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Dantelândia cobra mais atenção dos governos

A Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou na noite desta quarta-feira, 09, na Escola Josias Casaes França, no Distrito de Dantelândia, sua primeira sessão itinerante de 2014. O objetivo é aproximar o Poder Legislativo da comunidade rural, dando oportunidade aos moradores de apresentarem as demandas das suas localidades.


O presidente da Câmara, vereador Fernando Vasconcelos (PT), agradeceu a direção da escola, aos colaboradores e falou da sua alegria em presidir a sessão itinerante, tendo em vista a importância dela no sentido de descentralizar as ações legislativas da Câmara Municipal.


A diretora da Escola Josias Casaes, Márcia Cristina da Silva Rodrigues, primeira a usar a tribuna livre, agradeceu a Câmara “por esse momento ímpar”, em que a comunidade teve a oportunidade de apresentar seus anseios aos políticos que a representam. Ela lembrou que a escola foi reformada e ampliada, sendo inaugurada em agosto de 2013, atendendo além da comunidade de Dantelândia as unidades de Herculano Batista, Roça Nova e Félix Pacheco, que fazem parte do Círculo Integrado, daí sua importância e a necessidade de que haja parceria com a comunidade e com o poder público para funcionar de forma eficiente.

“Precisamos de parceria, uma escola não caminha sozinha, se a gente não procurar meios de conservá-la, não chega a lugar nenhum; temos nossas dificuldades também, desde que a nossa escola foi ampliada, não recebeu carteiras, mas nós buscamos conscientizar os alunos para que eles não fiquem sem aula por conta disso, temos que procurar buscar recursos e meios de colocar a unidade para funcionar com o que a gente tem”, disse, acrescentando que a escola fez um projeto e espera contar com a participação da Secretaria de Meio Ambiente para executá-lo.

A diretora aproveitou a oportunidade para dizer aos pais que o Projeto Mais Educação já teve início na sede, mas que os alunos das demais unidades que compõem o círculo ainda não estão participando por causa da falta de transporte. “Já apresentamos essa demanda à Secretaria de Educação e ela prometeu analisar o problema e encontrar uma solução, pois o programa é para atender a todos os alunos do círculo escolar”, informou.


Liomax Brandão, conhecido como Peu de Inhobim, ressaltou que a zona rural representa 18% da população do município e que merece atenção do poder público, já que de lá que sai o arroz, o feijão e o milho que abastece a cidade. “É como se a zona rural fosse o coração do município, o sangue, mas apesar da importância que tem não recebe a devida atenção, as nossas escolas estão largadas; em Veredinha, por exemplo, a escola recebeu os computadores e as professoras estão fazendo uma rifa para comprar a antena; precisamos conscientizar o nosso prefeito, porque Conquista é tida como referência em saúde, mas que saúde? Quer saber o que é saúde, vá até o Hospital de Base, vá aos postos de saúde da zona rural. O prefeito ganhou as eleições fazendo algo que ele condenava, fazendo asfalto no período das eleições”, disse, complementando: “Quero chamar cada um dos vereadores aqui presentes à consciência, não se deixem ser teleguiados por um mal que está aí há 20 anos, não envelheçam com vergonha de si mesmos”, concluiu.


O estudante de Direito Rafael Nunes lamentou a ausência do prefeito e de seus representantes – “fosse em época de eleição estariam presentes” – e afirmou que a violência tem atingido zona rural por causa das drogas e da falta de emprego, situação que acaba gerando reflexos na cidade inteira. Segundo ele, por causa da inércia dos governos municipal e estadual, é comum a ocorrência de assaltos. “Camada expressiva da população que mora na zona rural está amedrontada”, disse, cobrando dos vereadores uma postura crítica, inclusive devendo de forma conjunta cobrar do governo estadual medidas emergenciais para solução dos problemas apresentados.

O morador do Povoado de Lagoa de Zé Luiz, José Aragão, que falou representando a comitiva do local, apresentou duas demandas que considera mais urgentes na comunidade: solicitou a ampliação do cemitério local, um pedido apresentado pela vereadora Irma Lemos ao Executivo que ainda não foi atendido e que o morador pediu celeridade na resolução do caso, e a volta do correspondente dos Correios na localidade para facilitar a comunicação. “Se os vereadores conseguirem viabilizar estas duas solicitações, a comunidade vai ficar muito satisfeita”, disse. Texto e fotos Ascom Camara/VC.