Câmara reune vereadores, Esaú Matos e Prefeitura
Reunião discutiu problemas no hospital relatados por alguns parlamentares nas últimas sessões e também divulgados pela imprensa
Na manhã desta terça-feira, 10, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), por meio do Líder do Governo, Luciano Gomes (PR), realizou uma reunião entre parlamentares e a equipe da Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista (FSVC), que administra o Hospital Esaú Matos, representantes da Secretaria Municipal de Saúde e da Prefeitura Municipal para conversar sobre problemas no hospital, relatados por alguns parlamentares nas últimas sessões e também divulgados pela imprensa.
Participaram da reunião os vereadores Álvaro Pithon (DEM), Cícero Custódio (PV), Irma Lemos (PTB), Lúcia Rocha (DEM), Luciano Gomes (PR), Professor Cori (PT) e Ricardo Babão (PSL); o diretor-presidente da FSVC, padre Edilberto Amorim, a secretária municipal de Saúde, Márcia Viviane, a procuradora geral do município, Luana Andrade, a coordenadora administrativa do Hospital Esaú Matos, Érica Marques, a subsecretária de Saúde, Mônica Achy, a assessora do Hospital Esaú Matos, Karine Brito, a médica auditora do Hospital Esaú Matos, Rosa Alves e o auditor André Moraes.
O vereador Luciano Gomes (PR) explicou a convocação da reunião: “Devido a tudo o que aconteceu durante essa semana no Hospital Esaú Matos, que é referência para o nosso município e região, nós promovemos essa reunião com os representantes do Governo e o diretor do hospital justamente para esclarecer o que realmente aconteceu e como podemos melhorar. Esse é o nosso papel”.
Crise pontual – Os representantes da prefeitura e do hospital admitiram que estão enfrentando dificuldades especificamente na área de obstetrícia, mas que providências estão sendo tomadas, sobretudo referente ao número de médicos. “O hospital está funcionando”, detalhou a secretária de Saúde do município, Márcia Viviane. Ela informou, por exemplo, que a equipe obstétrica foi ampliada, passou a contar com 10 médicos obstetras, antes eram 6, e que os plantões 24h permanecem normais. Toda a equipe foi unânime em relatar a escassez de obstetras no mercado, situação que dificulta a composição do quadro do Esaú. Nesse sentido, o vereador Professor Cori (PT) sugeriu o estabelecimento de uma cooperação técnica entre o município e o Estado, no sentido deste ceder médicos ao município. Viviane informou que já existe uma parceria informal e solidária com o Hospital Geral que vem auxiliando o Esaú e que a prefeitura está negociando com a Secretaria Estadual de Saúde uma cooperação formal.
Segundo o vereador Cícero Custódio (PV), esse problema é reflexo da defasagem dos preços praticados pela Tabela de Procedimentos do SUS que torna o trabalho em hospitais públicos financeiramente pouco atrativo para os médicos. Apontando o mesmo problema na tabela, o vereador Álvaro Pithon (DEM) afirmou que a solução depende unicamente do ministro da Saúde que, segundo Pithon, pode fazer reajustes na Tabela, e ressaltou que o Governo Federal realizou cortes orçamentários na área.
O vereador Ricardo Babão (PSL) destacou a credibilidade do Esaú que, segundo ele, é referência no estado. Ele elogiou a gestão da saúde municipal e disse sempre acompanhar a rotina do hospital, nunca tendo identificado críticas, somente elogios, e acredita que os problemas apontados serão superados, sem prejuízo para a população. A vereadora Lúcia Rocha (DEM) também ressaltou a relevância dos serviços prestados pelo Esaú e alertou para a necessidade de observar a situação dos demais hospitais públicos.
Outra questão abordada foi a saturação da rede municipal de saúde. Segundo a Secretaria de Saúde, apesar de possuir uma população de cerca de 340 mil habitantes, Vitória da Conquista registrou em sua base do Sistema Único de Saúde mais de 600 mil cadastros, ou seja, esse excedente representa pessoas que declararam residir no município, muitas vezes usando o artifício do comprovante de residência falso. Por ser pólo regional e contar com uma rede de assistência maior, Conquista acaba atraindo moradores de outras cidades em busca de atendimento médico. O problema, segundo a equipe da secretaria, é que o orçamento da cidade para a saúde não dá conta desse excedente e que também se trata de uma obrigação das prefeituras desses munícipes. A secretária Viviane informou que o “Esaú é mantido, em dois terços, com recursos do tesouro municipal” e que a prefeitura investe 24% de seu orçamento na saúde, volume maior que os 15% obrigatórios.
Balanço – Para Márcia Viviane a reunião foi “bem positiva e oportuna. Era o momento do Legislativo, juntamente com o Executivo, fazer os esclarecimentos necessários sobre a atual reestrutura administrativa do Hospital Esaú Matos, considerando que nós precisamos andar em conjunto”. Ela informou que um relatório geral sobre o hospital será encaminhado aos vereadores. O relatório “envolve não só o aspecto da especialidade obstetrícia, mas todo o serviço que é ofertado pelo Hospital Esaú Matos e a gestão vai preparar todas as informações o mais rápido possível”, finalizou.
Para o diretor-presidente da Fundação de Saúde, padre Edilberto Amorim, a reunião foi muito proveitosa devido ao seu caráter esclarecedor. O administrador também fez questão de parabenizar a CMVC pela iniciativa. “Hoje para nós da Fundação de Saúde de Vitória da Conquista e para toda a sociedade de Vitória da Conquista foi um momento muito oportuno porque nós tivemos a oportunidade de esclarecer e trazer à tona algumas coisas. Eu quero parabenizar a Câmara por essa iniciativa. Isso é um ponto muito positivo, eu espero que outras reuniões como essa possam acontecer cada vez mais aqui dentro da Câmara de Vereadores”, disse Amorim.
Luciano Gomes lembrou que no próximo dia 20 a CMVC realizará uma Sessão Especial para voltar a discutir esse tema e que antes uma comissão de parlamentares deve visitar o hospital.
Texto e fotos: Ascom/Câmara VC