Polícia Federal abre inquérito para investigar o ex-presidente Lula
A Polícia Federal atendeu ao pedido do Ministério Público e abriu inquérito para investigar se o Lula teve participação num suposto repasse de sete milhões de dólares da empresa Portugal Telecom para o Partido dos Trabalhadores durante o governo dele.
Em 2012, enquanto o Supremo Tribunal Federal julgava o caso do mensalão, um dos réus levantou essa suspeita. Foi Marcos Valério, que acabou condenado a mais de 40 anos de prisão, como operador do esquema. Em depoimento à procuradoria-geral da República, ele afirmou que a Portugal Telecom usou uma fornecedora chinesa para mandar dinheiro de contas bancárias do exterior para o PT.
A Polícia Federal vai investigar se o então presidente Lula participou de uma reunião que Valério diz ter havido no Palácio do Planalto pra discutir o repasse de dinheiro. Ainda segundo Marcos Valério, teriam também participado da reunião os então ministros José Dirceu e Antônio Palocci.
O Instituto Lula informou que, por enquanto, o ex-presidente não vai se pronunciar sobre a abertura do inquérito.
O advogado de José Dirceu, José Luiz Oliveira Lima, disse que todas as afirmações são inverídicas.
O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que as acusações são invencionices criadas para tentar atingir o ex-presidente Lula. E que a investigação não é sobre Lula pessoalmente, mas sobre o uso de caixa dois na campanha.
O advogado de Antônio Palocci, Guilherme Batóquio, declarou que o ex-ministro nunca esteve com Marcos Valério e que a reunião não existiu.
A Portugal Telecom foi procurada, mas não se manifestou.
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse que o inquérito é um desdobramento natural do depoimento do cliente dele.