ANATEL permite desligar 60% dos orelhões
A Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, autorizou as empresas de telefonia responsáveis pelo orelhões instalados no Brasil, a desativar sessenta por cento das linhas implantadas, tendo em vista que os serviços de manutenção estão muito acima da receita que proporcionam, além de sua ineficácia frente ao elevado número de linhas celulares distribuídas pelas operadoras brasileiras.
A Anatel mais uma vez promove um corte considerável na quantidade de telefones públicos presentes no Brasil. A decisão foi tomada com base nas revisões dos contratos de concessão da telefonia fixa, realizados a cada cinco anos pela Anatel.
A proposta é retirar cerca de 461, 3 mil orelhões dos 763 mil orelhões disponíveis no país. Este número representa 60% do total. A Anatel tomou a decisão baseada em dados fornecidos pelas próprias concessionárias que mostram que os telefones públicos estão cada dia obtendo menos interesse da população. O crescente número de telefones celulares no Brasil nos últimos anos tornou a utilização dos orelhões algo supérfluo.
De acordo com a gerente geral de universalização da Anatel, Karla Crossara, “81% dos telefones públicos realizam até quatro chamadas por dia”. A Anatel manteve o posicionamento referente a uma nova redução da planta de telefones públicos em audiência. A agência divulgou um dado importante: os orelhões são utilizados, em média, por 4 minutos por dia, ou 120 minutos por mês. Este número é similar ao encontrado em celulares, em que a média de uso é de 128 minutos, segundo dados de uma consultoria contratada, o que demonstra que os orelhões não são tão irrelevantes quanto possa parecer.
As operadoras de telefonia fixa também reclamam do custo de manutenção dos orelhões. Segundo o sindicato nacional das empresas do ramo, esse gasto chega a duas vezes e meia das receitas com telefones públicos. Talvez esse seja o grande problema referente ao assunto.
Em 2011, a Anatel realizou um levantamento no qual relatou que cerca da metade dos orelhões do país não funcionava. Em alguns estados como Santa Catarina e Paraná o número de telefones públicos inativos chega a 61%.
Com todos esses dados em mãos fica mais fácil analisar que o problema não está no baixo uso dos telefones públicos, visto que eles apresentam praticamente o mesmo uso mensal de seus principais concorrentes, os telefones celulares. O problema certamente está no baixo lucro das operadoras e o grande custo para manter os orelhões em funcionamento.
Para o consumidor, uma ligação feita em um orelhão é consideravelmente mais barata. Enquanto o minuto de uma ligação em um celular sai por R$ 0,14, o mesmo minuto em um orelhão sai por cerca de R$ 0,06.