Dilma homenageia mulheres pelo seu dia
Programa de rádio “Café com a Presidenta”, com a Presidenta da República, Dilma Rousseff
Rádio Nacional, 03 de março de 2014
Luciano Seixas: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia para todos que nos acompanham aqui no Café!
Luciano Seixas: Presidenta, estamos interrompendo o seu descanso no Carnaval para antecipar a nossa homenagem às mulheres, 08 de março é o Dia Internacional da Mulher. O que a senhora tem para dizer para as mulheres brasileiras?
Presidenta: Olha, Luciano, eu quero dar os parabéns a todas as mulheres brasileiras por esse dia tão especial e dizer que nós, mulheres, avançamos muito na conquista de direitos e de uma vida melhor no Brasil. Para sermos uma nação mais justa e desenvolvida, Luciano, o Brasil precisa valorizar cada vez mais a força e o talento de cada uma de suas mulheres. Por isso, o nosso governo trabalha com muita firmeza para romper barreiras, combater os preconceitos e as desigualdades, e incentivar a autonomia das mulheres. Foi com essa determinação, Luciano, que nós decidimos, por exemplo, que as mulheres devem ser, prioritariamente, as titulares do cartão do Bolsa Família. E hoje, Luciano, 93% dos cartões do Bolsa Família estão no nome das mulheres.
Luciano Seixas: E qual é a importância disso, presidenta?
Presidenta: Olha, Luciano, isso é muito importante, porque a mulher tem um papel central no cuidado com a família e com a casa. Com o cartão do Bolsa Família em seu nome, ela tem autonomia para usar o dinheiro como quiser, pode comprar alimento, remédio, roupa ou um sapato que está faltando e o material escolar para as crianças. O Minha Casa Minha Vida, para você ver, Luciano, também deu um passo importante para fortalecer o papel da mulher. No Minha Casa Minha Vida, a mulher tem prioridade no registro do imóvel. Veja você, 1,5 milhão de casas foram entregues até janeiro deste ano, 52%, portanto, mais da metade, estão no nome da mulher. Sabe o que é isso, Luciano? É mais direito e mais autonomia para as mulheres.
Luciano Seixas: Maravilha, presidenta! Agora conta para a gente, as mulheres estão estudando mais?
Presidenta: Elas estão estudando mais e estão também buscando qualificação profissional. Para você ter uma ideia, Luciano, elas são mais da metade das bolsas do ProUni, aquelas que garantem o acesso às faculdades privadas, e também elas são mais da metade dos financiamentos do FIES. As mulheres também são maioria nos cursos de qualificação profissional que o Pronatec oferece. Hoje, seis em cada dez alunos do Pronatec são mulheres. E, pelo Brasil afora, elas estão aprendendo uma profissão e melhorando a sua formação para conseguir um bom emprego.
Luciano Seixas: Esse apoio é importante principalmente para as mulheres que não tiveram a chance de estudar e ter uma profissão, não é, presidenta?
Presidenta: Ah, é sim, Luciano, é importante. Muitas dessas mulheres estão no nosso Cadastro Único e elas recebem o Bolsa Família. Por isso, juntamos o Pronatec com o Brasil sem Miséria, e aí, oferecemos uma porta de entrada no mercado de trabalho. Sabe por que, Luciano? Porque cursos de qualificação profissional para as mulheres vão permitir que elas arranjem um emprego, tenham maior renda e, assim, não precisem, no futuro, do Bolsa Família. Veja você que de 970 mil matrículas do Pronatec Brasil sem Miséria, mais de 650 mil foram feitas por mulheres. Com o seu esforço e dedicação, com o apoio de suas famílias, as mulheres podem mudar o seu destino. O governo, o que tem de fazer é oferecer as oportunidades para que elas conquistem uma vida melhor para si mesmas e para a sua família. Foi o que fez, por exemplo, a Maria dos Anjos, lá de Governador Valadares, em Minas Gerais.
Luciano Seixas: Conta a história da Maria dos Anjos para a gente, presidenta.
