Feira Agroecológica na UESB incentiva consumo de produtos orgânicos
Ascom UESB
Você sabe quais os impactos do consumo de alimentos e produtos com agrotóxicos? Mas onde encontrar opções livres desses produtos químicos? Pensando nisso, um grupo de profissionais da UESB deu início a uma Feira Agroecológica, no campus de Vitória da Conquista. Um outro grupo vem realizando feira semelhante na parte da manhã dos domingos, na Pracinha da Normal.
Reunindo pequenos produtores da região, a Feira será realizada toda sexta-feira, em um espaço em frente ao Módulo Antônio Luís Santos (Luisão), das 9 às 21 horas. No local, é possível encontrar hortaliças, verduras, mel, ovos, plantas e uma série de produtos orgânicos e livres de agrotóxicos.
Dentro dessa consciência, é possível encontrar até cosméticos produzidos de forma natural. Michele Andrade (foto) é artesã e vem desenvolvendo uma produção própria de produtos dentro desse segmento, como batons, sabão, desodorante etc. “Eu tinha uma preocupação com a parte de alimentação, uma alimentação mais saudável, consumir mais orgânicos. Isso foi crescendo e acabei trazendo para a parte de cosméticos. A Feira é uma fonte de informação, que eu posso divulgar meu trabalho, as pessoas conhecerem e também estimular essa consciência do que consumir”, explicou Andrade.
“PL do Veneno” – Uma das motivações para o desenvolvimento da Feira Agroecológico foi o Projeto de Lei 6299/02, conhecido como “PL do Veneno”, que visa atualizar a lei dos agrotóxicos. “Se essa PL, de fato, for aprovada, haverá uma interferência na regulação, ou seja, vai facilitar a introdução de mais agrotóxicos no país, facilitar testes de novos agrotóxicos. É um momento crítico porque há uma tendência mundial de reduzir o uso de agrotóxicos, e a gente vê o contrário no Brasil”, defendeu Generosa Ribeiro, coordenadora da Feira.
Além disso, Ribeiro destacou o papel de incentivo da produção de produtos orgânicos, bem como de consumo dos mesmos. “A promoção de feiras agroecológicas como essa vem mostrar para a comunidade que há uma alternativa de vida além desses agrotóxicos. É possível produzir alimentos limpos. Quando a gente divulga feiras como essa, estamos incentivando a continuidade dessa produção e valorizando o trabalho do pequeno produtor que não usa nenhum tipo de agrotóxico em sua produção”, disse.
Pesquisas desenvolvidas – Durante a Feira, alunos do curso de Engenharia Florestal estiveram aplicando questionários para pesquisas coordenadas pela professora Daíse Cardoso, do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia (DFZ). Questões de gestão de resíduos sólidos, bem como a identificação do perfil dos consumidores e dos produtores da Feira estiveram em pauta nesse trabalho.
Cardoso ressaltou o olhar para os resíduos produzidos na Feira em sua pesquisa: “ao final da Feira, a gente vai avaliar a quantidade e o tipo de resíduo produzido, mas eu já percebi que não vai ser muito porque eles mesmo se responsabilizaram por isso, trouxeram sacolinhas de papel pra ninguém usar de plástico”.
A Feira Agroecológica é uma iniciativa de servidores do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (DCET) e do Setor de Apicultura e Meliponicultura da Universidade, e conta com o Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) como parceiro.