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Presidenta Dilma: segurança nas fronteiras brasileiras

Programa de rádio “Café com a Presidenta”, com a Presidenta da República, Dilma Rousseff

Rádio Nacional, 03 de junho de 2013

Luciano Seixas: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!

Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia para você que nos acompanha aqui hoje no Café!

Luciano Seixas: Presidenta, hoje, eu queria conversar com a senhora sobre o Plano Estratégico de Fronteiras, que está com uma grande operação de segurança sendo realizada. Que operação é essa, presidenta?

Presidenta: Ah, Luciano, você deve estar falando da Operação Ágata 7, que está cobrindo toda a nossa imensa fronteira, de quase 17 mil quilômetros, para impedir a entrada de armas e de drogas no Brasil. A Operação Ágata, Luciano, ela é coordenada pelo Ministério da Defesa, com as Forças Armadas, e faz parte do Plano Estratégico de Fronteiras, que nós lançamos há dois anos para prevenir e reprimir a ação dos criminosos nas fronteiras brasileiras. Uma outra operação, Luciano, completa o Plano Estratégico de Fronteiras. É a Operação Sentinela. Essa Operação Sentinela é permanente, dura o ano inteiro e é coordenada pelo Ministério da Justiça, com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança Pública. A Operação Sentinela é feita rotineiramente em 31 pontos da nossa fronteira, que foram identificados pelos nossos serviços de inteligência.

Luciano Seixas: E quantas pessoas estão participando desta operação, presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, a Operação Ágata está mobilizando 33.500 militares. E, para você ter uma ideia da sua grandeza, é a maior operação realizada pelo Brasil desde a Segunda Guerra Mundial. Além dos militares das Forças Armadas, outras 1.100 pessoas estão participando desta grande operação. São aqueles da Operação Sentinela, os policiais federais, os policiais rodoviários federais, os homens da Força Nacional de Segurança e também agentes da Receita Federal e do Ibama, além de policiais civis e militares de todos os estados da fronteira.

Luciano Seixas: Então, conta para a gente, presidenta, que resultados essa grande operação, a Ágata 7, já alcançou.

Presidenta: Olha, Luciano, resultados da Ágata 7 são muito bons. Nesses primeiros dias da operação foram vistoriados 184 mil veículos e 12 mil embarcações, Luciano, e isso levou à apreensão de mais de seis toneladas de drogas e 8 mil quilos de explosivos, que poderiam ir para as mãos de criminosos em nossas cidades se não tivessem sido apreendidos na Operação Ágata ainda lá na fronteira do Brasil. Então, Luciano, protegendo as nossas fronteiras, nós ajudamos a aumentar a segurança da nossa própria população e a dos grandes eventos que se aproximam, a Copa das Confederações agora em junho, e a Jornada Mundial da Juventude Católica, no mês que vem, quando vamos receber a visita do Papa Francisco.

Luciano Seixas: Presidenta, o sucesso de todo o Plano Estratégico de Fronteiras também depende do uso de tecnologia, não é mesmo?

Presidenta: Você tem toda razão. A gente já conversou aqui no Café sobre os Veículos Aéreos Não Tripulados, os Vants, que são aqueles aviões que voam sem piloto. Pois veja só, na Operação Ágata, que estamos realizando agora, estão sendo usados quatro Vants ao mesmo tempo em uma operação conjunta da Força Aérea Brasileira e da Polícia Federal. Inclusive, Luciano, a Polícia Federal e a Força Aérea Brasileira vão repetir essa parceria bem sucedida nas ações de segurança da Copa das Confederações e também durante a visita do Papa Francisco no Rio de Janeiro.

Luciano Seixas: É, presidenta, o uso da tecnologia faz muita diferença.

Presidenta: Faz diferença sim, Luciano. Um outro exemplo vem da Polícia Rodoviária Federal, que, na Operação Sentinela, utiliza cinco aparelhos móveis que podem até fazer o raio-x de um caminhão sem precisar parar o veículo suspeito. Esses aparelhos são scanners moderníssimos, Luciano, que localizam drogas e armas escondidas nos caminhões e nos carros, até mesmo nos pneus ou na lataria dos veículos. E nós temos uma grande novidade, Luciano, até o ano que vem nós vamos entregar um scanner móvel para cada estado de nosso país. E os estados da fronteira vão receber dois desses scanners.

Luciano Seixas: Vai ser uma ajuda e tanto, não é, presidenta?

Presidenta: Sem dúvida, vai sim, viu, Luciano? Quando a gente aumenta a capacidade das polícias civis e militares de fiscalizarem as estradas estaduais, nós fechamos ainda mais o cerco contra o crime. E tem outra novidade para os estados fronteiriços, Luciano, o meu governo vai repassar R$ 30 milhões para que eles comprem câmeras para fazer a vigilância das fronteiras. Essas câmeras serão instaladas em 60 municípios, e os estados vão montar também sistemas de transmissão e de monitoramento dessas imagens. Olha só, Luciano, a segurança pública é uma responsabilidade dos estados, prevista na Constituição para os estados, mas o governo federal tem o dever de participar e ajudar esse processo. O governo federal não pode se omitir. E fazemos isso, Luciano, cuidando das nossas fronteiras por meio desse Plano Estratégico. Essa é uma das mais importantes contribuições do governo federal para fortalecer a segurança do nosso país. E o nosso objetivo é estreitar cada vez mais a parceria com estados e municípios.

Luciano Seixas: Falando em parceria, presidenta, o Brasil faz fronteira com dez países da América do Sul. Como é a cooperação entre os países da região no combate ao crime organizado?

Presidenta: Olha, Luciano, essa parceria com os nossos vizinhos da América do Sul, ela é muito importante. A Colômbia e o Peru, por exemplo, estão fazendo grandes operações contra o crime organizado simultaneamente à Ágata 7. E contamos com observadores militares da Bolívia, do Paraguai, da Guiana Francesa, da Venezuela e do Uruguai, Luciano. Outra ação muito importante são as parcerias para erradicar plantações de maconha e para combater a produção de cocaína. Vou te dar um exemplo, Luciano: neste ano, o Brasil e o Paraguai montaram uma operação especial, que destruiu 4 mil toneladas de maconha plantada em território paraguaio. Luciano, esse tipo de operação só é possível por causa do trabalho de parceria entre o governo brasileiro e o governo dos países vizinhos. Nós temos, Luciano, de trabalhar juntos, cada vez mais juntos. E eu tenho certeza que estamos no caminho certo.

Luciano Seixas: Esse Plano Estratégico de Fronteiras é realmente muito importante para o país, presidenta. Agora, infelizmente, o nosso tempo chegou ao fim. Obrigado por mais esse Café.

Presidenta: Obrigada, Luciano. Mas, antes de encerrar o programa, eu queria fazer uma homenagem aos militares brasileiros que faleceram ontem em um acidente rodoviário quando voltavam de uma missão da Operação Ágata no Chuí, lá no Rio Grande do Sul. Eu quero me solidarizar com as famílias desses militares, com os seus companheiros e com o Exército Brasileiro. Quero também fazer votos para que os feridos nesse acidente tenham a mais rápida recuperação. Até a semana que vem, Luciano!

Luciano Seixas: Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!