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Oficinas de Arteterapia transformam vida de usuários

Rosalina Maria

“Eu sofri de depressão por quatro anos. Foi quando eu descobri o Caps II que eu tive minha última crise. Era 29 de outubro quando eu vim aqui pela primeira vez. Ai minha vida mudou completamente com a oficina. O pessoal aqui é bem carinhoso. Antes eu vivia de remédio, não tinha com quem conversar e hoje aqui eu me distraio. Minha vida mudou completamente”.  A afirmação é de Rosalina Maria dos Santos, 38, participante das oficinas de Arteterapia, promovidas pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps II). O sorriso estampado no rosto de Rosalina demonstram que o trabalho que vem sendo realizado durante as oficinas tem gerado bons resultados.

Antônio Carlos

Cortando as caixas de leite para fazer um vaso, Antônio Carlos Sousa Ribeiro, 35, também fala como é para ele participar da oficina de reciclagem: “Gosto, é uma beleza. Melhorei com a oficina. Tem que ter concentração para fazer tudo isso. Melhorei bastante”. A oficina é realizada toda quinta-feira à tarde pelo artista plástico Romeu Ferreira, cedido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).

Cimália Silva

Tranquilidade e interação – Também na quinta-feira à tarde, 13 mulheres se reúnem semanalmente para forrar caderno, fazer marca texto e porta-lápis com material emborrachado. Segundo a oficineira Cimália Silva, que também é assistente social do serviço, a procura pela oficina é muito alta. Para ela, essa atividade é um calmante. “Para manusear o emborrachado precisa de habilidade e de concentração e como o trabalho é muito minucioso, elas esquecem os problemas de casa. É um trabalho muito gratificante e que tem gerado resultados”, reforça.

Maria Campos

Uma das usuárias do serviço que valida essa declaração é Maria Campos, 53. Ela era metalúrgica em São Paulo e por problemas de saúde está afastada. Maria faz tratamento no Caps II há um ano. “Na oficina, eu estou me desenvolvendo mais”, declara. Maria une o agradável ao útil e aproveita a oficina para forrar os cadernos de suas filhas gêmeas de 9 anos de idade. Segundo a professora, isso é o que motiva a participação de Maria nas aulas.

Elizete Rosa Machado

Funcionária há 11 anos do Centro, Elizete Rosa Machado, 44, deixa por uma hora a recepção do serviço e participa há três meses da oficina de emborrachado. “Por recomendação médica participo da Arteterapia  e é muito bom”. Para ela, a oficina ajuda no tratamento, “porque aqui as pessoas não precisam passar só pelo médico, tem que fazer uma oficina terapêutica. Esse pequeno momento que estamos aqui, que interagimos, é um momento de descontração, que a gente esquece dos problemas. É muito bom”, ressalta.

Anita Andrade

Dona Anita Andrade, 58, que se dedicava em cortar as máscaras que foram usadas na tarde de quarta-feira, 19, no Carnaval do Caps II, também fez questão de falar das oficinas: “É importante para o tratamento da gente, porque é como se fosse uma diversão. Venho duas por semana fazer pintura e emborrachado. Tenho problema de vista, mas as pessoas me ajudam e tento fazer o melhor”, conta.

O coordenador do Caps II, Átila Pates, informa que atualmente existem 17 oficinas, entre oficinas manuais e trabalho em grupo. “O funcionamento aqui vai mais além do que o trabalho de ambulatório. O acompanhamento é mais extensivo por isso as atividades acontecem durante o dia todo para que os usuários participem da Arteterapia. Fazemos o projeto terapêutico de acordo com a necessidade do usuário”, comentou.