caso inglês e espanhol, e agora está estudando francês. Ele conseguiu, dentro da IC, desenvolver isso de forma brilhante”, relata o professor.

Segundo Fernando Moutinho, gerente de Educação Científica e Tecnológica, a Iniciação Científica da Rede SESI Bahia de Educação desenvolve a ciência, o empreendedorismo e a inovação de forma prática e integrada. Ele conta que o resultado do programa é cada vez mais significativo nas principais feiras e eventos científicos nacionais e internacionais, com premiações e bolsas importantes conquistadas por alunos em grandes universidades fora do país. É o caso de Juan.

“Além de ele estar desenvolvendo todas as habilidades e potencializando o que ele traz consigo, como caraterística do seu contexto, a iniciação científica promoveu também a construção do projeto de vida e carreira. Esse movimento que ele está fazendo agora é justamente o projeto de vida e carreira que ele desenvolveu através das habilidades e conhecimentos que a iniciação científica proporcionou a ele.”

Programa de Iniciação Científica 

Os projetos de iniciação científica com os alunos da Rede SESI de Educação na Bahia mostram resultados positivos desde o início, em 2016. No estado, as escolas do SESI são as únicas da rede privada de ensino com um programa desta natureza.

São mais de mil estudantes do ensino médio, do 1º ao 3º ano, em dez escolas, integrados às mais diversas áreas de pesquisa, como ciências da natureza, ciências humanas, linguagens, matemática e engenharia. Além de propor temas de investigação para problemas reais e que fazem parte da sua realidade, os estudantes desenvolvem competências e habilidades do século XXI: autogestão, investigação, resolução de problemas e habilidades de comunicação.

A proposta do programa é que, a partir de problemáticas locais e globais, os estudantes utilizem seus conhecimentos sobre ciência, tecnologia, engenharia e matemática na construção de soluções aplicáveis para os desafios do cotidiano e da indústria. O programa pretende, assim, preparar os estudantes para o mundo do trabalho e o ingresso em uma universidade, além de formar cidadãos protagonistas e atuantes diante dos desafios do século XXI. 

Prêmios

Além de toda a experiência acadêmica e pessoal transmitida aos alunos, os projetos realizados vêm mostrando também excelência científica. Em junho, a Rede SESI Bahia de Educação foi destaque na edição 2022 da Feira Brasileira de Jovens Cientistas, evento científico pré-universitário voltado para estudantes do ensino médio de todo o país. Com 22 projetos submetidos, os estudantes das escolas da capital e do interior conquistaram dez premiações em diferentes categorias. Dentre as conquistas, destaca-se uma credencial para a Mostratec, o maior evento do gênero do país e que seleciona projetos de iniciação científica para mostras internacionais.

Fonte: Brasil 61