“Todos são iguais perante a Lei”, é o que determina a Constituição. Na prática, no entanto, não é o que acontece quando se trata de crianças e adolescentes com deficiência, institucionalizados e aptos para a adoção. Localizada na capital baiana, a casa de acolhimento Lar Vida é um exemplo dessa triste realidade. Em 10 anos, só realizou uma adoção de criança especial.

Deve ser prioridade a tramitação dos processos de adoção em que o menor tiver deficiência ou doença crônica. A determinação está na Lei nº 12.955, de 5 de fevereiro de 2014, mas mesmo com esse aparato da Justiça, as pessoas que querem adotar tendem a buscar uma criança dentro de suas idealizações.

Segundo Monique Almeida, Coordenadora da instituição, o preconceito é manifesto entre os candidatos a adotar. “Percebemos nos encontros que os habilitados interagem mais com as crianças que não têm deficiência. Elas não percebem muito porque é um dia de diversão e lazer, mas nós, da equipe, notamos”, ressalta. 

“Quem vai adotar não quer uma criança que apresente alguma limitação ou necessite de um cuidado maior, uma atenção maior. As pessoas não estão preparadas”, salienta Monique.

De acordo com dados retirados, nesta quarta-feira (9), do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento do Conselho Nacional de Justiça, existem 848 crianças acolhidas na Bahia, entre as quais 51 possuem problemas de saúde, 2 têm doença infectocontagiosa, 9 têm deficiência física e 55 têm deficiência intelectual.

Monique Almeida faz um pedido aos interessados em adotar: “Tenham um olhar com mais amor. As crianças com deficiência também desejam um lar. Elas não são diferentes das outras, também querem ser amadas”.

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Dia da Criança Especial – No dia 9 de dezembro é comemorado o Dia da Criança Especial. Buscando incentivar a igualdade para essas crianças, o Poder Judiciário da Bahia publica esta matéria sobre o tema e também card informativo nas redes sociais.