Joaquim Barbosa na Presidência do STF
Por Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Acionista Majoritário do Grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com
Recentemente tomou pose da presidência do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa, nacionalmente conhecido por ser o relator do julgamento do Mensalão. Apesar do resultado ser esperado, já que a eleição segue o critério da antiguidade, Joaquim Barbosa assume como o primeiro negro na presidência do STF.
Aos 58 anos, Barbosa tem uma história de vida que deve servir de exemplo. Filho de um pedreiro e de uma dona de casa, nascido no interior de Minas Gerais, ele chega ao mais alto posto da Suprema Corte de Justiça do país depois de nove anos no STF, onde ingressou por indicação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Estudante de escola pública, Barbosa se formou em Direito na Universidade de Brasília, onde também fez mestrado em Direito do Estado. Conhecido pelo temperamento forte, ele já se envolveu em várias discussões com outros ministros do STF, inclusive com Ricardo Lewandowski, revisor do caso mensalão e que assume a vice-presidência do STF.
Barbosa se mostra um exemplo de rigor na justiça brasileira por não ter, até então, demonstrado nenhum tipo de atitude que caracterize o beneficiamento dos réus no processo do mensalão. Por curiosidade, estes foram os que, há nove anos, o indicaram para a cadeira na Suprema Corte do Brasil. Joaquim Barbosa demonstrou personalidade forte e integridade ao condenar José Dirceu por corrupção ativa pelo envolvimento no esquema de compra de apoio político durante o primeiro mandato do governo Lula.
Mostrando ainda mais personalidade, Joaquim Barbosa também não se abateu por ter Antonio Carlos de Almeida Castro, defensor de poderosos em Brasília e quem negociou sua cadeira no STF, como advogado de defesa do publicitário Duda Mendonça, também réu no processo do mensalão.
Ao ser reverenciado na rua pelos populares – que passaram a conhecer o nome de Barbosa após o inicio do julgamento do mensalão – que apoiam as decisões do ministro durante o julgamento mais esperado de 2012, fica evidente que ao assumir a presidência da Suprema Corte Brasileira, Joaquim Barbosa deverá controlar mais a impulsividade. Contudo, pelos próximos dois anos, podemos ter a certeza que a mais alta corte do Brasil não titubeará em punir aqueles que brincam com o dinheiro público brasileiro infringindo as escâncaras a legislação pátria.
Joaquim Barbosa tornou-se um exemplo para os brasileiros. Pela determinação de vencer na vida e, neste caso, utilizando-se de uma inteligência incomum e da educação como alavanca para essa vitória. E mesmo chegando ao ponto máximo de uma carreira jurídica, não se deixou corromper pelas conversas e atitudes alheias. Sem dúvidas uma escolha coerente.