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Hospital de Base: Zero maca no corredor

Conquista: secretário de Saúde reclama de macas no corredor de hospital e dá prazo a diretores. Se não cumprir, sai.

Em visita ao Hospital Geral de Vitória da Conquista, onde inaugurou a Central de Material e Esterilização (CME) e o serviço de saúde bucal dos pacientes com câncer, o secretário de Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas reclamou das macas com pacientes que ainda ocupam um dos corredores do hospital. Na manhã daquela sexta-feira havia, pelo menos, 30 pacientes sendo atendidos em macas colocadas no corredor central do Hospital Geral, uma situação que se repete há muito tempo. Segundo funcionários do HGVC a quantidade de pacientes atendidos e internados em macas no corredor é bem menor do que há alguns meses, mas é difícil acabar com a situação porque a demanda é gigantesca.

Para Fábio Vilas-Boas o hospital vai ter que dar um jeito. Ele passou duas vezes pelo corredor cheio de macas e pacientes no trajeto da visita aos setores que receberam melhorias. No auditório, chamou a atenção da direção do hospital, com um discurso contundente em que repetiu metas e deu prazo para que o hospital melhore a sua eficiência e resolutividade, reduzindo o tempo de internação, com o fim de aumentar a capacidade de atendimento e as vagas. Vilas-Boas disse que até maio voltará ao Hospital Geral de Vitória da Conquista para cobrar os resultados.

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Fábio Vilas-Boas (à esquerda, com Joás Meira) passa por paciente que estava em uma maca no corredor.

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Leninha, ao lado de Josias Gomes, recebeu a incumbência de acabar com as macas no corredor.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Vitória da Conquista é, junto com Salvador e Feira de Santana, um centro que faz todos os procedimentos de saúde e tem todas as condições de dar uma boa resposta, mas que ainda falta resolutividade ao HGVC, o que precisa mudar.

Ele disse que o Governo do Estado está melhorando as condições de trabalho e da prestação de serviço no hospital e citou o conserto do tomógrafo e a contratação de uma PPP (Parceria Público-Privada) para ampliar os serviços de imagem. Até o fim de primeiro semestre de 2016, com a aquisição de mais um tomógrafo, segundo o secretário, um dos mais modernos do mundo, que chegará em maio, o HGVC terá dois tomógrafos, dois Raios-X novos e uma ressonância magnética, a primeira de um hospital público na região e que deve chegar até junho.

Fábio disse que recebendo esse apoio, a direção do hospital não pode mais dar desculpas e continuar jogando nas costas do governo do Estado eventuais deficiências no atendimento. Ele brincou com o vice-prefeito Joás Meira, que representava o prefeito Guilherme Menezes no ato, e disse que não adianta o prefeito pedir ao governador mais hospital, pois as condições estavam sendo dadas para que o HGVC seja capaz de prestar o atendimento que se espera. Depois, dirigindo-se à diretora geral do hospital, enfermeira Marilene Ferraz Vilas-Boas, ele afirmou que o não cumprimento das metas dentro do prazo levaria à sua substituição.

O secretário disse não querer nem saber quem indicou a diretora para o cargo. Afirmou que, para ele, Leninha, como a diretora é conhecida, é uma técnica e se os resultados não vierem ela será substituida. “E isso vale para todo mundo – falou Fábio Vilas-Boas a uma plateia de cerca de 30 coordenadores, chefes e servidores. Até para o doutor Zezinho [José Antonio Fernandes Santos, supervisor médico do HGVC] e não importa que ele tenha sido meu monitor de citologia, se a meta não for cumprida ele sai”. O prazo dado para que a diretoria do HGVC se adapte aos que Vilas-Boas chamou de novos parâmetros, é de seis meses, a partir de janeiro.

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Secretário deu prazo para diretoria do HGVC cumprir metas. Quem não conseguir vai sair, indepente de padrinho político, assegurou Vilas-Boas.

Zero Maca no Corredor

Ao BLOG DE GIORLANDO LIMA o secretário de Saúde, que estava acompanhado do secretário de Relações Institucionais (Serin), Josias Gomes e do secretário de Agricultura, Vitor Bonfim, explicou o seu projeto de Zero Maca no Corredor. Segundo Fábio Vilas-Boas, maca em corredor era a regra em todos os hospitais públicos do estado da Bahia e que, desde que ele assumiu, essa realidade está mudando. “Desde que nós assumimos estamos implantando esse programa Zero Maca e conseguimos eliminar as macas de corredor no Hospital Roberto Santos. Estamos agora fazendo isso no HGE e Conquista já conseguiu reduzir em quase 50% o número de macas no corredor”. Para Fábio Vilas-Boas essa situação pode e tem que melhorar, no prazo determinado pelo governo. De acordo com ele, o objetivo é reduzir o tempo médio de internação, aumentar o giro-leito, para que tenha mais vagas nas enfermarias e os pacientes não precisem ficar no corredor.

O secretário acredita que com o funcionamento da UPA 24 Horas, cuja inauguração é prevista para março do ano que vem, vai ser possível zerar as macas nos corredores do Hospital Geral de Vitória da Conquista. “A gente vai conseguir, definitivamente, acabar com essa cena, que é uma cena que não é para existir em nenhum hospital do estado da Bahia. Estamos acabando com essa cena em vários hospitais e a maior vitrine de que isso é possível é o Hospital Roberto Santos, que já não tinha mais corredores, já estavam botando macas fora do hospital e hoje não tem nenhuma maca nos corredores do Roberto Santos”.

Os investimentos

Além da PPP de Imagem, que desde o início do mês assumiu os serviços de Raios-X, mamografia e tomografia e em seis meses dotará o Hospital Geral de Vitória da Conquista de novos equipamentos, o Governo do Estado melhorou e ampliou a Central de Material e Esterilização (CME), com investimento de R$ 1,3 milhão, e entregou o serviço de saúde bucal dos pacientes com câncer. Segundo o secretário, a PPP de Imagem representa grande economia para o Estado visto que reduz o tempo de internamento dos pacientes que ficam à espera dos resultados de exames e ainda garante uma atualização periódica da tecnologia, já que os investimentos estão previstos no contrato de concessão.

Ao ressaltar a importância do serviço de saúde bucal, que tem a capacidade para atender 160 pacientes por mês, Fábio Vilas-Boas explicou que, assim como a condição bucal pode interferir no tratamento oncológico, o próprio tratamento com radioterapia e quimioterapia pode produzir efeitos colaterais, entre eles, a mucosite, que consiste na inflamação severa da mucosa bucal, o que muitas vezes impede os pacientes de se alimentar, culminando com a interrupção do tratamento”.