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Profissão de baiana do acarajé é reconhecida oficialmente

Profissão é reconhecida como patrimônio imaterial desde 2005

Inclusão na Classificação Brasileira de Ocupações beneficia mais de 3,5 mil profissionais apenas em Salvador, fora o interior
Na foto do Blog do Anderson, Vanda Barreto, uma das baianas do acarajé mais famosas do Brasil, radicada e muito querida em Vitória da Conquista. Vanda é figura íntima dos famosos globais .

As baianas de acarajé foram incluídas, oficialmente, na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Com a inclusão, as baianas de acarajé passam a assumir a identidade profissional ao realizar cadastros formais para tirar documentos como RG e passaporte, ou se cadastrar como microempreendedor individual. Outro benefício é ter o reconhecimento dos acidentes e doenças que podem ocorrer em decorrência das atividades laborais.

A inclusão também facilitará a criação de cursos de especialização para essas profissionais. De acordo com estimativa da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau e Receptivo da Bahia (Abam), essa inclusão beneficia mais de 3,5 mil profissionais apenas na capital baiana, fora o interior.

Desde 2005, as baianas são reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Iphan. “Para nós, é uma satisfação e alegria anunciar, formalmente, depois de todos os esforços realizados pelo governo federal, o reconhecimento oficial da atividade das baianas de acarajé, promovendo a dignidade do trabalho desempenhado por essas mulheres e homens há anos”, disse o secretário executivo do Ministério do Trabalho, Antônio Correia.

A superintendente do Trabalho no estado, Gerta Schultz, ressaltou que “é uma conquista para as baianas que, além de simbolizarem o sincretismo cultural, contribuem com seu trabalho para a geração de renda e atração do turismo para a Bahia.”

Patrimônio Cultural

As baianas de acarajé foram inscritas no Livro dos Saberes em 2005. A profissão é considerada uma prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente disseminadas na cidade de Salvador, Bahia.

Dentre as comidas de baiana destaca-se o acarajé, bolinho de feijão fradinho preparado de maneira artesanal, na qual o feijão é moído em um pilão de pedra (pedra de acarajé), temperado e posteriormente frito no azeite de dendê fervente.

História

Na história, a baiana do acarajé existe há 300 anos, quando mulheres escravizadas tinham permissão para levar o tabuleiro para as ruas, vender o produto e, com isso, comprar a liberdade.

“A baiana do acarajé é a primeira mulher empreendedora da nossa história”, destaca Rita Santos, coordenadora nacional da Associação Nacional das Baianas do Acarajé (ABAM).

Hoje, além das 3.500 baianas registradas na cidade de Salvador, existem, oficialmente, representantes em 21 estados brasileiros e cinco países.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Trabalho  e EBC