Campanha conte até 10!
Uma discussão em uma festa por causa do excesso de sal na carne do churrasco acabou em morte. Este é um exemplo de homicídio por motivo fútil ocorrido no Brasil, no ano passado.
Levantamento feito pelo Conselho Nacional do Ministério Público em 15 Estados e no Distrito Federal mostra que situações como essas são mais comuns do que se pode imaginar. O órgão considera que crimes como esse poderiam ter sido evitados.
Outros fatores como causas de homicídio: briga, ciúme, conflito agrário, discussão no trânsito, homofobia, intolerância religiosa, racismo, vingança e violência doméstica. Por conta disso, o órgão, em parceria com o Ministério da Justiça e o CNJ, lançou ontem (8) a campanha publicitária Conte até 10. A idéia é reduzir as mortes no País.
“Conte até 10. A raiva passa. A vida fica”. Essa é a atitude que o CNMP propõe aos brasileiros que estiverem prestes a cometer um ato de violência contra alguém.
De acordo com o Mapa da Violência 2012, grande número dos 49.932 homicídios registrados em todo o Brasil no ano passado (média de 26,2 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes), foi causada por atitudes impulsivas ou motivos fúteis e poderiam ter sido evitados se a calma fosse mantida.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, os dados apontam que homicídios dessa natureza (impulso + fútil) respondem por 43,13% dos crimes que aconteceram em 2011.
Segundo o levantamento entre 2011 e 2012, os homicídios por impulso e por motivo fútil representaram de 25% a 80% dos crimes cometidos, dependendo do Estado.
Quatro atletas estrelam os filmes da campanha: Anderson Silva, campeão mundial peso-médio do UFC; Júnior Cigano, campeão mundial peso-pesado do UFC; Leandro Guilheiro, judoca duas vezes campeão olímpico; e Sarah Menezes, judoca campeã olímpica em 2012. Eles aderiram à iniciativa sem cobrar cachê.
Entre as mensagens inseridas na ação estão “Quem é da paz não briga”, “A raiva passa; a vida fica” e “Sua vida vale mais que qualquer briga”.