Empreendedorismo feminino: Mulheres têm 18% menos tempo para se dedicar aos negócios
Especialista no tema, Simone Resende, explica os desafios da administração do tempo e dupla jornada
Uma pesquisa recente realizada pelo Sebrae Minas revelou que mulheres enfrentam 18% menos tempo para dedicar a seus próprios negócios em comparação aos homens.
De acordo com a empresária Simone Resende, essa disparidade, somada a outros desafios, destaca as barreiras significativas que as empreendedoras enfrentam em suas jornadas.
Tempo reduzido para empreender:
Os dados apontam para uma realidade desafiadora, onde as mulheres, mesmo engajadas no mundo do empreendedorismo, se veem limitadas por uma jornada dupla.
O fato de 69% das empreendedoras serem responsáveis pelos cuidados domésticos, em comparação com apenas 31% dos homens, evidencia uma distribuição desigual de responsabilidades que impacta diretamente a gestão de um negócio próprio.
Dupla Jornada: Um obstáculo para o empreendedorismo feminino:
Simone Resende explica que a sobrecarga de responsabilidades é uma barreira expressiva para o sucesso nos negócios para as mulheres, “O relatório destaca que o empreendedorismo feminino não é apenas uma busca por independência financeira, mas uma busca realizada em meio a uma malha complexa de deveres, onde a administração do tempo se torna um desafio adicional”, acrescenta a especialista.
Cuidados com a casa como obstáculo:
A pesquisa revela que, em muitos casos, as mulheres empreendedoras precisam equilibrar as demandas de seus negócios com responsabilidades domésticas que consomem grande parte do seu tempo. “Isso não apenas afeta a eficiência operacional de seus empreendimentos, mas também pode impactar o crescimento profissional e financeiro”, destaca Resende.
A empresária reflete que para entender a profundidade dos desafios, é essencial considerar não apenas a questão do tempo, mas também a persistência de estereótipos de gênero, “As expectativas sociais muitas vezes colocam sobre as mulheres uma carga desproporcional de responsabilidades domésticas, o que pode minar suas ambições empreendedoras”, reforça Simone.
Respostas necessárias:
É fundamental abordar essas discrepâncias de gênero e promover políticas que incentivem a igualdade na distribuição de responsabilidades domésticas.
Isso pode envolver medidas como licenças parentais equitativas, maior conscientização sobre a importância do apoio familiar e programas de mentoria que ajudem as empreendedoras a superarem os obstáculos únicos que enfrentam.
Empoderamento e oportunidades iguais:
Além disso, é crucial criar um ambiente de negócios que promova o empoderamento feminino e proporcione oportunidades iguais.
Iniciativas que visam reduzir as disparidades de gênero, oferecer suporte à capacitação empresarial e facilitar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal podem desempenhar um papel fundamental na promoção de um ecossistema empreendedor mais inclusivo.
Enfrentar as disparidades de gênero no empreendedorismo exige uma abordagem abrangente, desde a mudança de normas culturais até a implementação de políticas que apoiem verdadeiramente a igualdade.
Dessa forma, podemos criar um ambiente onde mulheres empreendedoras possam prosperar, dedicando o tempo necessário para seus negócios, sem serem sobrecarregadas pela dupla jornada que muitas vezes limita seus horizontes.
Sobre Simone Resende
Profissional com formações em Ciências Econômicas e Direito. Ao longo de 31 anos no Tribunal de Justiça do DF, se destacou como Diretora-Geral Administrativa da Vara da Infância e Juventude. Com certificações em Mastercoach pela Federação Brasileira de Coach Integral Sistêmico, é Treinadora Comportamental, PNL e Mastercoach pelo Instituto Marcelo Lyouman. Participou de um curso de Oratória com Samer Agi.