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Brasileiro desconhece importância da vacinação na idade adulta e gravidade da pneumonia

O brasileiro acima de 50 anos subestima a relevância da imunização para prevenção de doenças na idade adulta e desconhece as causas da pneumonia. Estes são alguns dos achados da pesquisa Prevenção na Maturidade, encomendada pela Pfizer e realizada pelo instituto de pesquisa GfK Custom Research Brasil, com 1.710 pessoas acima de 50 anos, em 11 regiões metropolitanas do País. Apesar de 64,2% dos entrevistados reconhecerem as vacinas como uma das formas de prevenir doenças, somente 32% afirmam se imunizar quando questionados sobre os cuidados que adotam em saúde e bem-estar. Além disso, apesar de 34,8% afirmarem que a pneumonia é uma doença grave, poucos entrevistados sabem que se trata de uma infecção pulmonar (5,4%).

Como hábito saudável, a vacinação (32%, 3ª opção citada) fica atrás dos cuidados com a alimentação (68%, 1ª opção) e das consultas regulares com médicos (47%, 2ª opção), porém, aparece à frente da prática de atividades físicas (24%, 4ª opção). Prevenção na Maturidade também revela que os brasileiros creem que a imunização é muito mais importante nos primeiros anos de vida do que na velhice. Para 91% dos entrevistados, a idade mais importante para se tomar vacinas é a primeira infância – bebês e crianças pequenas –, ante 6% para os quais a imunização é mais importante para os idosos, na idade adulta (2%) ou na infância e adolescência (1%). A pesquisa expõe ainda que aproximadamente 1/3 dos brasileiros (30% dos entrevistados) nunca ouviu falar sobre vacinação para adultos.

“A imunização é a melhor forma de proteção contra uma série de doenças também na idade adulta. Isto porque as vacinas são capazes de impedir o ataque de vírus e bactérias que podem causar diversas infecções, sendo algumas delas, como a pneumonia, ainda mais agressivas e letais na maturidade”, alerta o infectologista Marcos Cyrillo, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Infectologia e coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).

Real impacto da pneumonia

Em relação à pneumonia, a pesquisa mostra que entre as principais percepções dos brasileiros acima de 50 anos estão: que é uma doença grave (34,8%) e pode, inclusive, levar à morte (25%). Os dados condizem com a realidade, já que a pneumonia é maior causa de mortes por doenças imunopreveníveis no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)1. Infecção pulmonar causada principalmente por vírus ou bactérias, a pneumonia está entre as três principais causas de morte em todas as idades no mundo, atrás apenas das doenças cardíacas (1º lugar) e das doenças cerebrovasculares (2º lugar)1.

Os entrevistados acertam ainda ao descrever a pneumonia como uma enfermidade que causa febre (16,9%), falta de ar (14,3%) e sensação de cansaço (11,5%). No entanto, afirmam que a enfermidade é decorrente de gripe ou resfriado mal curado (31,6%) e apenas 5,4% dos entrevistados sabem que a doença é uma infecção pulmonar. O especilista acredita que esses números refletem a desinformação dos brasileiros sobre as causas reais doença. “Na verdade, infecções virais como a gripe e os resfriados podem causar lesões nas vias respiratórias que tornam nosso organismo mais suscetível à infecção pulmonar. As lesões funcionam como uma porta de entrada para infecções secundárias”, completa Cyrillo.

Outro dado interessante é que, no universo dos participantes da pesquisa Prevenção na Maturidade que ainda não se imunizaram contra a pneumonia (96% do total – amostra de 1.627 pessoas), 21% dizem conhecer a existência de vacinas contra a pneumonia, as anti-pneumocócicas – que protegem o organismo contra a bactéria Streptococcus pneumoniae (S.pneumoniae), popularmente conhecida como pneumococo e principal agente causador da doença. “Acreditamos que parte dos entrevistados tenha confundido o imunizante com as vacinas contra gripe, pois a porcentagem dos entrevistados que afirma conhecer as anti-pneumocócicas (21% em uma sub-amostra de 96% dos entrevistados) contrasta com a pequena parcela (4%) que diz ter tomado este tipo de vacina”, aponta Cyrillo.

Sobre os receios em relação à pneumonia, a maioria dos entrevistados (51,3%) diz temer a necessidade de internação hospitalar por conta da doença, seguido pelo risco de morte (43%) e do receio dos antibióticos não surtirem efeito no tratamento da doença (8,3%). Quando questionados sobre as preocupações em relação a doenças de uma forma geral, a dependência de terceiros é o maior medo dos entrevistados: 54,2% não desejam ficar “incapacitados” e 39,3% não querem “dar trabalho” a familiares e amigos.

 

Sobre a pesquisa

Realizada pela GfK Custom Research Brasil a pedido da Pfizer, a pesquisa Prevenção na Maturidade tem como objetivo conhecer os hábitos, atitudes e sentimentos do brasileiro na maturidade em relação à prevenção de doenças e, especificamente, à vacinação. O levantamento busca ainda verificar o grau de conhecimento da população acima de 50 anos sobre a pneumonia, maior causa de mortes por doenças imunopreveníveis no mundo1. Foram feitas 1.710 entrevistas domiciliares com pessoas acima de 50 anos das classes A, B e C. A fase quantitativa da pesquisa foi realizada entre os meses de novembro e dezembro de 2010, em 11 regiões metropolitanas do País, de acordo com a distribuição abaixo:

 

Sexo

·         56% feminino

·         44% masculino

Idade

  • 29% – 50 a 54 anos
  • 21% – 55 a 59 anos
  • 15% – 60 a 64 anos
  • 13% – 65 a 69 anos
  • 22% – 70 anos ou mais

Estado civil

  • 11% – solteiro
  • 57% – casado/companheiro
  • 20% – viúvo
  • 12% – divorciado/separado

 

Fonte:
1. WHO Global Burden of Disease Report, 2004 Update.

http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/GBD_report_2004update_full.pdf. Acesso em 11 de janeiro de 2010.

 

Prevenção na maturidade

Destaques da pesquisa sobre vacinação na vida adulta, realizada em 11 regiões metropolitanas com 1.710 brasileiros acima de 50 anos

 

Para a maioria dos entrevistados, a “idade” só chegará aos 65 anos. Porém o cuidado com a saúde deve existir desde muito antes.

A partir de qual idade uma pessoa pode ser considerada idosa

Abaixo dos 60 anos

11%

A partir dos 60 anos

29%

A partir dos 65 anos

15%

A partir dos 70 anos

25%

A partir dos 75 anos

3%

A partir dos 80 anos ou mais

17%

 

 

 

Idade em que as pessoas devem começar a se preocupar com problemas de saúde

Sempre/ em qualquer idade

29%

Abaixo dos 40 anos

26%

A partir dos 40 anos

23%

A partir dos 50 anos

12%

A partir dos 60 anos

8%

A partir dos 70 anos ou mais

2%