Nova presidente do TJBA quer fortalecer o diálogo
A presidente Maria do Socorro Barreto Santiago entrou no Salão Nobre do Fórum Ruy Barbosa acompanhada pelo “amigo, irmão e personal stylist”, desembargador Mário Alberto Hirs
A desembargadora é a terceira mulher a presidir o TJBA em mais de 400 anos de história
Com um discurso leve, a presidente Maria do Socorro Barreto Santiago fez agradecimentos, relatou histórias pessoais e pediu muito trabalho e união a todos que fazem parte do TJBA
Na coletiva após a posse, a nova presidente do TJBA ressaltou que o maior desafio da sua gestão será a melhoria da prestação jurisdicional
Com um discurso leve, com agradecimentos, relatos de histórias pessoais e, ao mesmo tempo, com o pedido de “muito trabalho e união”, a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago transmitiu a sua primeira mensagem como presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.
“Eu quero criar diálogo, conversar com todos os segmentos – Poder Executivo, Legislativo, OAB, Ministério Público, sindicatos, todos os setores que necessitem. Quero uma gestão de conversa, pacífica, de união, porque só unidos nós vamos nos fortalecer”, ressaltou.
Como maior desafio, a desembargadora considerou a melhoria da prestação jurisdicional: “É isso que todos conclamam, é o que faz o Tribunal ficar próximo dos seus jurisdicionados. É tentar fazer uma melhor interação entre o Primeiro e o Segundo Grau”.
E acrescentou: “Vamos fazer com que a população efetivamente enxergue que o Tribunal de Justiça trabalha. Vamos mostrar e aumentar o trabalho, melhorar a prestação. Aí quando conseguirmos mostrar que a sociedade tem acesso à Justiça e está satisfeita, a minha meta estará concluída”.
No discurso, a desembargadora já adiantou algumas das ações que pretende realizar como a criação de uma secretaria especial do interior, para dar atenção às reivindicações e receber soluções dos próprios magistrados; a mudança da sede da Unicorp e o investimento em cursos de capacitação e formação para magistrados e servidores; entre outras.
“Queremos ouvir os magistrados, do mais longínquo ao mais perto, da comarca maior à menor. Nós queremos aparelhá-los da forma que pudermos, através da informática, da atenção, do melhoramento, para que a prestação jurisdicional seja cumprida e, por conta disso, sejam cumpridas as metas determinadas pelo Conselho Nacional de Justiça”, disse.
Sobre o orçamento do TJBA, a presidente reconheceu que há um “grave comprometimento orçamentário, com déficit de R$ 531 milhões” e afirmou que fará uma análise detalhada antes de qualquer medida.
Descontração
De forma descontraída, a desembargadora contextualizou o seu discurso com referência às suas origens, na cidade de Coaraci, sul da Bahia. Falou dos pais, dos irmãos, das brincadeiras da infância e da educação que recebeu. Contou sua trajetória para a formação em Direito pela Universidade Católica de Salvador, e em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia, até começar a carreira como desembargadora em 2007.
“A visão descortinada dos artistas muito contribuiu para minha formação na Justiça”, ponderou.
Nos 34 minutos de discurso, em meio às ações e expectativas à frente do Tribunal, a desembargadora agradeceu a todos que contribuem na sua trajetória de vida. Começou com o agradecimento ao “amigo, irmão e personal stylist”, desembargador Mário Alberto Hirs.
Ela admitiu que o desembargador Mário Alberto Hirs tem incentivado a “disciplinar a porção atriz”, em especial em relação aos “cabelos dolorosamente confinados”.
Entre tantos outros agradecimentos, incluiu os cinco irmãos, os professores do curso primário, familiares, as filhas Amanda, Luciana e Mariana, e o neto Lucas. A todos, mostrou-se grata pelo apoio, ensinamentos e parceria contínua.
Muito aplaudida em diversos momentos, pela espontaneidade e aspectos humanitários de seu discurso, a nova presidente manifestou, novamente sua gratidão, e convocou a todos para intensificar o trabalho de prestação de serviço ao jurisdicionado.
“Conclamo a todos para a união, porque com despreendimento pessoal podemos superar o momento delicado e difícil que passa o Tribunal”, ressaltou.
No encerramento do discurso de posse, a desembargadora citou o pensador existencialista franco-argelino Albert Camus: “e no meio de um inverno, eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível”.
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Texto: Ascom TJBA / Fotos: Nei Pinto