Operação GRANFALOON da Polícia Federal
A maior operação da Polícia Federal em Vitória da Conquista, a GRANFALOON, não chegou a ser mega apenas no nome. Os números divulgados são exorbitantes. Começando pelos próprios valores desviados dos cofres públicos: R$ 60.879.949,00 (sessenta milhões, oitocentos e setenta e nove mil, novecentos e quarenta e nove reais).
Pelo tamanho da operação que vem se desenvolvendo ao longo dos últimos cinco anos, 150 profissionais trabalharam diretamente nessa ação. As prisões começaram às 05 horas e foram finalizadas às 16h da última quarta-feira (18). Destes, 130 eram de outros estados, como Minas Gerais, São Paulo, Brasília e Sergipe. 1 avião modelo Learjet da Polícia Federal e 50 viaturas foram deslocadas para Vitória da Conquista. Em diárias, foram gastos cerca de R$75 mil para cumprir 13 mandados de prisão temporária e 36 mandados de busca e apreensão. O custo estimado da ação policial está em torno dos duzentos mil reais.
Embora o processo em Segredo de Justiça, a imprensa acabou conseguindo os nomes dos 13 envolvidos que foram levados à carceragem da Polícia federal, depois conduzidos ao Presídio Nilton Gonçalves e finalmente, após apenas 5 horas de detenção, foram liberados pela Justiça. Segundo as informações, as mulheres porque o Presídio não tem como receber presos e os homens porque nele não existem celas especiais, privilégio constitucional garantido àqueles que tem Diploma de Curso Superior. Mas, o fato é que todos foram soltos, após pouco mais de cinco horas de prisão.
São eles: Elve Cardoso Pontes – Médico e presidente da Associação do Corpo Clínico do Hospital da Santa Casa; Terezinha Ataíde – Ex-esposa de Elve Cardoso Pontes; José Henrique Tigre (Quinho) – Ex-vice-prefeito de Belo Campo; Eliene Tigre – Esposa de Quinho; Elbson Dias Soares (Bibi) – Ex-prefeito de Anagé; José Carlos Vieira Bahia (Zé Bahia) – Ex-prefeito de Tremedal; Norma Suely Dias Coelho – Ex-prefeita de Caraíbas; Enaldo Meira (Gazo) – Ex-prefeito de Bom Jesus da Serra; Matheus Alves Bastos dos Santos – Sócio da empresa SBS Bastos de Administração e Serviços; Adriano Alves Bastos Moitinho – Sócio da empresa SBS Bastos de Administração e Serviços; Vagner do Amor Divino Pereira – Dono de empresa de transportes e urbanização em Poções; Almir Rogerio Silva Souza– Empresário e ex-secretário de Infraestrutura de Poções e Luana de Souza Miranda.
A linha de investigações que levou à prisão os acusados, tem três vertentes, transportes escolares, coleta de lixo e serviços médicos. Os Inquéritos foram instaurados a partir de relatórios da Controladoria Geral da União sobre desvio e apropriação indevida de verbas públicas federais. No ano passado, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizaram um trabalho conjunto de inteligência sobre os dados existentes e constataram que todos os IPLs estavam ligados ao mesmo grupo criminoso, motivo pelo qual decidiram reuni-los e deflagrar a operação.
Os acusados estão indiciados pelos crimes de fraude em licitações, desvio de verba pública, formação de quadrilha, previstos nos artigos 89 (03 a 05 anos de reclusão), 90 (02 a 04 anos de reclusão), 92 (02 a 04 anos de detenção) e 96 (03 a 06 anos de detenção) da Lei 8.666/93, artigo 1º, I a III do Decreto-Lei 201/67 (02 a 12 anos de reclusão) e Art. 288 do Código Penal Brasileiro (01 a 03 anos de reclusão). As penas, se somadas, chegariam a 46 anos de reclusão.
O titular da Delegacia da Polícia Federal em Vitória da Conquista, Delegado Rodrigo Kolbe, informou que a ação continua, já que os acusados estão à disposição da justiça e não podem deixar seus domicílios sem a permissão das autoridades competentes.
Apesar de terem sido colocados em liberdade, todos irão responder aos processos na Justiça Federal. As precárias condições do Presídio Nilton Gonçalves foram consideradas bem como as alegações dos advogados em defesa dos acusados. Todos os presos moram em Vitória da Conquista e estão dispostos a colaborar com a Justiça. As mulheres foram as primeiras a serem liberadas por falta de vagas no presídio. As alegações foram acatadas pela Vara da Fazenda Pública que considerou a precariedade da unidade prisional, motivo pelo qual os advogados conseguiram os habeas corpus impetrados em favor dos acusados.