Tribuna Livre: População do Juazeiro cobra melhorias
Presidente de associação reclama de demora no atendimento de demandas e falta de diálogo com setores da Prefeitura
Saúde, educação e água foram as reivindicações da Associação de Moradores e Pequenos Produtores do Povoado de Juazeiro na sessão desta quarta-feira (20), da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC). “Há três anos a secretária [Municipal de Saúde] foi lá e disse que o dinheiro estava liberado e só faltava o terreno. Nós conseguimos o terreno”, afirmou o presidente da associação, Manuel Erlí da Silva. Ele reclama que, mesmo assim, a comunidade não consegue obter informações concretas sobre a construção do posto. “Tem cinco postos a sair e nosso não está”, desabafou. Silva ainda lamenta a posição da Prefeitura: “Infelizmente a secretária [de Saúde] não quer nos atender”.
Saúde – O presidente cobrou da Comissão de Saúde e Assistência Social da CMVC e da Secretaria Municipal de Saúde uma posição sobre a instalação desse equipamento. Segundo ele, os moradores de Juazeiro, entre eles idosos de até 100 anos de idade e muitas crianças, acabam recorrendo ao povoado mais próximo, Iguá, que requer deslocamento ao custo de R$ 6 reais, ida e volta: “Tem dias que a pessoa tem, tem dias que não. A pessoa da zona rural vive exclusivamente da diária [de trabalho]”. A população já tentou usar até mesmo a igreja local como posto de atendimento, mas a Prefeitura não acatou a sugestão. “O vereador Gilzete [Moreira] tem nos apoiado toda vez que a gente vem, mas infelizmente a secretária não quer nos atender”, detalhou.
Escola – Outra reclamação é o cercamento do grupo escolar do povoado, atualmente parte dela é feita com quiabento. Essa planta tem em seus galhos um grande número de espinhos o que expõe os alunos a possíveis acidentes. A comunidade anseia por um cercamento que ofereça segurança. Além disso, Silva reivindicou uma merendeira para escola que resida em Juazeiro, a atual mora em Conquista. Ele disse que pessoalmente não tem nada contra, mas o deslocamento que a profissional tem que fazer até o povoado compromete os seus serviços na escola. “Ela chega lá no horário em que os professores chegam, 8h00min, e vai arrumar as salas. Começam as aulas só 9h30min. Depois, ela vai fazer a merenda, termina 10h30min. Os alunos vão merendar 10h30min e terminam 11h30min. Então, nós não temos duas horas de aula”, informou. Segundo o presidente, o Juazeiro está “ao Deus-dará”.
Água – De acordo Manuel Erlí da Silva, o sistema unificado de água da localidade é outro problema grave, pois foi implantado em 1996 e necessita de reforma. “Tá tudo rebentado, já quebrou tudo, só a parte alta do povoado que consegue alguma água”, detalhou. Ele informou que são necessários três mil metros de canos para a reforma de toda a rede, mas até agora só recebeu 10 canos da Secretaria Municipal de Agricultura e passou seis anos ligando a bomba do sistema, sem receber por isso. Eles ainda enfrentam problemas com o profissional que cuida da rede, contou o presidente: “O rapaz que liga a água trabalha lá e no Zé Luís. Ele vai lá duas vezes ou três por semana. Eu pergunto aos senhores se água nós precisamos duas ou três vezes? Porque água é um bem, é a vida, sem água nós não conseguimos nada”.
Silva agradeceu a indicação do vereador Gilzete Moreira para a implantação de um cemitério no povoado. Segundo o presidente da associação a indicação está em andamento e só depende agora da Prefeitura Municipal.
Falando pela Bancada de Situação, o vereador Ademir Abreu (PT) informou que as demandas da comunidade de Juazeiro serão tema de reuniões de representantes da comunidade e as secretarias municipais de Educação e de Saúde, já que além do posto de saúde, foi apresentada também, há duas semanas, a demanda de uma escola para a região. Segundo o parlamentar, a reunião com o secretário municipal de Educação acontecerá na próxima segunda-feira, 25, e com a secretária de Saúde será na próxima quarta-feira (27), quando as demandas da comunidade de Juazeiro serão apresentadas aos secretários.
O líder da bancada da oposição, vereador Arlindo Rebouças (PROS), ao comentar sobre o pronunciamento na Tribuna Livre, disse que “a luta das comunidades de Juazeiro é muito antiga”. Afirmou ter conhecimento da situação, pois participou de muitas reuniões e “infelizmente até hoje não foi atendida”. Pediu ao presidente da associação de Moradores e Pequenos Produtores do povoado de Juazeiro, Manuel Erli da Silva, que “não desista”. Salientou que o problema da água é antigo, não tem posto de saúde na região e que ainda há escolas com cerca de quiabento, sendo perigoso para crianças. Finalizou afirmando que a comunidade “pode contar com essa Casa. Todas as vezes temos bancado essa luta da comunidade. Vamos nos juntar para que essa comunidade seja atendida”.