PROLER completa 25 anos e é homenageado na Câmara

Professor Cori explicou que o PROLER é um comitê pioneiro do Programa Nacional de Incentivo à Leitura da Fundação Biblioteca Nacional. “Em 10 de janeiro de 1992 foi assinado o termo de compromisso que estabeleceu a parceria entre a fundação e a UESB”, falou. Ele assinalou que o objetivo geral do PROLER/UESB é desenvolver ações de leitura que contribuam para a qualidade em educação, em caminhos libertários de leitores que, no dia a dia, busquem rever conceituações de valores permeados pelo consumismo, intolerância e indiferença, para a edificação de uma sociedade mais crítica e cidadã. “Esse Encontro promove intercâmbio e troca de experiências por contar com a participação de especialistas em todo o país, oriundos de Universidades, núcleos de estudos, centros de pesquisa com competência reconhecida, para discutir sobre leitura, arte, ciência e literatura”, concluiu.
Idealização do projeto – A Coordenadora do Comitê PROLER/UESB, a professora Dra. Heleusa Figueira Câmara, agradeceu ao vereador Professor Cori pela realização da audiência pública e pela ajuda ao PROLER, na época em que ele ocupou a Secretaria de Educação. Destacou a presença de todos que ocupavam a mesa, agradecendo ao prefeito Guilherme Menezes (PT), representado pelo secretário de governo Edwaldo Alves Silva. “Ele apoia o PROLER. Participou do módulo zero, que foi o primeiro momento em Conquista, ainda ligada a Fundação Biblioteca Nacional”. Também agradeceu ao ex-prefeito Murilo Mármore, “o apoio a comitiva de 22 pessoas da Fundação Biblioteca Nacional que viriam a Conquista para instalar o ponto piloto do PROLER. Agradeço pela sua acolhida que foi decisiva para que nossa cidade tivesse um programa como esse. Disponibilizou não só para o PROLER como para outros programas”. Ela ressaltou que “todos que aqui estão são colaboradores do PROLER”. Heleuza enfatizou que com o apoio da prefeitura, da UESB, da Secretaria de Educação, da Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer e da Secretaria de Desenvolvimento Social, da Academia e toda a sociedade “faz com que o PROLER viva desde 1992. Toda essa Casa, que é a Casa do Povo, está agregando os amigos do PROLER”.
Importância da leitura – Representando o Poder Executivo, o secretário municipal de Governo, Edwaldo Alves, destacou a importância exercida pelo PROLER. De acordo com o representante do prefeito, o projeto promove o interesse pela leitura. “Projetos como o PROLER vão manter sempre o nosso interesse pela leitura, pela cultura”, disse Edwaldo. Ele também apontou a importância do acesso a bens culturais como a leitura. “Leitura é cultura e não existe cultura sem liberdade, como não existe liberdade sem cultura”, apontou Alves.
Necessidade da leitura nunca morre – O ex-prefeito de Conquista, Murilo Mármore, afirmou que a educação conquistense viveu momentos extraordinários proporcionados pelo PROLER. Mármore relembrou avanços de sua gestão como a criação do conselho municipal de educação, o primeiro da Bahia, e a criação da Biblioteca Central. O ex-prefeito reconheceu a importância da educação e lamentou que o país valorize pouco o ensino. “É preciso que nós façamos muito mais”, disse. Ele acredita que o livro está ameaçado com o surgimento e popularização de novas tecnologias da comunicação. “É fundamental que os nossos professores, nossos colegas, passem para os pais de seus alunos a importância da leitura. Essa necessidade não morre nunca. Porque o Brasil, lamentavelmente, ainda apresenta índices absolutamente reprováveis no quesito educação”, falou.
Investimentos em educação básica e técnica – O ex-ministro, Ubirajara Brito, relatou trabalhos realizados à frente do MEC nos anos de 1987/88: “Tenho sempre na memória que, enquanto estávamos lá, focamos no ensino técnico e escolhemos Conquista para receber o antigo CEFET, hoje IFBA”. Ele relatou que a grande preocupação hoje deve ser com a educação básica. “Nenhum país vai crescer sem a educação fundamental, ensinar as crianças a ler e a contar. Foi assim que a Alemanha e o Japão resolveram seu problema no século 19. A educação fundamental também foi investimento de outros tantos países no século 20”, falou, explicando que esse é um investimento a longo prazo. Brito relatou que professores de todo o Brasil estão despreparados, “não por conta deles, mas dos governantes que não sabem valorizar o profissional. Na França, um professor fundamental ganha o mesmo que um professor universitário. Mil, dois mil reais, não dá para sobreviver no Brasil hoje”, lamentou. Por fim, ele lembrou que o ser humano está sendo sabotado com a internet, que está destruindo a leitura das crianças, “que desde cedo aprendem a dedilhar o celular, o tablete e isso é nocivo. Nós estamos destruindo e minimizando a importância do livro de papel. Hoje os jovens não sabem nem escrever porque perderam o hábito de pegar o papel e a caneta”.
