Hino retrata momento decisivo na política do Brasil
Composto em 1890, a obra do jornalista Medeiros e Albuquerque e do maestro Leopoldo Miguez exaltava a aspiração do País à liberdade
“Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós.” O verso, eternizado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense, em samba-enredo no carnaval do Rio de Janeiro, em 1989, é o refrão do símbolo mais representativo da maior transformação política brasileira: o Hino da Proclamação da República.
Composta em 1890, pelo jornalista e escritor Medeiros e Albuquerque e pelo compositor e maestro Leopoldo Miguez, a obra foi a vencedora de concurso realizado para eleger, na verdade, o hino oficial do Brasil republicano.
Com letra marcada por um vocabulário considerado então rebuscado e ufanista, a composição foi preterida e deixou de ser oficializada como o Hino Nacional. Mas em janeiro de 1890, por decreto, passou a ser o Hino da Proclamação da República.
História
O hino é o retrato do anseio por liberdade de uma população que então aspirava por uma forma de governo que garantisse mais liberdades e democracia e menos autoritarismo. O Brasil clamava por um sistema de governo capaz de fazer o País progredir e avançar nas questões políticas, econômicas e sociais.
A resposta veio em 1889. No dia 15 de novembro daquele ano, no Rio de Janeiro, então capital do País, o marechal Deodoro da Fonseca liderou um golpe militar que derrubou a monarquia constitucional parlamentarista do Império, marcou o fim da soberania de Dom Pedro II e instaurou a República Federativa e Presidencialista no Brasil. Deodoro tornou-se o primeiro presidente brasileiro, ao instituir um governo provisório.
A partir daquele momento, a população poderia eleger seus governantes por meio do voto. O Brasil era considerado o único País independente do continente americano ainda governado por um imperador. A independência já havia sido conquistada, em 7 de setembro de 1822, por iniciativa de Dom Pedro I.