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Estupro: denunciados integrantes da banda “New Hit” e soldado

Estupro qualificado, com concurso de duas ou mais pessoas, concurso material com características de crime hediondo. Por esses crimes, supostamente cometidos contra duas adolescentes de 16 anos, os integrantes da banda ‘New Hit’ Alan Aragão Trigueiros, Edson Bonfim Berhends Santos, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho, Guilherme Augusto Campos Silva, Jefferson Pinto dos Santos, Jhon Ghendow de Souza Silva, Michel Melo de Almeida, Weslen Danilo Borges Lopes e William Ricardo de Farias foram denunciados pelo Ministério Público, por meio da promotora de Justiça de Ruy Barbosa Marisa Marinho Jansen Melo de Oliveira, além do policial militar Carlos Frederico Santos de Aragão.

A ação dá conta de que, no início da madrugada do dia 26 de agosto deste ano, no interior do ônibus estacionado na Praça Santa Tereza, Centro de Ruy Barbosa, a 308 km de Salvador, os acusados abusaram sexualmente das duas adolescentes, “com elas praticando, mediante extrema violência, por repetidas vezes e em alternância, conjunção carnal e atos libidinosos diversos em razão do que foram presos em flagrante”, destacou a promotora de Justiça. As vítimas, que participavam dos festejos da Micareta de Ruy Barbosa, tinham vindo da cidade de Itaberaba. A fim de assistir melhor a apresentação, solicitaram a um dos membros da banda acesso ao trio, o que lhes foi concedido. Após a apresentação, como diversos outros fãs, pediram para tirar fotos e recolher autógrafos dos integrantes da banda. Neste momento, os membros do grupo “lhes sugeriu que fossem para ônibus”, não tendo as adolescentes em nenhum momento feito essa solicitação por conta própria, conforme destaca Marisa Jansen.

No interior do veículo, as garotas, imediatamente ao entrar, passaram a ser “vítimas de atitudes libidinosas por parte dos dançarinos Alan, Wesley e Guilherme, bem como do vocalista de vulgo Dudu, “tendo as duas jovens os repreendido”, pedindo para que parassem, como destacou a promotora de Justiça. Após isso, sob o argumento de que “ali seria mais claro” para fazer as fotografias, as duas jovens foram atraídas para o fundo do ônibus pelos integrantes da banda. Uma delas foi “puxada pelos cabelos” por William, vulgo Brayan, que “desferiu-lhe tapas no rosto e, brutalmente, a arrastou para dentro do banheiro”. Lá, juntamente com Weslen, vulgo Gagau, iniciaram a primeira sessão de estupro, estando a vítima “totalmente acuada e impossibilitada de oferecer resistência”. Embora tenha tentado se desvencilhar dos agressores e escapar, a vítima foi mantida no banheiro para que outros dois membros, d.esta vez Michel e Guilherme, passassem a estuprá-la na sequência. Durante todo o tempo, a adolescente era xingada e agredida fisicamente. Esta mesma vítima ainda foi estuprada, ato contínuo, por Alan, vulgo Alanzinho e Edson dos Santos.

Com a outra adolescente, o processo a violência foi de tal sorte que a promotora de Justiça descreveu os atos dos acusados como “vis e animalescos”. Dudu, que estava sentando ao lado dela no banco do ônibus, foi o primeiro a estuprá-la, em parceria com Jhon Ghendow de Souza Silva. A vítima, que era virgem até então, conforme comprovado em laudo pericial, foi imobilizada, xingada e agredida enquanto era violentada. Após o estupro, as vítimas foram retiradas do veículo por um dos seguranças, “sendo mais uma vez alvo de absurda humilhação e violência”, ressaltou Marisa Jansen.

Todos os atos descritos na denúncia estão comprovados por testemunhos e laudos periciais que comprovaram ainda a presença de espermatozoides nas roupas dos acusados, além de sangue e sêmen nas roupas das vítimas.

