Reajuste de servidores do estado sem acordo

Categoria teve reunião com o governador Jaques Wagner nesta quarta.
Governo enviou projeto de lei que propõe 2,5% de reajuste.

A primeira rodada de negociações de reajuste geral dos servidores públicos da Bahia com o governo terminou sem acordo. Representantes da categoria se reuniram com o governador Jaques Wagner, na manhã desta quarta-feira (1º), na Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador.

Depois de mais de 2 horas de conversa, as duas partes não chegaram a um denominador comum sobre o assunto. Os representantes dos servidores alegam que o reajuste (2,5%) proposto pelo governo em um projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa, na segunda-feira (29), está abaixo da inflação do ano passado, que foi de 5,8%. A categoria rejeita a proposta. O governo alega que o estado teve, em 2012, uma arrecadação menor do que em 2011, e que esse fator foi determinante para se definir a percentagem do reajuste.

De acordo com o Governo do Estado, as negociações com os servidores serão retomadas na quinta-feira (2). Em nota, a assessoria do governo afirmou que Jaques Wagner está disposto “a negociar com os servidores um reajuste que seja possível para o Estado e ao mesmo tempo confortável para os trabalhadores”. Segundo o Governo do Estado, nos últimos seis anos, “houve um ganho real de 36% acima da inflação para todas as categorias de servidores públicos do Estado”.

No ano passado, ainda de acordo com a assessoria, os servidores tiveram reajuste maior do a inflação, pouco mais do que 5%

Manifestação
Servidores públicos estaduais fizeram uma manifestação na manhã de terça-feira (30), em frente à Assembleia Legislativa (ALBA), no CAB, em Salvador, para protestar contra o reajuset geral da categoria proposto pelo governo. Segundo informações da ALBA, o funcionamento da casa não foi alterado por conta do movimento. A mobilização foi considerada pacífica.

Participaram do movimento, representantes de diversas categorias, entre elas os servidores do setor de saúde, que fizeram uma paralisação de 24 horas na terça-feira.

servidores (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Servidores da Saúde participaram da manifestação
feita na terça-feira. (Foto: Reprodução/TV Bahia)

Paralisação
Médicos do Serviço Móvel de Urgência (Samu) de Salvador e servidores da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) paralisaram as atividades por 24 horas, na terça-feira.

Segundo informou a médica do órgão, Maria Tereza Rocha, só foram atendidos casos de urgência ou que tinha risco de morte. Os demais casos foram encaminhados para os postos da Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS).

De acordo com Rocha, a paralisação foi para reivindicar melhores condições de trabalho, reajuste salarial e complemento de equipe, que atualmente está desfalcada. O grupo é composto por 48 médicos reguladores e 44 intervencionistas, quando o número deveria ser de pelo menos 60 de cada, segundo a médica.

Participam das negociações os médicos do Samu de Salvador, o Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) e a Secretaria de Saúde do Município (SMS). Segundo Maria Tereza, a última reunião foi realizada na terça-feira (23), mas os médicos não aceitaram a proposta do governo.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o órgão espera manter o diálogo na mesa de negociação, que ainda está em andamento. A assessoria disse ainda que a SMS “já apresentou propostas que refletem em melhores condições de trabalho, como reajuste das gratificações, pagamento de insalubridade, reforma da Central de Regulação e das bases descentralizadas”.

Servidores da Sesab
Outra categoria que também parou as atividades por 24 horas na terça-feira foi a dos Servidores da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). A decisão foi tomada em assembleia da categoria realizada na quinta-feira (25), no Sindicato dos Bancários de Salvador. A paralisação foi para cobrar do governo a definição do valor do reajuste do salário, segundo a presidente do Sindsaúde da Bahia, Inalba Sontenelle, informou.

Segundo Inalba, durante a paralisação, os serviços de urgência e emergência foram preservados. A mobilização foi centralizada nas unidades de referência e ambulatórios.

Cresol