Câmara recebe reivindicações da população de Bate Pé
Nota da redação: a Sessão Itinerante da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, realizada nesta quarta-feira, 31, no Distrito de Bate Pé, teve um ingrediente a mais: Grevistas do SIMMP participaram exibindo cartazes com suas reivindicações.
Demandas da comunidade são urgentes – A diretora do Centro Educacional Eurípedes Peri Rosa, Maria Solange de Almeida, ressaltou o movimento grevista dos servidores municipais e destacou que a luta é pelos direitos da categoria. Solange relatou uma série de reivindicações que ela taxou de urgentes. Segundo ela, a escola necessita de uma quadra esportiva coberta e de reforma, pois está no limite de sua capacidade – são 14 salas e todas estão cheias. Ela advertiu que a unidade atende a demanda da região e que a situação se agravou com o fechamento de escolas em localidades vizinhas. Maria Solange ainda pediu apoio dos vereadores para a implementação de atendimento especializado e sala multifuncional para atendimento a alunos com deficiência – a escola possui cinco alunos surdos e não dispõe de condições para atendê-los. Outro ponto destacado é a parceria com o governo estadual – a escola cede cinco salas para aulas do ensino médio, mas por variados problemas, neste ano, somente 12 aulas aconteceram. Ela pediu que a parceria seja revista e a situação regularizada. Solange ressaltou a necessidade de implantação de uma creche, que pode ser construída anexo à escola.
Em sua fala, Solange frisou que Bate Pé e região sofre com a falta de água, são apenas dois carros-pipa por semana, 10 mil litros que não dão conta de atender a escola e as famílias da comunidade. A diretora reconheceu a recuperação da estrada principal do distrito, mas pediu também recuperação das estradas que ligam o distrito a outras localidades. Ela lembrou que muitos alunos não residem no distrito e chegam a gastar horas para chegar à escola em decorrência da depredação das estradas. A diretora alertou para uma infestação de mosquitos na escola e comunidade, possivelmente aedes aegypti, e pediu a intervenção da Prefeitura para solucionar o problema.
Momento de ouvir a população – O supervisor distrital, Domingos Cruz, lembrou que na última sessão itinerante em Bate Pé, no ano passado, ele esteve na tribuna para cobrar e que agora, fazendo parte da gestão municipal, vem para ouvir as demandas da população. Domingos agradeceu ao prefeito Herzem Gusmão e ao vereador Edjaime Rosa Bibia pela confiança e afirmou que tem sido bem recebido em todas as secretarias. Domingos elogiou os moradores e os garis pela limpeza do distrito e disse estar esperançoso com a possibilidade de asfaltamento da estrada de Bate Pé ao Pradoso, a partir de uma emenda federal.
Alunos querem ter seus direitos respeitados – A aluna Itamara Ribeiro disse que justamente durante uma sessão itinerante da Câmara em Bate Pé, no dia 11 de setembro de 2015 esteve cobrando a construção do Colégio Estadual no distrito, que até hoje não foi construído.
Itamara voltou a cobrar sensibilidade por parte do governo, pois os estudantes tiveram até o momento apenas 12 dias de aula. “Pagamos tantos impostos para ficarmos à mercê? Por que a gente não tem uniforme? Por que a gente não tem livro?”, questionou a moradora, apontando que a corrupção e a “roubalheira” fazem com que as pessoas não tenha acesso a uma série de direitos.
Jailson Ferreira “Excelência”, morador do Pradoso, disse que a localidade está abandonada, precisando que várias demandas sejam atendidas pelo poder público. “O Pradoso está jogado aos barrancos”, apontou o morador. Ele pediu que uma creche seja construída no Pradoso. “Eu tenho 220 assinaturas de mães pedindo a construção da creche”, disse ele. Ferreira cobrou que os parlamentares visitem o Pradoso para conhecerem as demandas da localidade.
Vereadores têm que lutar pelo povo – A liderança Valdenor Pereira relatou uma série de problemas enfrentados pela comunidade: estradas esburacadas, posto de saúde em situação precária e falta de uma quadra esportiva coberta. Em sua fala, ainda ressaltou o movimento grevista dos servidores municipais que já atingiu dez dias. Ele se colocou favorável aos servidores e afirmou que a luta é por direitos. Valdenor cobrou uma postura aguerrida dos vereadores, em defesa da população. “Vereadores onde vocês estão para fazer as cobranças por nós?”, disse.
Greve vai além do percentual, categoria quer reforma do plano de carreira – O vice-presidente do Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP), Adair Aparecido Souza, relatou que os professores e monitores estão em greve desde o dia 22 de maio, mas a campanha salarial começou no mês de março com o envio de uma pauta para o Executivo Municipal. “Uma pauta que traz questões econômicas, administrativas, pedagógicas. Discutimos essa pauta com o Executivo, mas infelizmente ainda não chegamos a um denominador comum”, falou. Ele frisou que não se trata de uma pauta recente. “É uma pauta de mais de 25 anos de luta da categoria dos professores trava dentro de Vitória da Conquista”, disse.
Em sua fala, o vice-presidente ressaltou que a luta “é para que possamos ter uma escola melhor”, com assistência do poder público: “É o vaso quebrado, é a pia sem torneira, é a escola que não tem água”. Adair afirmou que “não adianta construir o prédio e não dar assistência. A gente quer prédio com assistência. A gente quer posto de saúde com médico. E a gente quer escola com professor, mas para que a escola tenha professor é preciso valorização”. O sindicalista evidenciou que o movimento vai além da questão salarial, “o que o professor quer é uma reforma de plano de carreira. “É muito mais do que salário. É reconhecer a sua formação, o seu tempo de estudo, que não é pequeno”, detalhou. Adair chamou atenção para a situação dos monitores escolares, responsáveis pela educação infantil. “Estes monitores, infelizmente, no nosso município, embora tenham magistério, embora tenham pedagogia, não são reconhecidos como profissionais da educação. Então a nossa luta é pelo reconhecimento deles também”, falou.
O trabalhador está sofrendo com a retirada dos seus direitos – O líder comunitário Júnior Figueiredo destacou que a Sessão Itinerante é o lugar de a comunidade apresentar as suas cobranças ao Legislativo Municipal. Ele disse que o homem do campo está sofrendo com a retirada de direitos do trabalhador rural, principalmente com a Reforma da Previdência, orquestrada pelo governo Michel Temer. “O Brasil não suporta mais a roubalheira que está instalada”, disse ele.
Antes de concluir a sua dala, Junior cobrou a melhoria das estradas da região. “Precisamos olhar a situação da nossa região”, destacou ele.
Posto de Saúde está trancado com dois cadeados – O morador do distrito de Bate Pé, Néu das Abelhas, apontou que Bate Pé vive com dificuldades principalmente na Saúde. Segundo ele, o Posto de Saúde não está tendo atendimento. Néu disse que a população acreditava que o Governo anterior era ruim e percebe que agora a situação está pior. “Nós achávamos que o prefeito que estava, estava ruim mandando médico de 15 em 15 ou de mês em mês, e agora nós estamos a 125 dias sem uma pessoa para medir uma pressão”, reclamou o cidadão.
Ele pediu que os vereadores cobrem do Executivo Municipal a resolução do problema da falta de médicos no posto de saúde de Bate Pé.