Com recorde de participantes, SESI Bahia aposta em meninas para brilhar no nacional de robótica
A Bahia será representada por 10 equipes, sendo nove de escolas do SESI e uma da rede pública estadual, apadrinhada pela Liga de Robótica do SESI |
Entre os dias 11 e 15 de março de 2025, Brasília receberá o Festival SESI de Educação, que reunirá estudantes de todo o país em competições de robótica e atividades imersivas. A Bahia será representada por 10 equipes, sendo nove de escolas do SESI e uma da rede pública estadual, que foram definidas na etapa regional realizada em dezembro de 2024. O SESI Bahia embarca, pela primeira vez, com uma delegação tão grande: são 70 estudantes e 13 técnicos. Além disso, a participação feminina se destaca neste ano, com 43 meninas, representando 61% dos alunos, reforçando o protagonismo feminino na robótica baiana. “Esta é a primeira vez que temos esse número de estudantes na delegação, então é uma representatividade importante. Isso também permite que um maior número de técnicos tenha a experiência de ir para o nacional, conhecer boas práticas de outras equipes e trazer isso para o nosso estado, elevando nosso nível técnico”, explica Fernando Moutinho, gerente de Educação Científica e Tecnológica do SESI Bahia. A competição, que é promovida pelo SESI Nacional no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), abrangerá as modalidades First Lego League (FLL), First Tech Challenge (FTC), First Robotics Competition (FRC) e F1 in Schools. As melhores equipes garantirão vagas para torneios internacionais. A Bahia é favorita na modalidade F1 in Schools, já que é a atual campeã nacional e representante brasileira no campeonato mundial é a Sevenspeed, da Escola SESI Reitor Miguel Calmon. Também chega com força no Festival a Pegasus, da unidade Djalma Pessoa, que venceu a seletiva estadual. Outro destaque da delegação baiana é a equipe Robolife, da Escola SESI Candeias, que conquistou pela quinta vez consecutiva a vaga para o nacional. Além da participação com suas próprias equipes, a Liga SESI de Robótica também apadrinha a equipe Flash Light, da Escola Estadual Mestre Paulo dos Anjos, localizada no bairro de Tancredo Neves, em Salvador. Única representante da rede pública estadual na competição, a equipe faz sua estreia no Festival SESI de Educação, apesar de ter sido fundada em 2013. ROBÓTICA NA PRÁTICA O Festival impulsiona a formação técnica dos estudantes, promove inclusão e diversidade nas ciências e engenharias, e prepara os jovens para desafios do futuro. Cada uma das competições permite que os participantes desenvolvam diferentes habilidades dentro da robótica, desde a programação básica até conceitos avançados de engenharia. Moutinho também destaca a dimensão socioambiental da robótica nas escolas SESI. “É mais do que um robô ou um carro de corrida. Essas modalidades existem para desenvolver o que chamamos de competência STEAM, que envolve Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, de forma lúdica, integrada e contextualizada. O objetivo é formar seres humanos que tenham consciência e saibam criar soluções para desafios sociais, econômicos e ambientais”, explica o gerente. AS MODALIDADES Na categoria FLL, representarão a Bahia as equipes Flash Light, Robolife, Nasa e Chronos, compostas por estudantes das escolas SESI de Candeias, Ilhéus e Itapagipe (cidade baixa de Salvador). Essa modalidade envolve a construção e programação de robôs utilizando peças de LEGO, que devem cumprir desafios temáticos em um “tapete de missões”. Além disso, os estudantes desenvolvem projetos de inovação para solucionar problemas reais. A avaliação considera o desempenho do robô, a inovação e os valores fundamentais da competição, como colaboração e criatividade. Lara Eduarda, 13 anos, da equipe Chronos, destaca a importância do treinamento na FLL. “A gente se baseia muito nas equipes de Fórmula 1, quando precisa trocar os pneus. Tem que ser bem rápido, com uma sincronia perfeita. Então, treinamos diversas vezes até atingir o máximo de precisão. Se vamos retirar uma peça com um braço mecânico, por exemplo, temos que repetir o movimento várias vezes até alcançar a sincronia ideal”, explica. Na modalidade FTC, a Bahia será representada pelas equipes XMachine e Hydra, compostas por estudantes das Escolas SESI de Salvador, nos bairros do Retiro e de Piatã, respectivamente. Os participantes, com idades entre 13 e 18 anos, constroem robôs com kits de engenharia que incluem motores, sensores e peças metálicas. Além disso, precisam programar os robôs, geralmente em Java, para executar desafios dentro de uma arena. A avaliação inclui desempenho técnico, inovação do projeto e trabalho em equipe. Bruna Lopes, 16 anos, integrante da equipe Hydra, está confiante para o nacional. “Comparando com a temporada passada, avançamos muito, principalmente porque a maior parte da equipe é formada por veteranos que já estiveram no nacional. O desafio é novo, mas acredito que nos sairemos bem, talvez até consigamos nos classificar para o campeonato internacional”, afirma. Na FRC, a Bahia será representada pela equipe Hydra, da unidade SESI Piatã. Nessa modalidade, estudantes do Ensino Médio (14 a 18 anos) constroem robôs de grande porte – com cerca de 54 kg e 1,5 metro de altura – para realizar tarefas complexas dentro de uma arena. Os robôs são desenvolvidos com materiais como alumínio e sensores avançados, e programados em Java, C++ ou LabVIEW. Além do desempenho técnico, a competição avalia captação de recursos, divulgação do projeto e cooperação entre as equipes. A Hydra também se destaca por sua atuação socioambiental. Recentemente, a equipe retirou meia tonelada de lixo de duas praias e promoveu ações de conscientização. “A robótica transforma vidas, esta é a realidade. Além de falar sobre a importância de manter as praias limpas, disponibilizamos suportes com bobinas de sacos plásticos recicláveis para os barraqueiros e kits para coleta de lixo para os banhistas, tudo feito com acrílico reciclável”, conta Lara Ferreira, 17 anos. Por fim, na F1 in Schools, a Bahia será representada pelas equipes Pegasus, Sevenspeed e Star Racing, das unidades SESI de Piatã, Retiro e Feira de Santana. Com estudantes entre 11 e 19 anos, essa modalidade simula o universo da Fórmula 1, envolvendo o design, construção e teste de miniaturas de carros de corrida, projetadas com software de engenharia e fabricadas em poliuretano leve. Além da parte técnica, as equipes são avaliadas pela gestão financeira, marketing e identidade visual. Maria Júlia, 16 anos, líder da equipe Pegasus, falou sobre a expectativa para a competição. “É o nosso primeiro nacional, então queremos ganhar experiência, mas também temos a expectativa de ficar entre os cinco primeiros e, quem sabe, nos classificarmos para o mundial”, projeta a jovem. SISTEMA FIEB O Serviço Social da Indústria (SESI) é uma das entidades do SISTEMA FIEB. Sob a liderança da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o Sistema Indústria na Bahia é formado ainda pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB). Essas instituições atuam conjuntamente e de maneira integrada, disponibilizando serviços em áreas relevantes para a sociedade, como educação, saúde, lazer, qualificação profissional, informação especializada, desenvolvimento e inovação tecnológica. A FIEB é uma das 27 federações que integram a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade nacional representativa do setor industrial brasileiro. |