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Fábricas calçadistas geram empregos no Sudoeste

Cidades de nossa região Sudoeste do estado estão comemorando a abertura de novas unidades de calçados na região. O município de Potiraguá, que abriga dez mil habitantes no sudoeste da Bahia, vive um momento de otimismo com a instalação de uma unidade da Renata Melo Calçados. A fábrica, que começou a funcionar na cidade há dois meses com 60 funcionários, já possui 160 trabalhadores, com produção diária de 1.500 calçados/dia, podendo chegar a 400 empregos diretos, com a instalação de novas linhas de montagem. A empresa ocupa a antiga planta industrial da Azaléia, que concentrou sua produção em Itapetinga, fechando unidades em vários municípios baianos.O Governo do Estado conseguiu reocupar, na região sudoeste, todos os 18 galpões industriais que foram fechados pela Vulcabras/Azaléia. Em apenas dois dos galpões – em Itati, distrito de Itororó, e em Itapetinga – não funcionam novas fábricas de calçados, mas uma fundição e uma indústria têxtil, respectivamente.Nos outros 16 galpões distribuídos nos municípios de Itapetinga, Itororó, Firmino Alves, Itambé, Caatiba, Macarani, Potiraguá, Itarantim, Maiquinique, Ibicuí e Iguaí, se consolida, e cada vez mais se expande, um polo industrial de calçados femininos dominado pelas marcas Lia Line, Bárbara Krás e Renata Mello, todas elas originárias de Santa Catarina. Estas três fábricas transportam para a Bahia a pujança do Vale do Rio Tijucas, a 70 km de Florianópolis – um dos maiores polos industriais de calçados femininos do país. Além das três novas indústrias calçadistas, a fábrica da Vulcabrás/Azaléia sediada em Itapetinga continua a produzir normalmente, possuindo 5.800 trabalhadores empregados.Emprego e dignidadeAna Paula Conceição, que trabalhou dez anos na unidade local da Azaléia [em Potiraguá] e passou três anos e meio desempregada, foi contratada para o setor de RH da Renata Melo Calçados. “Emprego significa segurança, estabilidade e na nossa cidade a grande empregadora era a prefeitura. Agora a fábrica traz novas oportunidades”, afirma.

Rosinei Cardoso Silva, que há um mês atua no setor de corte, ressaltou que a fábrica deu um novo ânimo à cidade. “As pessoas estão mais otimistas e a economia da cidade se beneficia”, destacou.

Com a nova fábrica na cidade, onde atua como coordenador de produção, Tellyan Silva Santos pôde retornar ao convívio familiar. Com o fechamento da unidade da Azaléia, empresa que o empregou por 12 anos, Tellyan teve que deixar a mulher e o filho em Potiraguá, para trabalhar em outras cidades. “Assim como eu, muita gente foi embora e agora está retornando. É uma alegria estar trabalhando na minha cidade, ao lado da minha família. E toda a cidade ganha com isso, porque além dos empregos na fábrica, o comércio também se beneficia”.

A balconista Jéssica Ribeiro confirma o novo momento do comércio local com a chegada da fábrica. “O movimento começa a aumentar porque os empregos beneficiam moradores da cidade e isso se reflete nas vendas, porque o dinheiro do salário circula aqui”.

Sudoeste – polo calçadista

Instalada na Bahia desde junho de 2013, a Lia Line, do Grupo Irmãos Soares, cuja matriz é em Nova Trento/SC, ocupa, na Bahia, seis galpões industriais em Itapetinga, Itororó, Firmino Alves e Ibicuí. A companhia já investiu R$ 16,7 milhões desde que chegou ao estado, triplicando a produção dos sapatos e sandálias femininas das marcas Lia Line e Sua Cia, esta voltada para o público jovem. Em junho do ano passado, a Lia Line ocupou também os galpões do distrito de Rio do Meio, em Itororó, e de Firmino Alves. Agora, vai começar a produzir em Ibicuí. Ao todo, a empresa já emprega cerca de 1.700 trabalhadores em suas unidades fabris da Bahia.

A ocorrência de uma mão-de-obra qualificada, com experiência na área calçadista, foi um dos fatores que também contribuiu para a rápida expansão da Bárbara Krás – cuja razão social na Bahia é Calçados Itambé. A empresa, cuja matriz é no município de São João Batista/SC, começou a operar em Itambé no início do ano passado e, em setembro, no mesmo município, começou a sua segunda linha de produção. Em seguida, abriu três novas unidades industriais – duas em Macarani e uma em Caatiba.

“Ao todo, já são R$ 10 milhões de investimentos na Bahia e a geração de 900 empregos diretos. A nossa meta com as fábricas no sudoeste baiano é produzir dez mil pares/dia, com o foco no mercado brasileiro, que é muito grande. Nossa fatia de exportação é muito pequena – em torno de 1% – mas queremos aumentá-la. Investir na Bahia é para nós uma oportunidade de crescimento, porque o apetite das nossas consumidoras por moda de qualidade continua muito grande”, disse Adalberto Soares, diretor da Barbara Krás.

A última marca catarinense do Vale do Rio Tijucas a aportar no sudoeste baiano é o grupo Suzana Santos, que, na Bahia, produz a linha de calçados femininos Renata Mello. A companhia também responde pelas marcas Suzana Santos, Arts’Brasil e Azillê. A indústria, originária de São João Batista/SC, ocupa os galpões de Iguaí, Potiraguá, Maiquinique e Itarantim, com investimentos de R$ 10,2 milhões e geração de 2.500 empregos diretos. Em Itarantim irá funcionar também um centro de distribuição, com área de quatro mil metros quadrados, para atendimento aos mercados do norte/nordeste. A produção das novas unidades fabris da Bahia irá reforçar o abastecimento do mercado brasileiro, além de ser exportada para países da América do Sul e Central, Rússia e Filipinas.