População negra: caminhada marca mobilização

A II Marcha de Mobilização em defesa da efetivação das políticas públicas voltadas para a população negra, atraiu a participação de centenas de pessoas. A caminhada faz parte do cronograma de atividades do Novembro Negro que visa ao debate e reflexão sobre a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo. O evento segue até o dia 23 de novembro.

Miguel Felício

Na oportunidade, o secretário de Desenvolvimento Social, Miguel Felício, destacou a importância da iniciativa. “O mês de novembro é  um mês de grandes manifestações na luta pela igualdade racial. E hoje temos essa grande manifestação coroando o dia a dia, a luta cotidiana desses grupos. Nós achamos que trazer esse movimento para a praça pública é nada mais do que buscar reafirmar a política de igualdade e quebrar as barreiras para essa população”, afirmou.

O coordenador do Núcleo de Promoção da Igualdade Racial, Uelber Barbosa, falou sobre a união das comunidades quilombolas. “É um dia cujo objetivo é demonstrar que nós temos um povo forte, unido e é por isso que quase todas as comunidades quilombolas  estão aqui hoje. Todos vieram demonstrar a unidade dessa população para que possamos alcançar a amplitude das políticas públicas”, disse.

Elias Sampaio

O secretário estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Elias Sampaio, falou da proposta das mobilizações que acontecem esse mês em diversas cidades. “Na verdade, o que o povo negro está dizendo é que precisamos avançar em políticas públicas de ação afirmativas, políticas públicas de promoção de igualdade e políticas públicas contra o racismo e a intolerância religiosa”.

Luciano Fortunato

Para Luciano Fortunato, presidente da Associação Quilombola do Velame, participar de movimentos como esse já é uma tradição. “ Eu sempre fui bastante engajado com a causa quilombola, aprendi com o meu pai que sempre lutou para preservar os nossos direitos e com certeza estou passando os mesmos ensinamentos aos meus filhos”, contou.

Roni Darlei

Para o estudante de direito da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Roni Darlei Rocha, as políticas afirmativas são essenciais. “Eu sempre participei dessas políticas. Acho muito importante porque antes poucas pessoas quilombolas tinham acesso a coisas básicas como o nível superior e hoje isso é possível. Eu sou um exemplo vivo disso”, salientou.

Luiz Alberto

‘Ato político pedagógico’ – O deputado federal, Luiz Alberto, ressaltou o caráter político pedagógico da iniciativa. “É muito importante porque trabalha a conscientização  da população negra do ponto de vista do reconhecimento enquanto descendentes de africanos e, portanto, valoriza a cultura, a sua existência. Então é quase como um ato político pedagógico para a nossa população”, assegurou.

Ricardo Marques

Quem compartilha da mesma opinião é o secretário de educação Ricardo Marques, que na oportunidade destacou o compromisso da Administração Municipal em garantir políticas afirmativas para os quilombolas. “As atividades de consciência negra, que se estendem por todo o mês de novembro, são muito importantes. O Governo Municipal sempre apoiou essas ações, exemplo disso é o apoio que é dado ao pré-vestibular quilombola, que ao longo dos anos tem ajudado muitos jovens quilombolas a ingressarem no curso superior”, realçou.

Também participaram da marcha o secretário municipal de Governo, Edwaldo Alves e o vereador Florisvaldo Bittencourt.