Após deixar prisão, banda New Hit marca show em festival de pagode

new hit sai da prisao (Foto: Reprdoução/TV Bahia)
Integrantes deixaram prisão na tarde da quarta-feira
(Foto: Reprdoução/TV Bahia)

Um dia após deixarem o Complexo Penal de Feira de Santana, o empresário da banda New Hit, Jorge Sacramento, informou que o grupo irá voltar a se apresentar em um show no dia 21 de outubro, em um festival de pagode em Salvador.

Nove dos 15 integrantes da banda são suspeitos de estuprarem duas adolescentes de 16 e 17 anos após um show na cidade de Ruy Barbosa. Eles respondem em liberdade por estupro e formação de quadrilha. Os outros integrantes não estão envolvidos.

De acordo com informações de Sacramento, o grupo irá tentar restabelecer a rotina de shows no interior da Bahia. As meninas, deixaram a cidade natal de Itaberaba e estão sob a guarda da Justiça, já que receberam ameaças de fãs do grupo.

A juíza da Vara Crime de Ruy Barbosa, Márcia Simões da Costa, recebeu nesta quinta-feira a denúncia contra os integrantes da banda nos termos em que ela foi oferecida pelo Ministério Público estadual. Os integrantes foram denunciados pela promotora de Justiça de Ruy Barbosa, Marisa Marinho, por estupro qualificado. O grupo será citado por carta precatória para responderem à acusação por escrito no prazo de 10 dias.

Saída da prisão
Liberado por volta das 16h35 desta quarta-feira (3), do Conjunto Penal de Feira de Santana, onde ficou preso por 38 dias, juntamente com outros oito integrantes da New Hit, banda que lidera, o vocalista Eduardo Martins, conhecido como Dudu, falou a caminho de Salvador. Os nove jovens foram soltos mediante um pedido de habeas corpus, deferido na terça-feira (2).

Na breve conversa, que foi interrompida pela falta de sinal de celular, o rapaz informou que tanto ele quanto os outros integrantes da banda estão tranquilos com relação ao processo judicial. “Cadeia é cadeia. Nós estamos bem, e o regime foi igual para todos, sem nenhuma regalia”, disse. Sobre o processo de estupro e formação de quadrilha ele afirmou que não está autorizado a comentar, mas fez questão de frisar que “a justiça é de Deus”. “Estamos aqui fora e agora vão aparecer todas as verdades”, afirmou.

new hit cantor dudu (Foto: Divulgação/Site Oficial)
Eduardo Martins, conhecido como Dudu
(Foto: Divulgação/Site Oficial)

O jovem, que diz ter namorada em Salvador, falou também da atenção dos parentes, amigos e fãs. “O que mais senti foi saudade do meu povo, do meu público que nos deu apoio durante esses dias”, disse. O G1 voltou a contactar o músico, mas segundo seu advogado, Cléber Andrade, ele estava chorando enquanto falava com o pai ao telefone. Os outros jovens seguem para a capital distribuídos em outros dois veículos acompanhados de parentes.

Além dos nove jovens integrantes da banda, um policial é suspeito de conivência no caso. Ele foi liberado na tarde desta quarta, da Coordenadoria de Custódia Provisória (CCP) da corporação, localizada no Batalhão de Choque em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. O policial e os integrantes da banda responderão por estupro e formação de quadrilha em liberdade.

Secretária lamenta
Em documento divulgado nesta quarta (3), a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Lúcia Barbosa, lamentou a possibilidade de soltura dos suspeitos. No documento, ela diz que “o caso merece atenção especial, uma vez que o ato possui características de crime hediondo, com participação de mais de um autor, contra vítimas que não puderam e nem conseguiriam esboçar qualquer reação de defesa”.

Ainda no documento, ela falou da importância de os responsáveis serem julgados para que o caso não fique impune. “Acreditamos que a Justiça dará os encaminhamentos necessários para a responsabilização dos acusados. O importante é não deixar este episódio impune. É preciso que o caso sirva de exemplo para a sociedade, evitando a possível sensação de impunidade. Esta é uma oportunidade de reafirmar que as mulheres baianas têm direito a uma vida sem violência”, pontuou.

Saída
Os nove integrantes da banda de pagode New Hit saíram do Conjunto Penal de Feira de Santana, na tarde desta quarta-feira (3). Os rapazes foram encaminhados à unidade penitenciária no mês de agosto.

