Médico baiano participa de cirurgia ao vivo no Primeiro Congresso Mundial de Lipedema
Encontro na Alemanha reúne especialistas de diversas áreas para discutir doença
O cirurgião plástico Franklin Mônaco não só representou a Bahia no Primeiro Congresso Mundial de Lipedema, que acontece entre 5 e 7 de outubro na cidade de Potsdam, na Alemanha, como também participou de uma das cirurgias transmitidas ao vivo para os participantes do evento, juntamente com o renomado cirurgião Fábio Kamamoto, diretor do Instituto Lipedema Brasil, e outros experientes cirurgiões plásticos e vasculares de diferentes países.
O médico baiano é especialista no tratamento do lipedema e participou da demonstração da lipoaspiração agregada à aplicação de laser e radiofrequência com microagulhamento (Morpheus 8) para tratamento da flacidez de pele, na última quarta-feira (4) para o qualificado público presente no encontro.
A cirurgia foi apresentada em tempo real para o público presente no evento, que pôde inclusive interagir tirando dúvidas sobre o procedimento.
O objetivo da aula foi mostrar a forma de atuação hoje realizada no Instituto Lipedema Brasil, associando a cirurgia vascular e a cirurgia plástica em um mesmo procedimento, utilizando também tecnologias para melhora da pele.
Além da troca de informações e atualizações sobre os tratamentos do lipedema, o congresso aborda questões psicológicas, nutrição, ferramentas para melhores diagnósticos e o futuro dos cuidados que envolvem a doença.
Para o cirurgião plástico Franklin Mônaco, a experiência de participar do Primeiro Congresso Mundial de Lipedema tem sido enriquecedora. “Compartilhar e trocar informações com profissionais de outros países sobre uma área tão pouco compreendida é uma grande oportunidade.
O evento já é um marco na história da doença e ficamos muito felizes de mostrar um pouco do que fazemos no Brasil. Certamente as pacientes baianas portadoras de lipedema serão beneficiadas com os frutos desse encontro”, declarou.
Sobre a doença – O lipedema, condição médica crônica que afeta principalmente mulheres, é caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura em áreas específicas do corpo, tais como quadris, coxas e pernas.
Muitas vezes confundido com linfedema, insuficiência venosa crônica, obesidade ou outros distúrbios de gordura, o problema costuma ser subdiagnosticado e requer uma abordagem específica, com destaque para a cirurgia plástica como parte importante do tratamento interdisciplinar.
A gordura do lipedema é diferente da obesidade, pois tende a causar dor e a formar nodulações na camada de tecido localizada logo abaixo da pele e apresenta um componente inflamatório relevante.
Como não existem exames específicos, o diagnóstico é feito mediante exame clínico, avaliação física e histórico familiar.
As causas precisas da condição ainda não foram totalmente esclarecidas, embora haja indícios de influências hormonais e genéticas.
O tratamento pode incluir uma abordagem conservadora, como a terapia de compressão, exercícios físicos e mudanças na dieta. Contudo, essas medidas quase sempre oferecem alívio limitado, especialmente quando se trata de reduzir o acúmulo de gordura, sendo geralmente complementadas pelo tratamento cirúrgico, que proporciona resultados mais duradouros e significativos.
“A cirurgia que dura cerca de três horas, conhecida como lipoaspiração tumescente, é realizada por cânulas de pequeno calibre que aspiram o tecido gorduroso doente localizado abaixo da pele. Nos casos mais avançados, devido ao grande volume de gordura, após a lipoaspiração, a remoção cirúrgica do excesso de pele pode ser necessária”, explicou o cirurgião plástico Franklin Mônaco
O especialista disse, ainda, que os pacientes que se submetem à cirurgia plástica para tratar o lipedema frequentemente relatam melhorias significativas na qualidade de vida, na mobilidade e na autoestima. O tratamento interdisciplinar costuma demandar outros profissionais de saúde além do cirurgião plástico, tais como dermatologista, cirurgião vascular, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico e psicólogo ou terapeuta. O bem estar das pacientes é o principal alvo das intervenções.
Por Cinthya Brandão