fbpx

Projeto “Vida no Trânsito” busca reduzir acidentes de trânsito e transporte

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano ocorrem no mundo 1,3 milhões de mortes no trânsito. O Brasil aparece em 5º lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido pela Índia, China, Rússia e Estados Unidos. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (22), na abertura do workshop ‘Vida no Trânsito’, no Hotel Vila Velha, uma iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e secretarias estadual (Sesab) e municipal de Saúde de Salvador.

O evento prossegue até está sexta-feira (24), com o objetivo de definir estratégias para o enfrentamento do problema dos acidentes de trânsito e, consequentemente, subsidiar o planejamento do plano de ação do Projeto Vida no Trânsito para o estado da Bahia. 

O projeto lançado pelo Ministério da Saúde é uma ação interministerial, desenvolvida em parceira com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e a Bloomberg Philanthropies, fundação internacional de promoção de atividades na área social. Seu propósito é reduzir lesões e óbitos no trânsito em municípios previamente selecionados.

Efeitos devastadores

Durante a instalação do evento ‘Vida no Trânsito’, a diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Ana de Fátima Nunes, que representou o secretário Jorge Solla, falou sobre a importância do encontro, sobretudo pela oportunidade de serem conhecidas experiências exitosas de outros municípios, a exemplo de Curitiba, na redução dos acidentes de trânsito.

O secretário de Saúde Salvador, José Antônio Rodrigues Alves, classificou os efeitos dos acidentes de trânsito na área de saúde como “devastadores”, enfatizando que em 2003 o Hospital Geral do Estado (HGE) dispunha de 12 leitos destinados a pacientes com trauma raquimedular e, desse total, 50% eram ocupados por vítimas de acidentes no trânsito. “Atualmente, são mais de 60 leitos comprometidos com vítimas de acidentes no HGE e mais 30 em outras unidades hospitalares”.

Em Salvador, em 2011, foram realizadas 12.410 internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por causas externas e, destas, 989 foram devido a acidentes de trânsito e transporte. Os tipos de acidentes que tiveram maiores proporções de internações foram aqueles que envolveram motociclistas – 49,8%.

Para a representante do Ministério da Saúde, Marta Maria Alves da Silva, os acidentes de trânsito se tornaram um problema de saúde pública, por se constituir, hoje, em uma das maiores causas de mortes, principalmente entre jovens. De acordo com dados de 2011 do IBGE, no Brasil ocorrem 45 mil mortes/ano em conseqüência de acidentes de trânsito, e o Ministério da Saúde tem um gasto estimado em R$ 200 milhões por internações decorrentes destes acidentes.

O assessor da OPAS, Victor Pavarino, mencionou sua experiência no Hospital Sarah Kubistschek, revelando que a partir da década de 90, 70% das lesões cerebrais dos pacientes atendidos na unidade eram causadas pelo trânsito.

Cenário nacional

De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 300 mil brasileiros perderam a vida no trânsito no período de 2000 e 2008. Entre as causas externas, os óbitos decorrentes de acidentes de trânsito representam a primeira causa nas faixas etárias de 5 a 14 anos e de 40 a 60 anos de idade ou mais. Ainda considerando as mortes por causas externas, o trânsito é o segundo maior motivo de óbito para quem tem idade entre zero e 4 anos e entre 15 e 39 anos.

Estimativas da OMS, publicadas no Informe Mundial sobre Situação da Segurança Viária, em 2009, indicam que 1,3 milhão de pessoas morrem anualmente no trânsito e que, até 2030, esse número poderá chegar a 2,4 milhões, caso medidas enérgicas não sejam tomadas. Mais de 90% dos acidentes com vítimas fatais ocorrem em países de baixa e média renda, que concentram menos da metade da frota mundial de veículos motorizados.

Os usuários mais vulneráveis são os pedestres, motociclistas e ciclistas. Os dados mostram também que 44% dos países no mundo não têm políticas que estimulem o uso de transporte público como alternativa aos automóveis.