Ex-alunos surdos do Caic selecionados para IFBA
Quatro ex-alunos do Centro Educacional Professor Paulo Freire (Caic) receberam uma boa notícia. Eles foram selecionados para cursar o Ensino Técnico no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), que une Ensino Médio e capacitação profissional.
Os estudantes Mateus Amorim, Luciano Henrique Cipriano foram aprovados para o curso de Eletromecânica. Já Ruth Veloso e Warley Cabral vão cursar Informática. Todos eles estudaram no Caic durante o Ensino Fundamental II e frequentaram a sala de aula regular. No turno oposto ao das aulas regulares, eles participaram de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos, que caracterizam o Atendimento Educacional Especializado (AEE) organizado e planejado para cada tipo de deficiência.
“É importante o aluno ter esse suporte, porque eles precisam de apoio específico. O AEE complementa e suplementa o que acontece na sala de aula”, destacou Milania Bonfim, professora de libras do Caic. Apoio reconhecido pelos alunos. “Gosto bastante dessa escola, aqui aprendi bastante. Eu me desenvolvi muito em todos os aspectos”, afirmou Luciano.
Para a intérprete Mary Christian Soares, o acompanhamento aos alunos faz a diferença. “O importante é a escola se adaptar a esses alunos, e não o contrário. É importante também acreditar neles, que são capazes. A visão de mundo deles é tremenda. Por isso, a inclusão é tão relevante”.
Segundo Mateus, a escola foi fundamental para sua aprovação. “Quando a intérprete chegou ao Caic eu fui começando a absorver os conteúdos e também a ter dúvidas. Aí a Mary foi me auxiliando e tudo foi melhorando. Eu me desenvolvi nos estudos e fiquei muito feliz quando vi que passei no Ifba”. A dona de casa Luci Dias Amorim, mãe de Mateus, concorda. “Ele teve todo o apoio. Não tenho nem explicação para o tamanho da felicidade que senti ao vê-lo aprovado”.
Warley, único deficiente auditivo do grupo, também falou sobre o papel da escola em seu aprendizado. “Foi muito importante para mim. Aqui aprendi a me desenvolver porque o professor ensina e aconselha”. “Foi muito bom estudar no Caic. Eu tinha dúvidas dentro da sala de aula, mas eu perguntava muito e depois ficava feliz quando conseguia responder”, complementou Ruth.