Presidenta: Conto, sim, Luciano. A Maria dos Anjos tem 40 anos, é casada e tem quatro filhos. Ela cuidava da casa e dos meninos enquanto o marido, o Antônio, vivia de bico, sem emprego fixo. Juntando a renda do Bolsa Família e a renda dos trabalhos do Antônio, a família vivia com R$ 700,00 por mês. Até que a Maria dos Anjos soube do Pronatec e fez o curso de Padaria e Confeitaria no Senai. Ela ainda, Luciano, levou o marido. Antes mesmo de terminar o curso, a Maria dos Anjos já tinha sido contratada. O Antônio também arrumou emprego e agora, juntando o salário que cada um recebe e mais as encomendas de bolos e doces, a renda da família passou para R$ 3 mil. Aí, Luciano, sabe o que a Maria dos Anjos fez? Ela devolveu o cartão do Bolsa Família. A história da Maria dos Anjos é a história de muitas mulheres que se esforçaram e conquistaram seu lugar no mercado de trabalho.
Luciano Seixas: E milhões de empregos foram criados no Brasil nos últimos anos, presidenta. O número de mulheres no mercado de trabalho está crescendo muito, não é mesmo?
Presidenta: É verdade, Luciano. O Brasil criou 4,5 milhões de empregos nos últimos três anos. Desse total, Luciano, mais da metade das vagas foram ocupadas por mulheres. Foram 2,4 milhões de mulheres que tiveram suas carteiras assinadas. E isso, Luciano, é fantástico, mostra a força das mulheres brasileiras, que não deixam escapar uma oportunidade de trabalhar e melhorar de vida.
Luciano Seixas: E no campo, presidenta, como está a situação das trabalhadoras rurais do país?
Presidenta: No acesso à terra, também elas foram beneficiadas. Veja você que, hoje, 72% das propriedades da reforma agrária estão no nome da mulher. Se a gente considerar as mulheres chefes de família, Luciano, a participação delas na posse das terras passou de 13% em 2003 para 23% em 2013. São mais mulheres ajudando a produzir alimentos, tomando decisões e conquistando cada vez mais autonomia.
Luciano Seixas: Presidenta, antes de terminar o Café, a gente não pode deixar de falar de um problema que, infelizmente, ainda atinge muitas mulheres, que é a violência. O que o governo está fazendo para apoiar as mulheres?
Presidenta: Luciano, todas as ações que dão mais oportunidades para as mulheres são fundamentais para romper o ciclo de violência que muitas delas vivem. Mas, para combater a violência, Luciano, não bastam estas ações. Nós temos um programa, o Mulher, Viver sem Violência, que integra vários serviços de apoio às vítimas. Uma ação importante do programa é a construção da Casa da Mulher Brasileira, que vai funcionar como um lugar de denúncia, de acolhimento e de proteção às vítimas da violência. Na Casa, estarão presentes as delegacias da mulher, o Ministério Público, a Justiça Especializada, a Defensoria, a assistência social, o Sine e o Sistema S. Nós vamos construir uma Casa da Mulher Brasileira, Luciano, em cada uma das capitais. Além das Casas, nós temos também um serviço que vai até as mulheres. São 54 ônibus levando atendimento às áreas rurais do país. Em cada ônibus é possível prestar queixa, receber orientação de um promotor e receber o apoio de um psicólogo. Nas comunidades ribeirinhas, como, por exemplo, a Ilha de Marajó, o apoio chega por barco. Isso, Luciano, é mais proteção e mais cidadania para as mulheres.
Luciano Seixas: Presidenta, muito boa a conversa de hoje, mas, infelizmente, o nosso tempo acabou. A senhora quer dar um último recado para as mulheres?!
Presidenta: É claro, Luciano. Antes de encerrar, eu quero lembrar que, na semana que vem, começa a vacinação contra o HPV para meninas de 11 a 13 anos de idade. Esta vacina oferece proteção contra o câncer do colo de útero. Cada menina vai receber três doses e, no ano que vem, vamos expandir essa vacinação para as meninas de nove a onze anos. Nós estamos cuidando, Luciano, das nossas meninas hoje para que, no futuro, elas tenham menos riscos de desenvolver o câncer de colo de útero. Dá tempo para mais um recado, Luciano?
Luciano Seixas: Claro, presidenta.
Presidenta: Eu quero falar para todos os brasileiros, tanto os que vão descansar no Carnaval como os que vão festejar: aproveitem, divirtam-se, mas dirijam com cuidado e responsabilidade. Se beber, não dirija, não permita que a bebida estrague a festa. Um bom Carnaval para todo mundo, para você, Luciano. E até a semana que vem!
Luciano Seixas: Obrigado, presidenta. E você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet, no endereço www.brasil.gov.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!