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Segmentos envolvidos esclarecem transporte alternativo

 

Representantes do transporte alternativo participam de discussão para regulamentação da categoria

Na manhã dessa quarta-feira (04) a Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) recebeu representantes dos transportes alternativos da cidade para discutir, em sessão especial, a regularização da categoria, principalmente dos vanzeiros, que atualmente circulam na cidade de forma irregular. A sessão foi requerida pelo vereador Arlindo Rebouças (PSDB) e aprovada por todos os demais parlamentares.

Marcos Assis

Marcos Assis

Marcos Assis, representando a Viação Cidade Verde, relatou que atualmente  340 mil estudantes por mês são transportados pelo transporte público municipal, sendo que 35% são gratuitos. “Começamos a rotas às 5h da manhã e só retornamos para a garagem à 1h da madrugada, muitas vezes não transportamos ninguém, mas estamos ali”, explicou. Ele disse que toda a frota da empresa possui GPS e “são monitorados e estamos cumprido com cronograma”. Relatou que “hoje estamos com 87 carros e não adianta colocarmos mais carros na cidade porque se não as contas não fecham. A gente pede socorro . A gente agoniza mês a mês. Somos 96 empresas da rede Cidade Verde , a situação não é fácil da mesma forma que uma empresa já está indo a gente daqui uns dias estaremos quebrando também”.

Joel Moura

Zoel Moura

O taxista Zoel Moura disse que a legalização do transporte alternativo “não é uma decisão nossa. Compete a Câmara Municipal, aos vereadores”. Na sequência questionou a categoria “tem direitos e deveres. Está disposta a cumprir com as obrigações determinadas pelo município, por exemplo, aceitar vale transporte?” Finalizou que uma vez utilizou uma van, e que o motorista disse que se colocar o vale transporte não roda até o meio dia. “A categoria está disposta a pagar o preço das regras?”

Vilmar Ferreira dos Santos

Vilmar Ferreira dos Santos

Vilmar Ferreira dos Santos, disse que apenas queria complementar a fala dos demais colegas no decorrer das discussões: “não estamos tomando o passageiro de ninguém , se a van existe, é porque existe a necessidade. Ontem não tinha nenhuma van rodando e os pontos de ônibus estavam lotados”.

Edwaldo Alves Silva

Edwaldo Alves Silva

O Secretário de Governo, Edwaldo Alves Silva, disse que apesar dos interesses diferentes, o objetivo em comum era o direito alienável do cidadão se locomover de um lado para outro”. Esclareceu que há um “sistema de ônibus implantado, rigorosamente fiscalizado pela prefeitura e o interesse do passageiro é ser transportado com segurança e melhor preço. A prefeitura fiscaliza. O serviço tem que cumprir legalmente as exigências da legislação”. Disse que no Brasil inventaram o UBER “e revoltou os taxistas, com razão, porque tem que garantir o pão”. Entende que os vanzeiros querem a regularização para não ficar fora da lei, “mas tem que ter diálogo, estudo entre as diversas partes. O que resolve é dialogar ao extremo, conciliar conflitos de interesses. O povo quer acordo e que todos sejam atendidos”.

Antônio Nonato

Antônio Nonato

Antônio Nonato, que atua no transporte alternativo, disse que o debate na Câmara foi de alto nível e sugeriu que os poderes Legislativo e Executivo convoquem um plebiscito consultando a população quanto à satisfação com o transporte coletivo regular. Nonato apontou que em horário de pico, os ônibus chegam a atrasar 50 minutos. Nonato ponderou ainda que transporte alternativo não vai substituir o transporte regular, apenas complementá-lo, melhorando, assim, o atendimento aos usuários do transporte coletivo.

José Alberto

José Alberto

O taxista José Alberto disse já ter ouvido de pessoas que atuam no transporte alternativo que a maior dificuldade de atuar em Vitória da Conquista é a qualidade oferecida pelo transporte regular, o que faz com que boa parte da população utilize o transporte regular. Ele apontou ainda que a frota de táxi de Vitória da Conquista é uma das melhores do norte-nordeste do país. “Lugares onde nem as ambulâncias do SAMU vão, os táxis estão presentes”, disse ele.