As histórias que motivam o trabalho no Esau Matos
“Tenho em meus braços um sonho, um sonho que se tornou realidade. Hoje estou realizada como mulher e como mãe”, declarou a massoterapeuta Fernanda Cardoso ao contemplar mais uma vez o rostinho da filha que descansava em seus braços.
Fernanda é mãe da pequena Ana Cecília, nascida no último dia 21 de fevereiro, no Hospital Municipal Esaú Matos. Diferente da maioria das mães, Fernanda teve uma gravidez de risco após a 25º semana de gestação. “Estava tudo transcorrendo com tranqüilidade, até que minha pressão começou a subir e não estava ficando normal. Então, corri logo para o Esaú, porque sei da qualidade do atendimento ofertado.”
Por causa das complicações na gravidez, a equipe médica decidiu pela internação de Fernanda. “Durante os 28 dias que fiquei internada, os profissionais me acompanhavam e faziam os exames para ver a saúde da minha filha e só fizeram a cesariana quando não tinha mais como esperar, pois o alimento e o sangue não estavam mais passando para a bebê através da placenta e por isso ela estava perdendo peso”.
Ana Cecília nasceu com 37 centímetros e pesando pouco mais de um quilo, por isso, após alguns ajustes, a pequena foi encaminhada para a UTI Neonatal, onde ocupou um dos 10 leitos existentes. “Ela foi muito bem cuidada e eu também tive todo o apoio, inclusive para fazer a ordenha, que é a retirada do leite para alimentar o bebê”.
“Esse apoio é feito por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e assistentes sociais”, explicou a coordenadora de enfermagem da UTI do Esaú Matos, Tizia Pires, que também lembrou que o hospital conta com 15 leitos de UTI semi-intensiva e 4 leitos para Mãe Canguru.
E foi para o leito de Mãe Canguru que a pequena Ana Cecília foi transferida após 28 dias na UTI. “Assim que soube da metodologia canguru, quis fazer, pois tive a oportunidade de ter contato com minha filha durante todo o tempo e aprender mais ainda como cuidar dela”.
No espaço canguru os pais têm a oportunidade de ajudar no desenvolvimento do seu filho por meio do contato pele a pele, com a cabeça do bebê bem próxima ao coração do seu familiar. “Esse contato além de favorecer a terapêutica do bebê, estimula o aleitamento materno, a vinculação afetiva e o empoderamento da mãe”, destacou a coordenadora de Enfermagem da UTI.
Depois de 58 dias de internamento, 30 deles no Mãe Canguru, Ana Cecília pôde ir para casa. Agora, mãe e filha visitam o hospital para as consultas de rotina com a pediatra e, ao andar pelos corredores, Fernanda encontra outras mães que, como ela no passado, permanecem no hospital por algumas semanas, sempre recebendo suporte para exercerem o papel mais importante de suas vidas: o de mãe. Texto e foto: Ascom PMVC