Incentivo à leitura – Para a representante do reitor da UESB, Vanessa Lima, o PROLER é um “programa maravilhoso de incentivo à leitura”. Segundo ela, a audiência em homenagem ao programa é um reconhecimento importante. “Por que a gente está feliz hoje? Porque o PROLER traz importantes contribuições para a região sudoeste, tanto em nível educacional, quanto em nível acadêmico, cultural, social. É um programa de extensão que de fato dialoga, conversa com a comunidade e faz articulação entre os saberes acadêmicos e popular”, falou. Vanessa parabenizou a equipe do programa e aos alunos pelo trabalho que vem sendo realizado.
25 anos de comemoração – A Diretora do Círculo Escolar Integrado do Povoado de Capinal, professora Cláudia Fernandes, disse que ficou surpresa quando a escola foi escolhida para sediar o seminário do PROLER. “São 25 anos de comemoração. Agradecemos o convite”. Ela afirmou que “na comunidade estamos ansiosos, surpresos e em busca de tudo o que Heleusa vem passando para nós”. Acrescentou que “todos estamos empolgados, passando aos alunos o resgate e memória da nossa comunidade”. Destacou que quando entrou no Município, a secretária da Educação era a professora Heleusa.
Durante a sessão, foram recitados poemas e cânticos por parte de membros beneficiados pelo projeto durante esses 25 anos. Eles descreveram a importância do PROLER em suas vidas, como Angelita Maria Santos, Ângela Viana, Adenyr Rosa e o cordelista, Ailton Dias.
Beneficiários do PROLER falam da importância do projeto
Ailton Dias, pedreiro, poeta e cordelista, destacou a importância do PROLER em sua trajetória. Ele tem dois livros publicados com a ajuda do programa, o “Versos do amor” e “Caminhos do amor”, além de um terceiro trabalho que ficou conhecido na Argentina. “Só tenho a agradecer a Heleusa por ter acreditado em meu trabalho, me ajudando e incentivando”, declarou.
Dona Silvina, participante do PROLER de Itapetinga, parabenizou os 25 anos do programa. Ele explicou que começou como aluna e hoje é professora. “Falamos muito nas crianças, mas a terceira idade precisa de leitura. A leitura dos nossos idosos. Leitura é memória”. Destacou o trabalho das professoras Heleusa e Helena. “O trabalho em Itapetinga tem salas com dinâmicas, as vezes dou aula para 80, 90 alunos. Mostro a vida para meus alunos. Precisa ter leitura para descobrir a realidade da vida”, falou e acrescentou. “A política hoje é dentro de nossa casa, na nossa educação. Por todo o país tenho levado a leitura. O Brasil depende de nós o valorizarmos. Temos que aprender, responder, fazer uma crítica dentro da leitura. Trabalho com música, sempre levando gente a leitura”. Silvina afirmou que a audiência foi um dia de alegria. “Agradeço a Deus pelo ciclo de leitura, o companheirismo. Precisamos estar valorizando a sala de aula. São 25 anos. Não esquecemos da equipe que já foi e das que estão hoje aqui”.
Maria Helena Souza descreveu a importância do PROLER não só em Vitória da Conquista: “Nas três cidades onde a Uesb possui pólo (Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié) esse projeto tem uma importância muito grande no que se refere em desenvolvimento, educação e desenvolvimento intelectual das pessoas”.
“Não deixamos de ser professores, nem educadores, e jamais deixamos de lado a experiência de vida que tivemos”, declarou Nadja Nunes, dizendo ainda o PROLER possui uma importância grandiosa, não só de Heleusa, mas de todos que fazem desse projeto. Ela solicitou que o PROLER possa ser transformado em uma forma de política pública no município: “Uma ideia dessa não é para morrer com a gente, deve permanecer e virar política. Deve se tornar política permanente do município, isso sim é uma forma de homenagear essa ideia tão grandiosa”, concluiu.
Ao final, o programa distribuiu certificados e homenagens a participantes e apoiadores da iniciativa.
Texto e fotos: Ascom Câmara VC