fbpx

CETAS Conquista recebe animais de vários estados

 

No último mês, o Cetas recebeu aves do Ibama de Alagoas

Estamos no Parque Municipal da Serra do Periperi. Depois de entrar na construção e passar pelo corredor, em meio a ruídos produzidos por araras, papagaios e pássaros-pretos, tendo a oportunidade de ver de perto tucanos, periquitos e outras aves, chega-se ao ambulatório. Ali, os pacientes são bichos vítimas de maus-tratos por seres humanos ou por ataques de predadores, como um jabuti que convalesce depois de ter sido atendido pela equipe de veterinários.

Dias antes, o animal fora atacado por um cachorro, mas, graças à ação dos técnicos, já está fora de perigo. Na parte externa, o local abriga ainda macacos, preguiças, gatos-do-mato, caititus, corujas… E até um tamanduá-bandeira. O número de hóspedes varia diariamente, pois animais silvestres entram e saem de forma permanente. Mas a equipe calcula que, no início desta semana, a população fosse de aproximadamente 800.

Não, não se trata de um zoológico, pois, em regra, os animais estão ali apenas temporariamente. É o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), serviço que se dedica a resgatar animais silvestres em perigo, dar-lhes assistência veterinária quando necessário e devolvê-los em segurança à natureza.

Cetas funciona exclusivamente à base de investimentos municipais
Cetas funciona exclusivamente à base de investimentos municipais

‘Sensibilidade’ – Desde que foi fundado pela Prefeitura de Vitória da Conquista, em 2000, o Cetas funciona exclusivamente à base de investimentos municipais. Há outros órgãos semelhantes em Salvador e Porto Seguro, mas são mantidos com recursos do Governo Federal e, atualmente, passam por processos de reforma.

Portanto, pode-se dizer, que, neste momento, o Cetas de Vitória da Conquista é o único na Bahia a funcionar integralmente, recebendo as demandas de todo o estado e ainda de outros lugares, como Goiás, São Paulo, Paraíba, Pará e Sergipe.

“É importante destacar a sensibilidade do Governo Municipal, que criou o Cetas e, desde então, banca inteiramente a sua manutenção com pessoal, alimentação, medicamentos, infraestrutura”, afirma Carlos Teles, secretário municipal de Meio Ambiente, à qual se vincula o Cetas.

Teles estende essa “sensibilidade” aos colaboradores mais frequentes das operações do Cetas, como o Ministério Público (Estadual e Federal) e as polícias Militar, Federal, Rodoviária Estadual e Rodoviária Federal. A percepção é compartilhada pelo veterinário Aderbal Azevedo, coordenador do Cetas. “Essa sensibilidade tem que ser muito valorizada. São poucos os municípios que se preocupam com essa questão”, diz.

Mais de 45 mil animais já receberam os cuidados do Cetas
Mais de 45 mil animais já receberam os cuidados do Cetas

‘Experiência bacana’ – A questão a que Azevedo se refere pode ser traduzida em números. Da fundação do Cetas até o final de 2015, mais de 45,6 mil animais passaram pelas mãos da equipe, sendo 86% oriundos de apreensões. De todo esse volume de animais recebidos, 73% foram devolvidos com sucesso à natureza. E, somente em 2016, até o início desta semana, o serviço já havia registrado a chegada de pouco mais de 5 mil bichos.

Outra característica do Cetas é a capacidade de atrair a atenção de estudantes de instituições de ensino superior da Bahia e de outros estados (Paraíba, São Paulo e Distrito Federal são alguns exemplos), e não somente movidos por curiosidade. Muitos recorrem ao serviço em busca de estágio, como a estudante Alana Marques, 22 anos, atualmente no 8º semestre de Biologia na Universidade Federal da Bahia (Ufba). Prestes a concluir o curso, ela frequenta o Cetas três vezes por semana. “Está sendo uma experiência muito bacana. Aqui, podemos aplicar na prática os conhecimentos que adquirimos na universidade”, avalia.

A bióloga Gisele Filadelfo, que hoje faz parte da equipe do Cetas, também começou no serviço na condição de estagiária, ainda como estudante de Biologia. A experiência a ajudou a definir seus planos futuros, unindo o prazer pelo trabalho e a necessidade de trabalhar. “Aprendi muita coisa, fiquei apaixonada pelo serviço. Depois, em 2007, fiz o concurso público só para vir trabalhar aqui”, conta. Secom PMVC.

 

É grande a variedade de espécies que já passou pelo Cetas
É grande a variedade de espécies que já passou pelo Cetas