De acordo com informações do diretor do conjunto penal, Edmundo Memeri, muitos fãs estavam na porta da unidade na tarde desta quarta. O advogado dos integrantes, Cléber Andrade, informou que o grupo seguirá direto para Salvador em três carros. Após assinaturas de documentos para liberação, o grupo trocou de roupa e recebeu os pertences recolhidos no dia que entraram na unidade penitenciária.

Todos eles, inclusive o PM, foram indiciados por estupro e formação de quadrilha no dia 25 de setembro. O documento, que tem 23 páginas, foi protocolado pelo delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia de Ruy Barbosa, na Vara Criminal, no dia 24 de setembro.

Habeas corpus
Os nove integrantes da banda de pagode New Hit e o policial militar que fazia a segurança do grupo tiveram o pedido de habeas corpus deferido pela Justiça no final da manhã de terça-feira (2). O pedido foi julgado na 2ª turma da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), pelo desembargador Lourival Almeida Trindade, relator da sessão.

Mapa cidade de Ruy Barbosa, Bahia (Foto: Arte G1)

Denúncia
Em nota, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou na terça (2), que a promotora de Justiça de Ruy Barbosa, Marisa Marinho Jansen, ofereceu denúncia à Justiça contra os dez suspeitos pelos crimes de estupro qualificado, com participação de duas ou mais pessoas.

Segundo o MP-BA, a denúncia das adolescentes, de 16 e 17 anos, vítimas do estupro, foi comprovada por testemunhos e laudos periciais.

Ainda na nota, o órgão informa que a promotora relata no documento que durante a ação uma das vítimas foi “puxada pelos cabelos, agredida fisicamente e xingada” por seis dos suspeitos. Na denúncia, a promotora classifica como “vis e animalescos” os atos cometidos contra a outra adolescente envolvida no caso.

Investigações
De acordo com o delegado Marcelo Cavalcanti, o laudo fornecido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), de Feira de Santana apontou que foi encontrada uma quantidade de sêmen nas roupas das meninas e de um dos músicos. Segundo a polícia, o resultado foi considerado prova material e influenciou no indiciamento dos suspeitos.

A polícia indicou ainda que o volume de sêmen localizado é “bastante” superior à quantidade de “uma, duas ou três pessoas”. Por isso, foi solicitado a realização de exames de DNA para identificar a quem pertence o sêmen localizado pela perícia. O prazo para divulgação do resultado é superior a 60 dias.

Ameaças de morte
Após receberem ameaças de morte, as duas jovens foram encaminhadas a Salvador e fazem parte do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM). A solicitação foi feita pelo Conselho Tutelar da cidade de Itaberaba, que fica próxima ao município de Ruy Barbosa, após denúncias feitas pelas famílias das jovens.

“Elas estão recebendo o apoio da Secretaria da Justiça Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) para a reinserção na sociedade. Aqui recebem novo endereço e a tentativa do órgão de entregar a elas novas condições saudáveis de vida em sociedade”, explica Iraciara Cerqueira, coordenadora de gestão de direitos humanos do estado. O programa tem o apoio da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, cuja função é monitorar a segurança às jovens e suas famílias.

Segundo a Secretaria da Justiça Cidadania e Direitos Humanos, apesar das investigações serem mantidas sob sigilo judicial, sabe-se que as ameaças partiram de telefonemas e também pela internet, nas redes sociais.

Liminares
A Justiça negou a liminar do habeas corpus para um dos integrantes da banda de pagode New Hit e para um policial militar no dia 13 de setembro. Para os outros oito integrantes os pedidos de habeas corpus foram negados no dia 6 de setembro pelo desembargador e relator do processo, Lourival Almeida Trindade, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

Estupro
Segundo relato das vítimas, elas foram até o trio da banda para pedir autógrafos e tirar fotos com os artistas. Um produtor do grupo teria orientado as garotas a ir para o ônibus da banda, onde denunciaram ter ocorrido a violência sexual. Segundo a polícia, dois integrantes admitiram que fizeram sexo com as adolescentes, porém com consentimento. Os outros negaram que tiveram relação sexual com as garotas.