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Natal dos Romanos

Lendo as palavras “Natal romano”, alguém poderia pensar no Vaticano e nas antigas tradições relacionadas a ele – ou nos romanos da época de Jesus. Mas não é disso que trata este texto. Ele fala sobre descobertas natalinas na Carta de Paulo aos Romanos. A Epístola aos Romanos apresenta alguns presentes que recebemos quando Jesus Cristo se tornou homem – presentes que despertam em nós muita admiração.
Certa vez recebi um cartão de Natal que dizia: “A época do Natal é uma época de presentes. Em todas as lojas é possível comprar os melhores e mais caros presentes para alegrar os outros. Mas o maior e mais singular presente veio do próprio Deus, quando Ele deu a Si mesmo por nós através de Seu Filho Jesus Cristo.
Este presente nunca perde seu valor e sua validade…”.Especialmente esta última frase emocionou-me. Em Jesus temos algo que não perde valor nem validade, ao contrário das coisas da vida terrena; na verdade, podemos dizer que o melhor ainda está por vir. No que se refere ao céu, ainda vivemos na época pré-natalina. Certa vez, C.H. Spurgeon relatou a seguinte experiência pessoal:
Há algum tempo uma jovem, que se dizia mórmon, quis falar comigo. Ela disse que tinha vindo para “me converter”. Obviamente tinha me confundido com alguém. Ainda assim escutei seus argumentos, e depois que ela terminou, eu lhe disse: “Bem, agora que você me explicou como é o seu caminho para o céu, deixe-me também descrever-lhe o meu”. Quando comecei a minha exposição, ela ficou espantada.
“O senhor acredita, então, que todos os seus pecados foram perdoados?”. “Mas claro, tenho certeza disto”. “Mas”, continuou ela, “o senhor também acredita que não pode mais se perder novamente?” “Claro que acredito nisto”. “E por isto o senhor tem certeza de que um dia estará diante do trono de Deus – apesar de tudo que ainda pode acontecer? O senhor deve ser um homem feliz”. “Sou mesmo”, respondi, “sou um homem verdadeiramente feliz”. “Bem, então não posso fazer nada pelo senhor. O senhor já tem muito mais do que aquilo que eu posso lhe oferecer”. Com certeza, em Cristo temos algo que ninguém mais pode nos oferecer!
Mas, quais são estes presentes? E como posso me apropriar dos mesmos?
  1. Misericórdia em abundância e justiça no mesmo pacote. “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm 5.17);
  2. Certificado de indulto. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado” (Rm 8.1-3).
  3. O presente da Adoção. “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.15-17).
  4. O presente da glória. “Pois tenho para mim (‘Pois julgo’; ‘Calculo’; ‘Considero’; ‘Concluo’) que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).
Quem poderia nos dar simplesmente tudo? Ninguém! Há pessoas que podem dar muitas coisas, muitos presentes – Herodes estava disposto a dar metade do seu reino – mas ninguém pode dar tudo porque ninguém possui tudo. Só Deus, a quem tudo pertence, também pode dar tudo de presente – e é isso que Ele faz. Ele tem poder para dar tudo a cada um de Seus filhos, sem que isso O torne mais pobre. Paulo escreveu aos coríntios: “Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus” (1 Co 3.22-23). Certa vez conversei com um homem que conseguia compreender isto e alegrar-se com todos estes presentes: a beleza das montanhas, a decoração de uma mesa ou a arquitetura de um edifício, etc. O testemunho dele me deixou maravilhado.William MacDonald escreveu:
“Agora que Deus já nos deu o maior de todos os presentes, Ele por acaso reteria algum dos presentes menores? Se o preço maior já foi pago, terá Ele receio de pagar preços menores? Tendo Ele se esforçado tanto para nos salvar, será que Ele nos largará novamente? Não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”. Sim, aos que cremos, pela fé temos de Deus todas estas bênçãos (presentes) e, muito mais, pois Deus nos ama. Paulo afirma: “Deus em Cristo nos abençoou com toda a sorte de bençãos espirituais… “ (Efésios 1.1-3). Portanto, tem razão Mackintosh ao dizer: “A linguagem da descrença fala: Como Ele poderá?. A linguagem da fé diz: Como Ele não poderá?”.
Permita que Deus o presenteie: “pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2.11). Deus em Jesus Cristo vindo ao encontro de todos os homens para salvar e reconciliar é o sentido do verdadeiro natal. O Natal está por toda parte! Amem!
Antonio Sérgio A. Costa, Th.D
Pastor da Igreja Batista Bethléem