“Família Acolhedora”: inserção de crianças em núcleos familiares
Ao entrar na casa da professora Regina Aguiar é possível perceber algo diferente. O cheirinho e as roupinhas de bebê são indícios de que ali se encontra alguém muito especial. O pequeno Felipe*, de apenas cinco meses, mudou a rotina da família, cadastrada no serviço Família Acolhedora.
Criado em 2011, o serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade faz parte da política do Governo Municipal que busca garantir o cumprimento dos direitos do público infantojuvenil. Por meio dele, famílias de Vitória da Conquista são cadastradas e capacitadas para receberem provisoriamente em suas casas crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, afastados de seus lares de origem por ordem judicial.
A gerente do Família Acolhedora, Regina Correia, destacou as vantagens da inserção das crianças em núcleos familiares. “Assim elas podem continuar participando de uma família, dando continuidade ao convívio familiar e, dependendo da fase que elas se encontram, tendo a família substituta como um modelo de comportamento de convivência social”, destacou.
Somente este ano, quatro novas famílias se inscreveram no programa, somando assim, 23 lares que acolhem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, dando a eles amparo, aceitação, amor e a possibilidade de convivência familiar e comunitária. Essas famílias atuam sob o acompanhamento do Poder Judiciário local e da equipe técnica do serviço, composta por assistente social e psicóloga.
A professora Regina Aguiar, mãe de duas moças e de um garoto de 10 anos, e cadastrada no Serviço Família Acolhedora, recebe pela segunda vez uma criança em sua casa. “Antes do Felipe, recebemos um menino de dois anos e a experiência foi muito gratificante, pois desde pequena eu tinha a intenção de ajudar crianças que precisassem de mim”, relatou. Regina também falou sobre a necessidade da adesão de outras famílias ao serviço: “É muito importante que outras famílias participem dessa iniciativa”.
Sobre o trabalho realizado este ano, a gerente do Família Acolhedora, Regina Correia, faz um balanço positivo. “Cada família que adere ao serviço é uma vitória para nós. Percebemos que a sociedade está entendendo a importância do trabalho e confiando cada vez mais no serviço e na equipe que nele atua. Elas percebem que o Família Acolhedora, de fato, funciona. Nesse semestre, tivemos uma criança acolhida em família acolhedora e outra reintegrada à família de origem”, destacou.
Além de acompanhar as famílias acolhedoras, o serviço atua diretamente na reintegração das crianças e dos adolescentes aos seus lares de origem. A equipe do serviço também realiza palestras e visitas em instituições públicas e privadas com o objetivo de divulgar e buscar parcerias para a realização das ações.
Como se cadastrar no Família Acolhedora – Podem se inscrever no serviço, casais, mulheres e homens solteiros, desde que tenham idade mínima de 21 anos, respeitando a diferença de 16 anos entre a criança acolhida e o adulto acolhedor. Os cadastrados também não devem estar respondendo a inquérito policial ou envolvidos em processo judicial. Devem ainda dispor de boa saúde física e psíquica, não ter problemas com alcoolismo ou vício em drogas ilícitas.
Deve-se ainda ter residência fixa em Vitória da Conquista, ter disponibilidade para o cuidado com a criança de até 6 anos, dispor de tempo para participar do processo de capacitação e acompanhamento proposto pelo programa e zelar pela saúde da criança e garantir os seus direitos.
Os interessados devem se dirigir à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, localizada na Avenida Juracy Magalhães, n° 182, Jurema.
*A fim de preservar a identidade da criança, foi utilizado nome fictício.