Marcelo Nilo pede reintegração de posse na Justiça
Marcelo Nilo entra na Justiça para que docentes grevistas desocupem ALBA
Categoria está no saguão da Assembleia Legislativa há mais de 90 dias.
Presidente da ALBA e grevistas se reuniram, mas não houve acordo.
(Foto: Rafaela Ribeiro/G1)
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, pediu à Justiça a reintegração de posse do saguão do local, que tem sido ocupado pelos professores grevistas da rede estadual de ensino há 90 dias. A ação foi demandada no fim da tarde desta segunda-feira (16), dia em que o movimento completa 97 dias.
Nilo chegou a participar de uma reunião com representantes do sindicato da categoria (APLB), que terminou sem acordo. A presidência já ordenou o desligamento do ar-condicionado e deve cortar a luz nas próximas horas, segundo informa Marcelo Nilo.
“O ar-condicionado está ligado há mais de 90 dias, ininterruptamente. Tudo tem limite, tenho que ter responsabilidade com o Poder. Passei a manhã toda tentando contato com eles, não me atendiam, só depois que entrei na Justiça me procuraram. Estou aberto ao diálogo, mas não posso permitir que a Casa seja acampamento de um movimento grevista ilegal. O Poder Legislativo é que tem que ser guarita de um movimento ilegal?”, afirma o presidente Marcelo Nilo logo depois da reunião.
(Foto: Rafaela Ribeiro/G1)
Representantes da APLB não foram localizados. À tarde, Rui Oliveira, coordenador geral do sindicato, disse que só sairia da Assembleia Legislativa quando o movimento terminasse.
Os professores ocupam o prédio da Assembleia Legislativa desde o início da greve. Eles levaram colchões e mantimentos para que a ocupação fosse viabilizada.
Na última assembléia, ocorrida no dia 13 de julho, a categoria resolveu continuar com a greve após analisar proposta do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Proposta do MP-BA
Na proposta do MP-BA, os 22% de reajuste não seriam pagos este ano como querem os professores. Os dois avanços de 7% ficam mantidos – o primeiro em novembro e o segundo seria antecipado de abril para março de 2013. Os professores em estágio probatório, aprovados em concurso, mas que ainda não têm estabilidade, estariam incluídos nas promoções. As punições aos professores seriam revistas e o pagamento dos salários cortados estariam condicionados a um plano de reposição de aulas.
A primeira avaliação do comando de greve foi logo após a reunião do MP-BA com os sidicalistas e os representantes do Governo. Eles conversaram cerca de meia hora a portas fechadas. Na saída, Rui Oliveira disse que não houve “muita” alteração na proposta. “Deixa a desejar no que diz respeito a coisas ambíguas, como readimissão dos demitidos. Diz que vai rever, vai analisar, mas não diz que vai readmitir. É muito insuficiente e nós achamos que a greve deve continuar”, afirmou ainda na noite de quinta-feira (12).