Câmara realiza Sessão Especial sobre comércio e indústria
Na manhã desta sexta-feira, 15, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) realizou uma sessão especial sobre o Comércio e Indústria de Vitória da Conquista. A discussão teve a participação de vários representantes desses setores que falaram sobre os avanços e as dificuldades enfrentadas na busca por mais avanços.
O secretário de Serviços Públicos, Esmeraldino Correia, representou o prefeito, Herzem Gusmão. Em sua fala, Correia destacou que o setor de serviços no Brasil emprega mais de 60 milhões de pessoas, um dado que demonstra a importância da atividade empresarial. Segundo ele, a prefeitura está de portas abertas para o segmento para “conversar, deliberar, entender, ouvir, apreender, mas sobretudo tomar atitude de executar”. Ele reiterou a situação da atual gestão: “Somos um governo de oito meses. Seremos um governo de quatro anos com força, com deliberação”.O secretário frisou que a prefeitura tem o compromisso de incentivar o empresariado que é quem gera emprego. Entre as ações, segundo ele, está a revitalização do centro comercial de Conquista, numa parceria público-privada, e a desburocratização dos processos da prefeitura relacionados à atividade empresarial, como a liberação de alvarás. Sobre a barragem do Rio Catolé, aguardada como solução para a escassez de água em Conquista, o secretário frisou que é uma obra que tem aporte de R$ 158 milhões do governo federal e contrapartida de R$ 54 milhões do governo estadual. Ele explicou que com a barragem serão 24 milhões de m² de água para o município contra apenas os cerca de quatro milhões de m² atuais. Água que vai impactar a produção de segmentos como indústria e agricultura. Esmeraldino acredita que o problema só será completamente resolvido com a construção de uma barragem no Rio Pardo, que pode gerar mais de 400 milhões de m²de água. Outro vetor de crescimento destacado é a conclusão do novo aeroporto que deve atrair, segundo ele, novos investimentos para a região sudoeste.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Vitória da Conquista – ACIVIC e Movimento Pró Conquista, Itamar Figueiredo, trouxe ao debate alguns questionamentos: “Como vamos fazer para aumentar o PIB do nosso município?”, “Qual o plano da Prefeitura Municipal para o desenvolvimento das indústrias, comércio e serviços?”, “Como construir esse desenvolvimento de forma homogênea integrada?”. Ele afirma que espera a resposta destas provocações e um plano conciso do poder público. “E esse debate precisa ser transformado em ações concretadas, projetos, em feiras de como atrair investidores para nossa cidade. Precisamos de políticas públicas claras para ajudar nesse desenvolvimento”, completou.
Itamar acredita que a realização desta sessão especial marca um momento ímpar para a cidade, a oportunidade de virar a página política e buscar avanços para município. Ele afirma que durante às últimas quatro eleições municipais o plano desenvolvimento para a indústria é o mesmo. “Precisamos nos impor diante de deputados, governador, diante de todas as autoridades. Não estamos pedindo nada a ninguém, estamos buscando o desenvolvimento sustentável da nossa cidade”, afirmou. O empresário reforça: “Nós ainda estamos aguardando o plano de governo para o município. É preciso que a prefeitura diga como o desenvolvimento de Conquista será trabalhado para sabermos os nossos próximos passos”, finalizou.
O presidente da Associação das Indústrias de Vitória da Conquista (Ainvic), Cláudio Marinho, apontou que o crescimento das indústrias na cidade não tem a participação efetiva do Município e sim dos próprios esforços das famílias que derem essas indústrias. Ele apontou que Vitória da Conquista tem uma tradição familiar em suas indústrias. “Historicamente nós não observamos interferência do Município que gerasse resultados e potencializasse o que nossa cidade oferece”, disse ele.
De acordo com Marinho, é preciso que parcerias sejam firmadas entre o Governo Municipal e as indústrias para que a cidade evolua ainda mais e promova o fortalecimento do setor.
O vereador Gilmar Ferraz (PMDB) afirmou que Vitória da Conquista tem sido um gigante diante dos desafios ao longo do tempo, especialmente neste momento em que o país vive uma grave crise econômica. Ele destacou a importância da sessão especial e comentou que iniciativas de apoio a quem produz no Brasil ainda são pequenas. Ferraz demonstrou preocupação com a crise. Segundo o edil, de janeiro a agosto deste ano ocorreram 3.172 demissões em Conquista, números referentes ao mercado formal. No país, já são mais de 14 milhões de desempregados. Nesse cenário, o vereador mostrou-se confiante na iniciativa da Câmara e enxerga o nascimento de um movimento para estimular a geração de emprego e renda. Para ele, umas das questões prioritárias é incentivar a capacitação constante, tanto de empregadores como empregados. Ferraz lamentou que muitos empresários ainda são descrentes dessa estratégia. Em sua fala, ressaltou que a Comissão de Indústria, Comércio e Turismo, da qual faz parte ao lado dos colegas Dudé (PTB) e Valdemir Dias (PT), fará um debate com representantes de bancos e os produtores rurais do município no dia três de outubro.
