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Nota de falecimento: ex-prefeito Pedral Sampaio

Velório no memorial Regis Pacheco na praça Tancredo Neves. Sepultamento às 16 horas dessa quarta-feira, 17, no Cemitério da Saudade.

Faleceu as 15:30 hs desta terça-feira, 16 de setembro, no hospital SAMUR em Vitória da Conquista o ex-prefeito José Fernandes Pedral.  Pedral governou Vitória da Conquista por três mandatos 62, 82 e 92, numa época em que não havia reeleição no Brasil. O voto livre e soberano colocou Pedral no Poder Público Municipal, único político de que se tem história a realizar tamanha façanha, em três décadas diferentes.

Como por mais de 20 anos, Pedral liderou um grupo forte na cidade e se tornou o mais forte líder politico conquistense do século passado.

Pedral nasceu no dia 12 de setembro de 1925. Era neto do coronel José Fernandes de Oliveira, o poderoso Coronel Gugé, também líder político por quase 20 anos, e filho do engenheiro Sifredo Pedral Sampaio e de Dona Maria Fernandes Pedral Sampaio. O mesmo médico que o trouxe ao mundo, Régis Pacheco, se tornou seu padrinho político.

No dia 11 de novembro de 1949, ele foi diplomado engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade da Bahia. Ao voltar para Vitória da Conquista, em 1954, montou o escritório de engenharia na Empresa “Construtora Prumo”. Como engenheiro deixou suas marcas no Colégio Sacramentinas e no Clube Social Conquista. Ingressou na política em 1958, mas foi eleito em 1962 como prefeito. Em 1964, com um ano e três meses de mandato, foi deposto pelo Golpe Militar.

Após cumprir 20 anos de suspensão, candidatou-se pelo PMDB, disputando o cargo de prefeito com Sebastião Castro, Ruy Medeiros e Margarida Oliveira. Foi eleito por maioria dos votos no dia 15 de novembro 1982, consolidando sua liderança política em Conquista. Retornou como mártir, para Prefeitura. A década que estava por vir ficou conhecida como o auge do “Pedralismo”.

Outros grandes nomes da política conquistense se fizeram com base no grupo liderado por Pedral. A eleição de Jadiel Matos (MDB) à prefeitura em 1972 (com o apoio logístico de Pedral); a eleição do sucessor (Raul Ferraz); o retorno de José Pedral (PMDB) ao executivo municipal em 1982; a eleição do novo sucessor (Murilo Mármore – PMDB); a eleição de deputados estaduais na segunda metade da década de 70 (Jadiel Matos e Elquisson Soares); a eleição de deputados federais (Elquisson Soares e Raul Ferraz) e por fim a participação ativa na campanha e eleição de Waldir Pires em 1986 deram ao grupo político a áurea de núcleo oposicionista com traços de esquerda democrática e à pólis sertaneja o de “bastião da resistência democrática”, “trincheira democrática” da Bahia. Imagem construída ao longo de mais de duas décadas, difundida e usada como justificadora para o exercício do poder.

Em 1993, Pedral se elegeu pela última vez como prefeito de Vitória da Conquista, após derrotar seu ex-aliado Raul Ferraz, concluindo em 1996. Desde então, manteve-se afastado dos holofotes da política. Mesmo assim, Pedral sempre foi lembrado por políticos da oposição em tomadas de decisões importantes para a cidade.

Recentemente, familiares e amigos iniciaram os preparativos para a divulgação dos projetos do engenheiro J. Pedral, que apontam rumos para o futuro de Vitória da Conquista. Entre eles, destaca-se o Parque da Cidade, às margens do Rio Verruga; o Distrito Industrial; o Centro Administrativo da Cidade; os Mirantes da Caatinga e da Santa Marta. Os projetos na área de Educação também foram lembrados e destacados.

O trabalho de Pedral merece atenção de quem enxerga a vocação para o progresso de nossa terra. Assim como merece destaque obras e ações que estão servindo Vitória da Conquista até os dias de hoje, como a pavimentação da Lauro de Freitas e, posteriormente, o Terminal de ônibus da Lauro de Freitas, o acostamento da Avenida Régis Pacheco, a aquisição para o Município o galpão da empresa que asfaltou a Rio-Bahia (Serviços de Terraplanagem de Estradas e Rodagens) e a construção das feiras do Ceasa e do bairro Brasil. Informações do site taberna da História.