Arraiá da Conquista mostra sintonia entre artistas e público
Texto e fotos: Ascom PMVC
Quem foi ao Centro Glauber Rocha na noite desta quinta-feira, 22 – a segunda da programação do Arraiá da Conquista –, percebeu que figuras artísticas de peso do forró, como Flávio José, Dorgival Dantas, Targino Gondim, Dominguinhos, Jorge de Altinho, Alcimar Monteiro e outros (além, naturalmente, do maior deles, Luiz Gonzaga) estiveram presentes no palco principal do Centro Glauber Rocha, através das vozes das atrações da noite: Amantes do Forró, Xamego Proibido e Rege de Anagé.
Todos esses artistas, que vivem e trabalham na região, ressaltaram a identificação entre seus repertórios e esses artistas, cujos clássicos não podem deixar de ser interpretados em suas apresentações pelas festas juninas afora. “As músicas da nossa região, músicas conhecidas. Forró pé-de-serra verdadeiramente dito”, disse Rege de Anagé. “É uma atitude louvável da Prefeitura, porque a gente está carente desse forró pé-de-serra. O público quer dançar é esse forró, e a gente fica feliz com esse espaço”.
O sanfoneiro Íris Correia, do grupo Amantes do Forró, foi pelo mesmo caminho ao afirmar que seu repertório privilegia o que ele chamou de “linha gonzagueira”: “É o arrasta-pé, o xote e o baião. A gente trilha por esse caminho. Isso, culturalmente falando, é riquíssimo”.
Hélder Teixeira, vocalista da banda Xamego Proibido, também ressaltou a ligação com as raízes do gênero musical homenageado pelo Arraiá da Conquista. “Sempre procuramos estabelecer a banda para tocar forró pé-de-serra. A gente tem essa peculiaridade, que hoje em dia é difícil”, afirmou, embora tenha destacado, também, o costume de incrementar esses clássicos do forró com toques modernizantes, a fim de atrair também o público jovem. Ele cita o exemplo da música “Pedras que Cantam”, de Dominguinhos e Fausto Nilo: “É fenomenal, essa música. Inclusive, musicalmente, é muito difícil tocar. A gente botou esse pé-de-serra e fez uns acordes de guitarra para dar mais peso na jovialidade. É essa onda aí”, relatou Hélder.
“O forró que a gente quer” – Essa mesma “onda” de forró, de que falaram os artistas da noite, foi seguida por muitos dos participantes do evento. Dos mais jovens aos mais maduros, eles falam em “autenticidade” e “tradição”.
O balconista Rafique Queiroz e a estudante Ana Carolina Marinho, ambos com 19 anos, já haviam ido ao Centro Glauber Rocha na primeira noite do evento, e repetiram a dose na segunda. “Bom demais, é o forró sertanejo da região”, afirmou Rafique, que disse gostar muito de dançar o ritmo. “Minha mulher também gosta”, confidenciou. Ana Carolina confirmou-o: “É bom vir aqui dançar um forrozinho”.
Eugênio Gomes, 52, que foi ao evento com a namorada Regina de Oliveira, 47, e a vizinha dela, Adélia Santos, 58, declarou-se para o evento: “O que nos atraiu foi que a gente quer se divertir. O ambiente é muito bom, tem muito espaço e também muita segurança. Tem as ambulâncias, o Corpo de Bombeiros. E a gente gosta desse forró tradicional”, ressaltou. Eugênio foi além: “Esse é o forró que a gente quer e é por isso que nós estamos aqui, prestigiando. Estamos gostando, e espero que a cada ano melhore”.
Regina também elogiou, ao afirmar que “os cantores que vieram são ótimos”, por terem, segundo ela, “tudo a ver com o São João”. Ela atribuiu isso ao fato de tocarem “forró mesmo, de verdade”. Já Adélia também disse achar “uma maravilha, um lugar muito bom e aconchegante”, mas lamentou: “Pena que são poucos dias. Podia ir até domingo…”
Quadrilha com convidados – A sintonia entre quem estava no palco e quem frequentava a festa ocorreu também no momento em que se apresentou o grupo que participa da oficina de balé e teatro na Praça CEUs. Depois de apresentarem um número de dança, os artistas exibiram uma quadrilha. A novidade é que eles convidaram pessoas da plateia para participarem – e, nisso, obtiveram sucesso. “A intenção era chamar as pessoas do público para a dança. Porque, assim como no teatro, também na dança de quadrilha, o importante é participar e se divertir”, explicou a instrutora de teatro Gabriela de Souza.