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Dia do Engenheiro Ambiental: profissionais frente aos desafios climáticos e ambientais

Visita técnica com os discentes do curso de Engenharia ambiental da UESB à mina de bentonita da Companhia Brasileira de Bentonita uma empresa do grupo Clariant em Vitória da Conquista. Texto e imagem: Camila Fiusa – Assessoria de Imprensa Crea-BA

Na Bahia, Crea-BA registra 2.224 engenheiros ambientais comprometidos com soluções sustentáveis

Em 31 de janeiro, é celebrado o Dia do Engenheiro Ambiental, uma data que reforça a importância desses profissionais na construção de soluções sustentáveis e na preservação do meio ambiente.

Em um cenário marcado por variações climáticas extremas e pela necessidade de uma transição para modelos econômicos mais eficientes e sustentáveis, o papel desses engenheiros torna-se cada vez mais estratégico.

Entre os desafios que os profissionais enfrentam estão a fiscalização quanto ao cumprimento de normas técnicas e o exercício legal da profissão. 

Melquesedeck Saturnino Cabral Oliveira é um engenheiro ambiental, professor universitário e conselheiro do Crea-BA, que atua na região sudoeste da Bahia.

Segundo ele, a missão essencial da engenharia ambiental é viabilizar o desenvolvimento sustentável, conciliando progresso econômico e conservação ambiental.

“O engenheiro ambiental tem o compromisso de desenvolver e implementar tecnologias e práticas que assegurem a proteção dos recursos naturais sem comprometer as necessidades socioeconômicas das populações.

Nesse sentido, é oportuno destacar que a formação acadêmica desse profissional exige relativo enfoque, mas sem deixar de priorizar os conhecimentos básicos e técnicos que assegurarão a eficiência dos trabalhos e a segurança para a sociedade ou ao meio ambiente. 

Trabalhar no interior da Bahia, uma região marcada por desafios ambientais complexos, mas também por oportunidades significativas de inovação, é uma experiência enriquecedora”, afirma Oliveira.

Os engenheiros ambientais desempenham papel fundamental na gestão dos recursos naturais, na adaptação de infraestruturas às mudanças climáticas e na elaboração e implementação de tecnologias.

Além disso, enfrentam desafios ambientais distintos em áreas urbanas e rurais, tais como poluição do ar, gestão inadequada de resíduos sólidos, supressão irregular de vegetação, erosão do solo e contaminação dos recursos hídricos.

Empresas e sociedade também são responsáveis por esses desafios ambientais, enfrentando questões como a poluição industrial, desperdício de recursos, descarte inadequado de resíduos e degradação de ecossistemas. 

Para mitigar esses impactos, é fundamental a adoção de estratégias sustentáveis, incluindo a redução da pegada ecológica, o cumprimento rigoroso das normas ambientais e o desenvolvimento de práticas que promovam a economia circular e a preservação dos recursos naturais. 

Nesse contexto, a “engenharia verde” se destaca como um conceito essencial, abrangendo práticas e tecnologias que minimizem os impactos ambientais das atividades  humanas, promovendo soluções sustentáveis para a gestão de recursos, redução de emissões e preservação dos ecossistemas.

Para Oliveira, a resposta a esses desafios passa pelo fortalecimento da capacitação técnica dos profissionais envolvidos, inclusive por meio de um maior diálogo entre o Crea-BA, os profissionais, Instituições de Ensino e as Empresas, na popularização de técnicas e tecnologias, e no fomento à pesquisa por soluções ambientalmente mais eficazes.

“O efetivo investimento em práticas de engenharia verde é essencial para mitigar os impactos ambientais e garantir a sustentabilidade dos ecossistemas.

Isso envolve a implementação de soluções baseadas na resiliência ambiental, no uso eficiente de recursos naturais e na incorporação de inovações tecnológicas voltadas para a adaptação climática.

É salutar destacar que a organização profissional, através de associações, também favorece a dinamicidade e troca de experiências entre os profissionais.

Além disso, é fundamental o fortalecimento de políticas públicas que incentivem o desenvolvimento sustentável e promovam a conscientização/sensibilização da sociedade quanto à importância da conservação ambiental”, destaca.

 A conservação dos recursos hídricos na Bahia

A Bahia, estado caracterizado pela diversidade de biomas e presença significativa de áreas semiáridas, enfrenta desafios estruturais na gestão sustentável da água.

Projetos recentes têm buscado a conservação dos recursos hídricos por meio da proteção de nascentes, ampliação e monitoramento de sistemas de irrigação eficientes e incentivo ao reuso de água em processos produtivos.

De acordo com Oliveira, a engenharia ambiental desempenha papel central na identificação e implementação de estratégias para otimizar o uso dos recursos hídricos.

“A aliança entre planejamento ambiental e inovação tecnológica é crucial para garantir a sustentabilidade hídrica, sobretudo em regiões vulneráveis.

A adoção de técnicas como a captação e armazenamento da água de chuva, o tratamento de efluentes para reuso, a construção de barragens de regularização de vazão e a gestão integrada de bacias hidrográficas pode garantir maior segurança hídrica para populações e setores produtivos”, ressalta.

A fiscalização ambiental e o cumprimento da legislação vigente são aspectos fundamentais para a mitigação de impactos ambientais e a garantia da sustentabilidade dos empreendimentos.

Nesse sentido, engenheiros ambientais têm atuação imprescindível em auditorias e vistorias técnicas, assegurando que atividades industriais, agrícolas e urbanas estejam em conformidade com as regulamentações ambientais.

Para Oliveira, há um vasto campo para o aprimoramento das práticas de fiscalização, sendo necessário o fortalecimento da cooperação entre órgãos públicos e empresas privadas. 

“Diante das características e particularidades geográficas e administrativas da Bahia, é salutar o estabelecimento de parcerias estratégicas, a exemplo do que vem sendo praticado entre o Crea-BA e as prefeituras municipais, através da assinatura de termos de cooperação técnica que favorecem a troca de informações sobre obras e serviços públicos, a fiscalização de obras e a implementação das ações de Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), esta que conta com uma força tarefa composta por equipe robusta e devidamente capacitada para identificar lacunas e passivos/impactos que precisam da relativa atenção.

A atuação integrada entre os setores públicos, especialmente através do cruzamento de informações, tende a potencializar as oportunidades de identificação de inconformidades como crimes ambientais e o exercício ilegal da profissão”, enfatiza.

Dessa forma, o papel do engenheiro ambiental transcende a esfera técnica, sendo essencial para a construção de um modelo de desenvolvimento que respeite os limites ecológicos e promova a equidade socioeconômica.

A valorização desse profissional é, portanto, um elemento central na consolidação de políticas ambientais eficazes e na promoção de um futuro sustentável.


Visita técnica com os discentes do curso de Engenharia ambiental da UESB à mina de bentonita da Companhia Brasileira de Bentonita uma empresa do grupo Clariant em Vitória da Conquista.
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