Ana Sheila Lemos Andrade, presidente da Câmara de Dirigentes Lojista – CDL, falou sobre a importância do comércio em Conquista que, segundo a lojista, atende mais de 80 cidades da região, com a população consumidora de aproximadamente 2 milhões de pessoas. Ela considera que a cidade está em pleno desenvolvimento e vive hoje um processo de expansão do comércio para os bairros. “O comércio que antes era concentrado no Centro está avançando para os bairros. E esse processo de transição é um bom sinal. Exemplo mais evidente desse comércio forte é a zona oeste, com o bairro Brasil e a Patagônia, que conta com mais de 1.110 estabelecimentos comerciais”, afirma.
Sheila ressalta que mesmo com o fortalecimento do comércio nos bairros, o Centro continua sendo o coração da cidade. Enquanto presidente da CDL, ela afirma que tem buscado parcerias para o desenvolvimento do comércio de Conquista, e escutado sugestões dos lojistas associados, “como a tão sonhada revitalização do centro comercial”, exemplificou. Ela destaca que a melhoria da mobilidade urbana na região tem sido um apelo tanto de lojistas quanto de consumidores. “Um ponto importantíssimo chama-se estacionamento”, pontuou. A lojista pede um estudo técnico detalhado para buscar soluções para essa demanda. Ela sugere a implantação de bolsões de estacionamentos e a possibilidade da parceria público-privada para a construção de edifícios garagem.
O gerente do Serviço Social da Indústria (SESI), Fabrício Vieira, assim como Cláudio Marinho, apontou que ainda falta apoio do poder público às indústrias. “Se Vitória da Conquista configura como um cenário importante para a indústria não foi por apadrinhamento político, é por conta da força de seus empresários”, disse ele cobrando maior apoio do poder público.
Fabrício destacou que Vitória da Conquista é a terceira maior cidade da Bahia, com uma “relevância fundamental para o desenvolvimento sustentável do estado”. Segundo ele, identificando e reconhecendo esse potencial, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) fez investimentos para fomentar o desenvolvimento industrial do município, tendo instalado um equipamento de formação profissional na cidade, desenvolvendo inclusive ações de promoção da saúde do trabalhador. “Não dá para falar de desenvolvimento industrial sem promover qualidade de vida”, disse ele destacando as ações da FIEB no município.
A gerente do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Gygyane Ferraz, falou que a instituição atua há cerca de 21 anos em Conquista, capacitando e formando pessoas para ingressar no mercado de trabalho de comércios de bens, serviços e turismo. Ela afirma que o grande entrave encontrado é a resistência dos próprios empresários. “Muitos deles não liberam e não incentivam seus funcionários a se capacitar. Capacitação esta que favorece a qualidade no atendimento, e prestação de serviços”, contou. Gygyane acredita os gestores das empresas precisam estar preparados e se abrir a esta proposta de preparação dos seus funcionários. “Dessa forma conseguiremos fazer de Conquista um berço de excelência na prestação de serviço”, afirma.
A gerente regional do Sebrae, Josinete Vieira, ressaltou que o desenvolvimento do município passa pelo estímulo ao ambiente de negócio. Ela destacou que Conquista possui mais de 30 mil empresas e mais de 14 mil microempreendedores individuais, empreendimentos e pessoas que contribuem decisivamente para o desenvolvimento de Conquista. A gerente observou que é necessário pensar ações que desburocratizem o processo de abertura de empresas e a capacitação de gestores. Ela informou que estão em curso parceria com o Executivo para estímulo ao ambiente de negócios no município. Josinete destacou o evento Semana Sebrae de Capacitação, evento que acontece de 2 a 7 de outubro na capital e em cidades do interior da Bahia.
O Secretário Municipal de Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico, Cláudio Cardoso, parabenizou a Câmara Municipal pela realização da discussão, que, conforme apontou, promove o compartilhamento de informações que podem cooperar com o planejamento da gestão do município. “O nosso prefeito insiste em planejar e tem feito isso com muita disposição”, apontou ele, destacando que a atual gestão tem se planejado para promover um desenvolvimento sustentável e controlado da cidade.
Ele destacou ainda, que com a consultoria da Dom Cabral em 2018 o Plano Plurianual do município terá o planejamento de ações para promover o desenvolvimento da cidade nos mais variados setores de nossa economia.
O secretário frisou que a prefeitura tem o compromisso de incentivar o empresariado que é quem gera emprego. Entre as ações, segundo ele, está a revitalização do centro comercial de Conquista, numa parceria público-privada, e a desburocratização dos processos da prefeitura relacionados à atividade empresarial, como a liberação de alvarás. Sobre a barragem do Rio Catolé, aguardada como solução para a escassez de água em Conquista, o secretário frisou que é uma obra que tem aporte de R$ 158 milhões do governo federal e contrapartida de R$ 54 milhões do governo estadual. Ele explicou que com a barragem serão 24 milhões de m² de água para o município contra apenas os cerca de quatro milhões de m² atuais. Água que vai impactar a produção de segmentos como indústria e agricultura. Esmeraldino acredita que o problema só será completamente resolvido com a construção de uma barragem no Rio Pardo, que pode gerar mais de 400 milhões de m²de água. Outro vetor de crescimento destacado é a conclusão do novo aeroporto que deve atrair, segundo ele, novos investimentos para a região sudoeste.