Professoras da UESB recebem Prêmio Brasileiro Saúde em Libras
As professoras Émile Assis, Marina Helena Chaves e Léia Silva Santos, do Departamento de Ciências Humanas e Letras (DCHL), campus de Jequié, foram premiadas no 2º Congresso Brasileiro de Saúde em Libras.
O evento propôs uma disseminação da cultura surda e da Língua Brasileira de Sinais (Libras), nos mais diversos campos de atuação profissional, contribuindo, de modo prático, para o rompimento da marginalização cotidiana vivenciada por essa comunidade.
O trabalho “Saúde ao alcance dos olhos: experiência de um projeto de extensão com atendimento pediátrico em Libras” foi um dos cinco projetos escolhidos para receber o Primeiro Prêmio Brasileiro Saúde em Libras. “Sentimos orgulho em fazermos parte de uma Universidade que se sensibiliza com as causas sociais dos menos favorecidos e que não apenas se sensibiliza, mas apoia e desenvolve ações que possam gerar mudança no dia a dia de pessoas e segmentos menos favorecidos, que enfrentam violações de direitos diversos”, avalia Émile.
Segundo a docente, a comunidade surda precisa de apoio, em especial dos profissionais da área de Saúde, no sentido de reivindicar, do poder público, a mediação de intérpretes de Libras durante as consultas e em outros serviços delas decorrentes, fazendo valer o que se denomina intersetorialidade, prevista na legislação vigente. Só dessa forma o quadro de profissionais intérpretes de Libras será ampliado, objetivando atender tais demandas. “Os surdos precisam ter acessibilidade linguística em todos os locais de atendimento público, seja na esfera governamental, privada ou autônoma, inclusive no âmbito da Uesb”, pontua.
O trabalho foi construído como um relato de experiência direcionado à necessidade de garantir aos pais as condições de acessibilidade linguística, por meio da mediação de um profissional intérprete de Libras. Tudo isso foi desenvolvido pelo diálogo entre esses pais, a médica pediatra e, também, os estudantes do curso de Medicina que tiveram a oportunidade de examinar a criança.
“As experiências que conseguimos desenvolver, até agora, reforçam a importância, para nós, do projeto ‘Pontes: dirimindo barreiras e construindo acessos por meio da comunicação’, à medida que buscamos contribuir para a efetivação de direitos fundamentais, dentre os quais a saúde de um recém-nascido, no sentido mais amplo possível”, avalia Émile.
Sobre o Prêmio – Esta é a primeira edição do Prêmio Brasileiro Saúde em Libras, que integrou o evento realizado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA). A iniciativa busca reconhecer e celebrar iniciativas acadêmicas e sociais dentro da saúde integral (física, mental, social, etc.) da comunidade surda. São ações que contribuem, de modo prático e efetivo, no rompimento da marginalização cotidiana vivenciada por essa comunidade.
“Ficamos felizes por perceber que, ainda com pequenas iniciativas, o nosso projeto vem trazendo possibilidades de grandes mudanças sociais e o melhor de tudo, contando com a participação ativa dos principais interessados: a comunidade surda. Isso nos remete a um lema criado pelas lideranças dos movimentos sociais de pessoas surdas e com deficiência: ‘nada sobre nós sem nós’”, conclui Émile.