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Biografia de Frei Betto na Nobel

Civilização Brasileira lança a biografia de Frei Betto na Nobel

Foto Jornal O Globo

Com prefácio de Fidel Castro, obra escrita pelo historiador Américo Freire e a jornalista Evanize Sydow conta a história de vida em meio ao contexto histórico do Brasil em sua época. O lançamento ocorre no dia 13 de junho na Nobel e contará com a presença dos autores do livro e do homenageado Frei Betto.

Filho de uma tradicional família mineira, com mãe católica e pai avesso aos homens de batina, Frei Betto teve uma infância e adolescência agitadas em Belo Horizonte na década de 60. Com um primo, se fantasiava de Zorro para entrar na casa dos amigos à noite e assustar as “vítimas”. A dupla fazia dublagens de artistas como Elvis Presley e Maurice Chevalier e chegaram a marcar uma apresentação na TV Italocomi, da qual Frei Betto desistiu. Sua carreira artística não decolou, mas a paixão pelos livros já era latente e o talento para escrever, também.  Foi na mudança para um colégio público, onde estudava à noite e com colegas de várias classes sociais, que Betto começou a mudar. Logo depois, conheceu e entrou para a Juventude Estudantil Católica e percebeu que tinha uma vocação: a religiosa.

Essas e tantas outras histórias saborosas estão na biografia “Frei Betto”, escrita pela jornalista Evanize Sydow e o historiador Américo Freire e publicada agora pela Civilização Brasileira. Os dois revelam detalhes da vida e da obra de Frei Betto, passando por momentos-chave como a descoberta de sua vocação, a militância na educação e na Igreja e o engajamento na luta contra a ditadura no Brasil instaurada pelos militares em 1964. Sua resistência lhe rendeu uma prisão, mas também um dos seus principais livros: “Batismo de sangue”, em que conta a participação dos frades dominicanos do Convento das Perdizes na Aliança Libertadora Nacional e na captura e morte de seu principal líder, Carlos Marighela.

Os autores fizeram longas entrevistas com Frei Betto para o livro e não deixaram temas polêmicos de fora da obra, como o fato do biografado não ter sofrido tortura na prisão por ser sobrinho de um general que tinha ligações com os militares no poder. A controversa saída de Frei Betto do governo Lula, registrada no livro “A mosca azul”, e as críticas que recebeu dos petistas por isso também estão registradas. Os autores mostram como Frei Betto mantinha relações com vários setores da sociedade e também circulava com desenvoltura e tinha bom diálogo com pessoas de classes sociais diferentes.

A sua vocação para ajudar os amigos e pessoas em dificuldades materiais ou espirituais é uma característica ressaltada na biografia de Frei Betto. Também foi a religião que o aproximou definitivamente de Fidel Castro, que escreveu o prefácio desta biografia. O brasileiro é autor de um dos maiores best-sellers da história editorial cubana, “Fidel e a religião: conversas com Frei Betto”, no qual o ex-presidente de Cuba afirma, para surpresa dos compatriotas, a necessidade de união entre cristãos e comunistas. Frei Betto acompanhou a visita de dois Papas católicos a Cuba e é uma espécie de consultor e traço de união da Ilha com Roma.

SOBRE OS AUTORES

AMÉRICO FREIRE é historiador, doutor em História Social, professor do CPDOC/FGV, pesquisador do CNPq e autor dos livros Uma capital para a República, Sinais trocados: o Rio de Janeiro e a República brasileira, entre outros. Organizou, com Jorge Ferreira, A razão indignada: Leonel Brizola em dois tempos (Civilização Brasileira, 2016).

EVANIZE SYDOW é jornalista, mestre em História e autora da biografia Dom Paulo Evaristo Arns, um homem amado e perseguido. É consultora especializada nas temáticas ligadas aos direitos humanos.

SERVIÇO:

Lançamento da biografia Frei Betto com prefácio de Fidel Castro

Data: 13 de junho de 2017. Horário: A partir das 19h. Endereço: Nobel – Centro Empresarial Maria Helena (Av. Otávio Santos, 207- Centro)