Paulo Suassuna na 51ª Exposição Nacional Conquista
Maior autoridade do país mostra na exposição as vantagem da palma forrageira na alimentação do gado
Na manhã desta quinta-feira, no auditório da Coopmac, o maior especialista em palma forrageira do Brasil, o engenheiro agrônomo Paulo Suassuna apresenta aos produtores rurais participantes da 51ª Exposição Nacional do Agronegócio de Conquista a tecnologia de plantio e aproveitamento da palma forrageira como alimentação de animais, como bovinos e caprinos. A escolha do tema e do especialista está relacionada com o atual momento da região, que atravessa um prolongado período de estiagem e a agropecuária sofre com uma das piores secas em cem anos.
Paulo Suassuna, idealizador da tecnologia do cultivo intensivo da palma, obtendo produtividades anuais superiores a 600 toneladas por hectare, ficará no Parque Teopompo de Almeida durante todo o dia e atenderá, no stand do Senar/FAEB, criadores interessados em saber mais sobre os benefícios e vantagens de plantar palma forrageira e de como fazer, considerando, por exemplo, adensamento e tempo para colheita. Suassuna mostrará resultados positivos obtidos em várias regiões do Brasil usando seumodelo tecnológico de produção, usando. “Para Vitória da Conquista, eu não tenho dúvida, diante desse período de seca que a gente está enfrentando, desde 2011, a palma vai entrar como uma excelente alternativa”.
De acordo com Paulo Suassuna, a palma é a principal fonte forrageira com base em carboidratos, energia. Cactácea originária do México, a palma se dá muito bem no Brasil, mas, diz o especialista, pela forma tradicional com que ela é cultivada a planta apresenta baixos índices de produtividade. “Ao longo desses anos nós criamos um sistema de produção chamado de tecnologia do cultivo intensivo da palma, em que agregamos técnicas simples em que no mesmo ambiente, com a mesma variedade de palma que há na região, chegamos a multiplicar por dez, até 12 vezes, a produtividade obtida em relação ao sistema tradicional”.
Paulo Suassuna explicou que no sistema intensivo a palma já pode ser aproveitada a partir de outo meses. “No sistema tradicional, pelo menos nos cariris da Paraíba, nas regiões mais secas do Brasil, a palma é colhida com cinco, seis anos. Nessa mesma região, a gente tem colhido já a partir do oitavo mês, vai depender da necessidade do produtor. Normalmente, a gente colhe todos os anos, mas a depender da necessidade podemos cortar a palma antes”.
Na questão do custo do uso da palma em comparação a outras rações para animais, Suassuna explica que a palma, por ser energética, entra na ração, sobretudo de ruminantes (bovinos) substituindo o milho que é muito difícil de produzir nas regiões secas e que no final a comparação da produtividade de um de outro dá vantagem para a palma. ”Basta 15 dias de seca que o milho enrola a folha e não se desenvolve de jeito nenhum, já a palma dá de ano, somado ao fato de que, nesse modelo de produção que a gente criou a produção chega a 400, 500 toneladas de palma por hectare”.
O especialista explica que, considerando a produção da matéria seca, para 500 toneladas de palma darão até 50 toneladas por hectare, enquanto o grão do milho, que produz a energia, quando se consegue tirar uma supersafra, como pessoal de Sergipe tira, é de no máximo de dez toneladas e média de seis. “Então é só comparar seis toneladas com 40 toneladas de matéria seca da palma. E o teor de energia do milho e da palma são muito parecidos, sendo que o milho é um pouco mais, vai a 80, 82, e a palma chega a 75. Mas, a diferença é tão grande de produtividade, de matéria seca, que a palma vence tranquilamente”, afirma Paulo Suassuna.
O presidente da Coopmac, Jaymlton Gusmão Filho, diz que a cooperativa tem que ser o agente catalisador das informações de interesse do produtor e tem a obrigação de oferecer opções de conhecimento, novas tecnologias e sistemas que possam beneficiar a atividade agropecuária na região. “O doutor Paulo Suassuna é uma das maiores autoridades em palma do Brasil e os nossos produtores precisam conhecer essa tecnologia que ele criou, esse novo conceito que ele está trazendo de densidade de plantas por hectare, de variedades novas e outras técnicas. É uma excelente alternativa para o momento que atravessamos e importante para o desenvolvimento da nossa cadeia produtiva do leite e da carne, fortalecendo ainda mais o desenvolvimento econômico da região.”