Café produzido por agricultores familiares baianos tem melhor qualidade
Agricultores da Chapada Diamantina e de Vitória da Conquista, assistidos pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia (Seagri), têm conquistado os primeiros lugares nos concursos de qualidade de café produzido nas duas regiões. Os resultados não poderiam ser melhores para os órgãos estaduais que têm investido na produção de café de qualidade pela agricultura familiar do estado.
Apesar da grande estiagem vivida no campo em 2012, o café colhido pelo agricultor familiar Márcio José de Oliveira, de Barra da Estiva, região de Vitória da Conquista, foi eleito o melhor na modalidade ‘grão natural’, na seletiva estadual do Concurso Nacional de Qualidade dos Cafés, realizado no final do ano passado.
O concurso é uma promoção da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), em parceria com a Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé). “Esta foi uma surpresa muito boa, pois nem pretendia me inscrever. A EBDA teve a iniciativa e devo aos técnicos da empresa esta e outras conquistas alcançadas”, disse Márcio.
Ganho do agricultor
Segundo Dalmar Gusmão Fernandes Junior, chefe do Centro de Formação de Agricultores do Sudoeste da Bahia (Centrecorte), em Itambé, nos dois últimos anos o centro proporcionou 10 cursos sobre Qualidade de Café, para agricultores familiares, e dois cursos sobre Manejo do Café. “Foram mais de 400 agricultores beneficiados, só com a capacitação da cultura, com foco na qualidade do produto”, disse Dalmar. Ele afirma que, após a capacitação, o ganho do agricultor é real, porque o que ele aprende é aplicado imediatamente no campo. “As tecnologias alternativas ensinadas pela EBDA são de baixo custo, o que permite ao cafeicultor familiar aplicá-las e obter resultados positivos de imediato”, explicou Gusmão.
A empresa também atende, de forma efetiva, aos cafeicultores da região que abrange os municípios de Barra da Estiva e Ibicoara. A parceria do Centrecorte com o escritório local da EBDA cadastrou, em Barra da Estiva, cerca de 2.700 agricultores familiares, e em Ibicoara, 1.700, para prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).
“A carência de Ater na região vem sendo suprida pela EBDA, de forma gradativa”, afirma Dalmar. Para ilustrar a importância da ação da empresa na região, o chefe do escritório de Barra da Estiva, Álvaro Nunes Ferraz, cita o trabalho realizado com o agricultor Márcio Oliveira, que teve seu café, tipo arábica, eleito o melhor da Bahia, na modalidade ‘grão natural’.
Segundo Ferraz, no início, a propriedade de Márcio contava com 15 mil pés de café. Como os seus recursos não eram suficientes para manter a área plantada (2,5 hectares), os técnicos da EBDA recomendaram a redução do número de plantas para cinco mil, usando tecnologias apropriadas, e o plantio na área restante com abacaxi, banana e citros.
Hoje, Márcio também planta mogno e cedro para venda da madeira. “As mudanças permitiram a produção de café de qualidade, com maior produtividade, e o agricultor ainda tem uma renda extra com a produção de outras culturas”, assegurou o técnico. “A EBDA é a minha grande incentivadora. A qualquer hora que procuro, os técnicos estão sempre disponíveis para me orientar. Com eles, a qualidade do meu café mudou, e a produtividade também é muito maior”, disse Márcio.