Câmara Municipal homenageia Carlos Jehovah em audiência pública
A Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou Audiência Pública em homenagem ao poeta, escritor e teatrólogo conquistense Carlos Jehovah. A homenagem é fruto da iniciativa dos mandatos dos vereadores Professor Cori e Fernando Jacaré.
Foi uma noite dedicada à arte, com apresentações musicais, de teatro e declamação de poesia. A audiência pública celebrou a trajetória de Carlos Jehovah, escritor, poeta, teatrólogo e incentivador cultural. Fundador e diretor do Grupo de Teatro Avante Época, Casa da Cultura e outras entidades culturais de Vitória da Conquista, Carlos Jehovah Brito Leite tem um papel de destaque no panteão dos imortais acadêmicos brasileiros, seja pelo seu legado como encenador, diretor, dramaturgo, memorialista ou escritor, como foi consagrado, especialmente por sua obra em parceria com Esechias Lima, Auto da Gamela (obra de 1980, prefaciada pela escritora Raquel de Queiroz e bem recebida em vários locais do Brasil) e mais quase uma dezena de outros livros publicados.
Durante o evento, foi exibido um vídeo sobre o homenageado. A produção é assinada pela turma do segundo semestre do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
O diretor geral da FAINOR, Edgard Larry, gravou um vídeo em homenagem a Jehovah. No vídeo, explicou que não pôde participar da audiência porque está em Brasília, onde receberá uma premiação pela FAINOR.
O vereador Professor Cori defendeu uma maior vinculação da educação à cultura. Para ele, Vitória da Conquista necessita valorizar os artistas. Ele acredita que é preciso criar estratégias de incentivo a partir do orçamento municipal, uma forma também de estimular a produção cultural.
A vice-presidente da Casa da Cultura e membro da Academia Conquistense de Letras, Poliana Policarpo, apontou que o homenageado é uma figura que se destaca pelo amor universal. “Este é Carlos Jehovah. Um ser que para mim representa o que se chama de amor universal, o amor fraterno, como o de uma filha para um pai”, disse ela.
Ainda em sua fala, ela desejou a Carlos Jehovah que continue tendo a oportunidade de amar e servir. “Nos revelando a plenitude do que chamamos de verdadeira amizade”, finalizou.
O professor e membro da Academia Conquistense de Letras e da Casa da Cultura, Esechias Araújo Lima, afirmou que a iniciativa foi brilhante. Ele apresentou um vídeo de Carlos Jehovah, registro de 1978, e destacou facetas singulares da trajetória de Jehovah nas letras e no teatro. “Por achar que era pouco ser poeta, e poeta de antenas voltadas para a dor humana, Carlos Jehovah enveredou-se pela mítica e turbulenta seara do teatro”, detalhou. Esechias frisou a capacidade de Jehovah descobrir talentos. “Tem um faro de tal forma aguçado, que consegue atinar, no meio da multidão, com quem veio para emprestar corpo, alma e sina” ao ofício das artes.
A professora, contadora e membro da Academia Conquistense de Letras, Maria das Graças Silveira, afirmou que é uma honra fazer parte de momento tão significativo. Ela frisou que Jehovah contribui com sua arte para o desenvolvimento sociocultural de Vitória da Conquista e do Brasil. Silveira detalhou que Jehovah, como membro fundador da Academia Conquistense de Letras e da Casa da Cultura, contribuiu de forma singular para a aproximação de pessoas de diferentes estratos sociais a partir da arte. “Sua doação à arte é algo extraordinário”, disse.
A presidente da Academia Conquistense de Letras, Elvarlinda Jardim, parabenizou os vereadores Parabéns a Cori (PT) e Fernando Jacaré (PT) pela iniciativa. Ela afirmou que Jehovar tem um significado bastante pessoal, pois a ensinou a dar os primeiros passos no palco, um novo papel além da escrita. “Só tenho a agradecer a Carlos Jehovah”, disse. Jardim, que é poetisa e artista plástica, destacou essa faceta do homenageado, ajudar as pessoas a descobrirem seus talentos. “Eu vim dos rincões de Condeúba e eu não sabia que tinha tanta poesia dentro de mim”, falou. Ela ainda defendeu o incentivo à arte como ferramenta de transformação social.
O contador e diretor de patrimônio da Casa da Cultura, Iris Nery, ressaltou que o homenageado tem grandes virtudes que foram colocadas a serviço das manifestações culturais de Vitória da Conquista e da região sudoeste. “Eu me lembro que muitas vezes Jehovah estendeu o seu trabalho para toda a região, quando as cidades circunvizinhas convidavam”, disse ele ressaltando o altruísmo de Carlos Jehovah. “Isso sem falar das realizações nos colégios de Vitória da Conquista”, adicionou Nery.
A escritora e integrante da Academia Conquistense de Letras e da Casa da Cultura, Solange Sala, disse ser uma honra participar da audiência pública em homenagem a Carlos Jehovah. “A Câmara de Vereadores está de parabéns por ser uma Casa acolhedora do saber, do conhecimento”, disse Sala. A escritora destacou ainda a forma profunda como o homenageado consegue atingir a alma das pessoas a partir da arte. “Carlos Jehovah para mim é um poeta, escritor, dramaturgo que toca a alma da gente. Eu o comparo a Ariano Suassuna, Victor Hugo e Dostoiévski porque alcança a nossa alma de uma forma profunda, entende a necessidade, fala ao coração do ser humano”, apontou ela.
A secretária de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Tina Rocha, frisou a importância da homenagem e destacou a necessidade de ampliar os espaços para a arte.
Um dos proponentes da audiência pública, o vereador Fernando Jacaré (PT) ressaltou que a homenagem da Câmara a Carlos Jehovah foi grandiosa a “um ser humano, uma figura ímpar para a Cultura”. O parlamentar lembrou que a homenagem não ocorreu antes a pedido do próprio Carlos Jehovah. “Não foi homenageado tempos atrás porque disse que não se sentia preparado naquele momento”, contou Jacaré.